[sc:review nota=3]

Esse episódio teve duas histórias independentes. Do tipo independentes mesmo, não há qualquer conexão entre elas e poderiam ter acontecido em qualquer ordem. Aconteceu o mesmo com o episódio 11 de Kamisama Hajimemashita 2, o que me faz pensar se essa é uma nova “moda”. Mais provável que seja apenas o resultado de tentar adaptar mangás (longos) para o formato limitado das séries para TV. No caso de Kamisama ainda houve uma conexão, digamos, filosófica entre as duas histórias independentes (mais detalhes no artigo que a Lidy escreveu), mas em Assassination Classroom nem isso. Eram apenas duas histórias diferentes no mangá que os produtores devem ter considerado importante adaptar para o anime mas não encontraram outra forma de fazê-lo pela limitação de tempo. Apesar disso, foi um episódio divertido (ou dois pedaços de episódio divertidos).

O primeiro semi-episódio focou na professora Irina. Revela-se que ela não foi diretamente contratada pelo governo para matar o professor Koro, mas sim através de seu mestre e agente, um ex-assassino que hoje ganha a vida ensinando as artes do homicídio para seus pupilos e intermediando seus contratos depois. Ele vem à escola observar como a Irina está se saindo, e não pode evitar frustrar-se enquanto assiste sorrateiramente a sua aluna dar aulas sobre conversação em inglês para a turma 3-E. Nota: a aula trata da pronúncia do L e do R, que japoneses não distinguem, sendo isso considerado um ponto fraco deles. E céus, a dubladora fala com tanta propriedade sobre isso ao mesmo tempo em que ela também não sabe pronunciar direito L e R que chega a ser constrangedor. Enfim, o mestre quer retirá-la do serviço, pois, segundo ele, Irina é uma excelente agente encoberta, mas uma vez que sua identidade é revelada ela é inútil (e eu preciso concordar com ele). Não obstante ele estar certo, o professor Koro intervem à favor de sua colega docente, e propõe, o que é prontamente aceito por ambos, que se decida quem é o melhor assassino entre eles em uma disputa de quem consegue “assassinar” (entre aspas pois usarão as facas de borracha anti-Koro) o professor Karasuma primeiro. Ele protesta, naturalmente, mas no final acaba concordando. Mais ainda quando o professor Koro promete dar-lhe um segundo para esfaqueá-lo o quanto quiser caso nenhum dos dois o derrote.

O mestre falha miseravelmente ao tentar atacá-lo de surpresa pois já é velho e simplesmente não é rápido o bastante para derrotar Karasuma. Eu achei que ele desistiu um pouco rápido demais, me pergunto se é fácil assim no mangá também. Já a professora Irina é bastante insistente, usando hilariantemente suas técnicas de sedução para tentar matar seu colega professor, que obviamente sabe ser alvo e portanto não cai em nenhuma das tentativas desastradas dela. No final, ela consegue armar rapidamente uma armadilha enquanto finge estar apenas tentando seduzi-lo e o derruba, mas mesmo assim seu golpe é aparado e em disputa de força ela simplesmente não tem chance contra o professor Karasuma. Mesmo assim, reconhecendo o esforço ou apenas com pena da Irina, ele a deixa atingi-lo (e desiste da chance de matar o professor Koro ao mesmo tempo). Conforme Koro explica para o mestre de Irina depois, a lição dada aqui é que, embora ela não seja mesmo uma assassina perfeita, ela se esforça e está constantemente aprendendo e melhorando. Ela não é uma boa professora (e assassina) para a turma 3-E apenas porque os ensina bem, mas porque é um bom exemplo para eles. Bonita história, mas explicá-la assim literalmente no final faz parecer uma espécie de “moral do episódio”, comum em animações americanas mais antigas, como o He-Man e os Mestres do Universo.

A segunda história é mais sutil e mais curta também. Sabendo que o professor Koro vai para o Havaí assistir a estreia de um filme de ação que eles estão ansiosos por assistir também, Nagisa e Karma pedem para o professor levá-los junto, com o que ele concorda. O detalhe engraçado é que a Ritsu (a inteligência artificial da torre de artilharia da sala) também “vai” – ela gravou-se nos celulares de todos os alunos da turma, para “cooperar” melhor com eles ou algo assim. Eles vão, e sim, Nagisa fica o filme inteiro com o celular ligado e apontado para a tela do cinema para a Ritsu assistir. Ainda bem que a sala de cinema onde eles foram não tinha proteção contra filmagem nem nenhum lanterninha de olho nisso. Mais do que se divertirem com o filme, Nagisa e Karma ficam impressionados é com a vista de uma viagem supersônica. Antes que alguém pergunte, o professor acelerou em uma velocidade suportável para um ser humano, e usou sua supervelocidade e seus tentáculos para bloquear cada grão de pó que veio no caminho e que poderia ferir gravemente seus alunos. Mas essa semi-história nem teve moral, como a anterior, suspeito que seja só para mostrar como o professor convive com seus alunos e se importa com eles mesmo quando estão fora do horário de aulas e fora de sala de aula e essas coisas. Em resumo, o professor Koro é sempre professor de Nagisa e Karma, independente do lugar, do horário e da situação. De forma que ele inclusive dá a eles a tarefa extra de redigir uma redação sobre o filme, o que não os agradou muito mas concordaram ser justo pela sessão de cinema grátis.

Além disso, essa segunda história tem uma conexão (bastante vaga) com a cena de encerramento. No filme, a heroína descobre que o vilão final era seu irmão de quem havia sido separada há muito tempo. Pois ocorre que o próximo assassino enviado para matar o professor Koro, e também seu próximo aluno, é, segundo o próprio e um estranho homem vestido como algo que parecia um ninja disfarçado de saco de batatas (ou seria um saco de batatas fazendo cosplay de ninja?), “irmão” do professor. Ele tem aparência humana, e suponho que seu vínculo fraterno com o professor Koro se resuma ao fato de ambos fazerem parte de um mesmo programa de criação de super-soldados. Naturalmente ele deve ser bem mais fraco que o professor, pois como já especulei antes, duvido que criem, mesmo que tenham capacidade para tanto, uma segunda criatura tão poderosa quanto. Ela poderia se rebelar tanto quanto o professor Koro, e poderia ser até pior do que ele. Por outro lado talvez isso de fato aconteça e o professor tenha que salvar a Terra daí? Bom, isso seria bastante battle shounen, o que esse anime não tem sido até agora. De qualquer forma, espero descobrir mais sobre a história do professor Koro com esse novo aluno.

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