Guerra entre robôs e humanos. Assim que vi a sinopse decidi que iria assistir, gosto de temas apocalípticos. Se bem quê, assim como no caso de Terraformars (ameaça alienígena), raramente esse tema rende tramas profundas, então o que importa é a ação. E no caso de Karen Senki podemos ver ação em 3D, o que pode ser muito bom ou muito ruim. Os animes em 3D vêm melhorando, então mesmo sabendo que não verei nenhuma obra-prima tenho alguma expectativa. O que eu não sabia ainda é que seriam episódios de 12 minutos, isso me frustrou um pouco. Bom, o episódio foi todo expositivo, apresentou os personagens, deu um vislumbre do cenário e de como será a ação, mas nada que dê para avaliar ainda. Foi assim:

De cara vemos um gramado no meio de um bosque ensolarado onde Karen e sua irmã criança se divertem como se não houvessem preocupações no mundo. O que é só para contrastar com o cenário que veremos depois, muito mais sombrio, e para entendermos um pouco sobre as motivações da protagonista. Ou melhor, para despertar nossa simpatia por ela. Não posso dizer que tenha funcionado muito bem porque é uma cena muito curta e porque eu já sei que a irmãzinha vai morrer (tanto que nem me importei em decorar o nome dela). O mais interessante nessa cena acaba sendo o que ele nos ensina sobre o cenário: humanos e robôs conviviam em harmonia até bem pouco tempo. Quando um robô pede às duas irmãs que sejam amigas dele (o que elas prontamente aceitam) percebemos que os robôs não são apenas máquinas, mas criaturas dotadas de sentimentos semelhantes aos nossos. Além do intelecto, naturalmente.

Duas irmãs felizes no bosque e um robô amigo

Duas irmãs felizes no bosque e um robô amigo

O design do robô não é muito bonito. Aliás, nenhum robô em Karen Senki é muito interessante até agora.

A cena seguinte completa a primeira. Karen está lutando sozinha contra um pequeno grupo de robôs em meio à ruínas de uma cidade qualquer. Enquanto luta, ela narra mentalmente o que aconteceu: em apenas cinco anos os robôs dominaram a humanidade, mas não a eliminaram, não era essa sua intenção. Mataram a irmã da Karen, porém, e essa provavelmente é a motivação dela embora o episódio tenha falhado em me fazer perceber isso emocionalmente.

Jetboots!

Jetboots!

A terceira cena nos apresenta o mundo humano que os robôs permitiram que continuasse existindo. Parece uma viela comercial de cidade oriental comum, como as que existem hoje. Nenhum sinal daquela terra arrasada em que vi Karen lutar ainda há pouco. Ela falou (pensou) sério quando disse que os robôs ativamente permitiram que parte da humanidade sobrevivesse. Mas parece que eles não querem mais permitir que ela exista: um robô aparece numa marquise e dispara contra ela, que não tem dificuldade em o derrotar.

Em outro lugar vemos em um quarto rosa e apertado um homem chamado Jack receber a visita de uma robô com formas humanas. E com lingerie humana. Jack a presenteia com uma peça robótica proibida que serviria para ampliar-lhe as capacidades emocionais e ela pareceu bastante contente com isso. Ele tira o sutiã dela e … bom, não gosto de ficar descrevendo cenas assim. Felizmente não preciso mesmo porque corta de volta para a Karen. Fazendo macarrão em seu quarto. Se ainda há macarrão, definitivamente o mundo não está tão ruim assim.

Robôs também amam

Robôs também amam

Para Karen contudo, que está sendo perseguida, o mundo parece ser uma droga de lugar sim. Robôs invadem o quarto dela, metralham tudo, destróem tudo em seu caminho. Não obstante ela ainda os derrota, um a um, com tiros certeiros no que parecem ser os olhos deles. Esses robôs são muito ruins ou a Karen é que é muito boa. De todo modo, me pergunto como é que eles derrotaram exércitos poderosos em apenas cinco anos se nem conseguem dar cabo de uma única mulher, combatente excepcional sim, mas solitária e armada apenas com um par de pistolas. Tem algo errado aí, e espero que não seja com o enredo. E ah: robôs sangram. O que é mais uma forma de nos fazer não enxergar os robôs como inimigos absolutos (eles têm muito em comum conosco, afinal), ainda que sejamos nós os alvos.

Coma esse macarrão!

Coma esse macarrão!

As cenas desconexas se encaixam quando Karen liga em seguida para Jack (interrompendo a diversão dele e de sua namoradinha robô) exigindo que ele vá até ela naquele instante. E ele vai. Descobrimos então que Jack é um vendedor de peças de robô de segunda mão, provavelmente ilegal. Ele paga Karen pelos robôs que ela matou e depois, indo embora, reclama ao telefone com o que parece ser um cliente seu que Karen não é legal, ou algo assim, num tom meio sinistro. Parece que humanos nem sempre serão mocinhos em Karen Senki.

Esse episódio estabeleceu Karen como alguém absolutamente isolada. Em guerra contra os robôs que assassinaram sua irmã, mas sabemos que ela não pode confiar cegamente nas pessoas a sua volta também. Ela deve ter uma psiquê e um emocional bastante complicados por causa disso, e isso é interessante pra caramba, tão ou mais interessante que uma guerra entre homens e máquinas. O problema é que o episódio não transmitiu isso muito bem. Não sei se porque foi muito curto, se porque o 3D não transmite bem expressões humanas, ou se foi mal feito mesmo, mas não funcionou. Os combates também não são grande coisa, ela derrota os robôs muito facilmente, o que não é interessante, e esteticamente os combates não são muito legais também, cheios de câmeras lentas em momentos cruciais. O mais interessante no fim das contas é todo o mistério que cerca a rebelião e a natureza dos robôs. Mas isso só é interessante porque é um mistério, ou seja, ainda não foi tratado em tela. Se nunca for, ou se quando for ficar ruim como está sendo até agora a caracterização da protagonista eu só posso torcer para que melhorem nas cenas de ação, senão esse anime sofrerá perda total.

Mais imagens:

Duas irmãs felizes no bosque

Duas irmãs felizes no bosque

 

O sangue do robô

O sangue do robô

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