[sc:review nota=3]

KimiUso realmente só me agrada quando o episódio tem música. Nos demais, no máximo ele não me incomoda, mas um bom punhado de episódios já me incomodaram um bocado. E eu simplesmente gosto de boa música em animes, então o que quero dizer é que não posso garantir, do fundo do meu coração, que mesmo os episódios com música, que eu gostei, são bons de verdade. É uma coisa que eu gosto e ponto, nunca falha e nunca falhou em me agradar. Influencia muito as séries que eu escolho para assistir – se o trailer tem uma música que me encante, é quase garantia que eu vou assistir mesmo se o tema for, sei lá, dominó metafísico no parque com um cachorro e uma penteadeira. Ou pior, Muv-Luv Alternative: Total Eclipse. É, eu assisti aquilo. Mas não me olhe assim, pelo menos eu não terminei! Devem ter sobrado uns três ou quatro episódios quando eu simplesmente não aguentei mais continuar assistindo. Também digno de menção é que a teoria do mundo de KimiUso ser só uma grande metáfora encontra eco no que outros blogs e comentaristas (todos em inglês que eu tenha visto) vêm dizendo. Quero dizer, não exatamente da maneira como eu formulei, mas são comuns teorias que recusam o realismo do anime e ao invés o interpretam de alguma forma simbólica. Um exemplo notável é o Mage in a Barrel, que como eu escreve semanalmente sobre Shigatsu wa Kimi no Uso, que escreveu um artigo enorme apenas sobre isso chamado “Is it Okay to Like Your Lie in April?“, e a interrogação é porque ele, assim como eu e assim como todos que vi fazerem isso, criou uma hipótese anti-realista para diminuir o peso negativo da forma como KimiUso vem tratando o abuso e o maltrato infantil. É razoável, é justo e é bom que procuremos fazer isso, porque mostra que, no mínimo, entendemos que a abordagem do anime para esse tema é errada, mas como eu disse no artigo sobre o episódio anterior, isso é um mecanismo de auto-defesa, e mesmo que o autor original tenha se entregado a ele também, no fim das contas como cada leitor absorve uma história depende de si próprio, e não são poucos que vão enxergar a mensagem ruim, que está ali, gritando. Um erro é um erro, mesmo quando não é intencional e mesmo que se possa racionalmente enxergá-lo de outra forma na qual ele pareça menos errado. E ufa! Esse deve ter sido meu maior primeiro parágrafo da história do anime21 até agora! Permita-me então começar a falar sobre a história desse episódio de uma vez.

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