[sc:review nota=3]

Interessante reviravolta. No primeiro desafio que a turma 3-E enfrenta, é o professor Koro quem acaba sendo salvo, ao invés de salvar sua turma. Parece que esse bando de alunos já melhorou bastante, hein? Eles foram derrotados, mas emergiram triunfantes mesmo assim. A escola pode se contentar por ter mantido o status quo, mas mentalmente esses alunos já melhoraram muito e será muito difícil quebrá-los mais uma vez.

Chegou a época de provas. O professor Koro se dedica com esforço multiplicado (o que no caso dele é literal) para preparar cada um de seus alunos. O diretor da escola já havia no episódio anterior decidido esmagar a turma 3-E, que mostrava sinais de ânimo perigosos para o modelo de escola que ele pretende. Ao oprimir severamente um pequeno grupo, seu objetivo é que todos os demais sejam muito melhores do que seriam em condições normais. Estatisticamente pode até funcionar, mas a Turma do Fim é composta por seres humanos, não por números, a prática é desumana. Mas ele não se importa. Assim, resolve lembrar o professor Koro desse detalhe, alertando-o para que não anime demais a sua turma. Eles precisam ser esmagados afinal. Os esforços do diretor apenas convencem o professor a se dedicar ainda mais, ao ponto de cobrar de seus alunos que todos fiquem entre os melhores e assim saiam dessa turma. Se eles saírem da 3-E imagino que outros viriam, certo? Ele irá ensiná-los todos, uma turma de excluídos por vez? É assim que pretende provar seu ponto ao diretor?

Se é isso ou não é pouco importante, pois o diretor se preparou para a hipótese do professor Koro o desobedecer. Em mais um truque sujo contra a 3-E, ele alterou o conteúdo das provas poucos dias antes para que elas tivessem questões para as quais eles não estariam preparados. Durante as provas os alunos excluídos foram bem naquilo que estudaram, mas não faziam ideia do resto da matéria. Exceto Karma, que já era um gênio antes de cair ali: ele quase gabaritou todas as provas. Ainda assim persiste o fato de que nenhum de seus alunos havia ficado entre os melhores (o professor Koro só descobriria sobre Karma depois) e portanto, o professor pretendia abandonar a escola. Seus alunos protestam, e é aí que Karma usa suas notas como “prova” que Koro teve sim, sucesso, e completa dizendo que de todo modo não pretende mudar de turma. O professor fica.

Eu esperava alunos abatidos e o professor tentando consolá-los, como foi o caso tantas vezes até agora. Então não pude deixar de me surpreender ao assistir o contrário. O professor é que se abateu por não ter conseguido fazer seus alunos terem o sucesso que ele planejava, e por isso ele se sentia derrotado e pretendia jogar a toalha. Mas os alunos, que sabem o bom professor que têm, não permitiram isso. Claro que, da forma como ocorreu, as notas do Karma foram fundamentais, mas acredito que mesmo sem aquelas notas perfeitas a turma conseguiria eventualmente dissuadir o professor Koro de abandoná-los. Eles estavam determinados a defender seu professor, provavelmente o primeiro professor legitimamente bom que eles tiveram em anos.

Além disso, que compõe a parte principal do episódio, tomou mais tempo de tela e foi razoavelmente direto e objetivo, esse episódio revela um pouco mais, bem pouco, sobre a natureza do professor Koro. Aparentemente ele não quer mesmo destruir a Terra, e nem deve ter sido o culpado pela destruição da Lua. Ao invés, o que ele planeja de verdade é salvar o planeta. Ainda assim, pelas palavras do diretor, parece que ele precisa morrer para que o mundo seja salvo. Talvez alguém tenha a habilidade de controlá-lo e ele não pode se opôr ou ferir essa pessoa, e ela sim pretenda destruir o mundo? De todo modo, se o mundo puder ser salvo com algo simples como a morte dele, por que ele não se suicida? Ou talvez ele pretenda lutar para salvar o mundo mas ele só possa conseguir isso se sacrificando? Bem, é a história de um mangá ainda em andamento, me pergunto se é útil especular sobre o fim dessa forma. A temática do professor salvador da turma de párias, contudo, continua boa.

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