Último artigo de saldo da temporada de inverno, adequadamente com muitos encerramentos. Agora começarão os artigos de primeiras impressões dos episódios da nova temporada e talvez ainda nessa semana, ou talvez na próxima, sairá o primeiro saldo da temporada de primavera. Os últimos artigos da temporada de inverno serão o artigo sobre o episódio final de Yurikuma Arashi e o artigo de impressões finais da temporada, que é parecido com o saldo mas inclui a temporada inteira e algumas outras considerações gerais e específicas. Ele incluirá também o resultado da votação popular de melhores episódios da temporada, se você ainda não votou, a enquete está na barra lateral à direita, vote agora mesmo!

17 – Tokyo Ghoul ?A, episódio 12 final

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

Foi um final condizente com a série, para o bem e para o mal. O clima de desespero que Tokyo Ghoul tentou transmitir nessa segunda temporada esteve presente do começo ao fim, e foi mais pungente durante a dilacerante e interminável cena em que Kaneki carrega seu melhor amigo Nagachika morto em seus braços até o centro de operações da CCG. E por isso mesmo foi um episódio horrível. Exceto, talvez, para quem tenha estômago para tamanha depressão.

16 – Dog Days”, episódio 12 final

De novo cantaram “lá lá lá” e eu juro que fiquei aqui esperando que, sei lá, dessa vez surgisse uma letra. Foi um final bastante tedioso, com cada cena meticulosamente previsível.

15 – Shinmai Maou no Testament, episódio 12 final

Poderia ter acabado em uma grande e épica batalha, ou em uma grande e épica orgia sexual, mas ao invés disso escolheu fazer mal feito um pouco dos dois.

14 – Cross Ange, episódio 25 final

Sem surpresa nenhuma, Embryo é morto e derrotado. As duas Terras continuam em escombros após a tentativa de fusão, e a original pelo menos tem a tecnologia das ex-combatentes de Arzenal e a magia dos dragões para se reeguer. A nova Terra, contudo, virou uma grande terra de ninguém pós-apocalíptica, e confesso que ela me parece mais interessante para uma continuação do que a Terra original. Mas prefiro continuação nenhuma.

13 – Durarara!!x2 Shou, episódio 12 final

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

O final de arco mais fraco da franquia até agora. Ao invés de grandes loucuras (que podem ser combates ou discursos ou qualquer coisa) tudo se resolve mais ou menos sozinho. Não que seja sozinho mesmo, mas quem resolve as coisas não são os protagonistas de fato (Mikado e Celty), mas a yakuza Awakusu com a ajuda da máfia russa. E fazem isso à moda criminosa, não à moda Durarara. Nem ver Izaya em uma poça de seu próprio sangue no fim do episódio salvou – pelo contrário, como ele foi atacado também por alguém de fora do núcleo principal, isso abre a perigosa possibilidade de que o personagem venha a se redimir. E nada seria mais repugnante em Durarara, para mim, do que a redenção do Izaya.

12 – Junketsu no Maria, episódio 12 final

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

Final apressado que se limita praticamente ao óbvio: Maria e Joseph viveram felizes para sempre. E Ezequiel em algum momento será sua filha. Mas todas as questões levantadas durante a série foram sumariamente ignoradas, como se nunca tivessem existido. Bernard é até mesmo desintegrado, o que serve como perfeita metáfora para os problemas em aberto jogados na vala do esquecimento.

11 – Aldnoah.Zero, episódio 24 final

Slayne é preso e Inaho vai visitá-lo em uma cena copiada literalmente do primeiro filme dos X-Men, quando o professor Xavier vai visitar Magneto na cadeia. A diferença é que o Slayne sozinho não tem poder nenhum, então é apenas estúpido que ele esteja atrás de uma proteção aparentemente tão rígida. Aparentemente apenas, porque ele está em uma cela com janela direto para o mundo exterior. Bom, no que importa, a princesa Asseylum realmente não se reencontra com Inaho, ela toma o poder de Vers para si porque seu pai está demente, tornando-se assim a nova imperatriz, e a guerra cessa, embora alguns cavaleiros orbitais ainda mantenham posse de territórios em alguns lugares da Terra. Não dá para dizer que, exceto pelo fim da guerra em si, tudo tenha sido exatamente resolvido. A agora imperatriz está até colaborando com cientistas terráqueos para que a tecnologia aldnoah possa ser usada de forma pacífica na geração de energia, mas duvido que isso seja suficiente para dissipar todo o ódio que Vers certamente atraiu para si após afligir tão duramente a população de um planeta inteiro. Me parece inevitável que esse barril de pólvora exploda um dia.

10 – Assassination Classroom, episódio 11

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

Interessante episódio que foca no professor Koro, expondo seu orgulho como sendo sua maior fraqueza. Ele perde um aluno por causa disso. Tudo bem que era um aluno recém-transferido e um assassino colocado ali exatamente para matá-lo, mas não obstante era um aluno. E todos os alunos estão ali para matá-lo, não é?

9 – Binan Koukou Chikyuu Bouei-bu Love!, episódio 12 final

O final jogou a seriedade às favas e revela que tudo na verdade era um grande reality show intergalático, deu para rir um pouco para variar. E todos fazem as pazes, resolvem seus mal-entendidos e desavenças e voltam a ser amigos do peito. Os alienígenas vão embora, exceto o Vombate que precisa ficar até o professor ressuscitar.

8 – JoJo’s Bizarre Adventure – Stardust Crusaders, episódio 36

Hol Horse e Boingo! Foi um episódio engraçado, bem, como não poderia deixar de ser em um episódio com o Boingo. Ainda mais com o Boingo pareado com o Hol Horse, tão metido a sério e valentão. Destaque também para a primeira cena em que o Dio aparece de verdade no anime, quando o Hol Horse foi tirar satisfação com ele, ou matá-lo, ou relatar o andamento das operações, sei lá, tenho impressão que ele não sabia direito o que fazer quando foi para lá. E quando o Dio disse que não estava pronto ainda para enfrentar Jotaro e companhia eu não pude evitar pensar em como ele me pareceu apenas um covarde. Ora, se ele não está pronto para enfrentá-los, por que seus subordinados, que ele sabe serem mais fracos do que ele, estariam? Mas é dessas coisas revoltantes que um vilão como Dio é feito.

7 – Kiseijuu, episódio 24 final

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

A despedida mas não tão despedida assim de Migi. Simbolicamente ele e Shinichi se tornaram um só, de verdade, por isso a presença da mão falante não é mais necessária. Um último desafio quando Uragami captura Satomi com a clara intenção de matá-la, mas só depois de forçar o Shinichi a assumir que é um monstro e que ele, o assassino, está certo. Eu sei que deveria ser uma cena tensa, mas não acreditei por um instante sequer que Satomi estivesse realmente sob risco, nem mesmo depois dela cair do edifício sem que Shinichi a alcançasse. Kiseijuu terminou com uma poderosa mensagem tanto ecológica quanto sobre a posição do homem na natureza e sua inerente solidão.

6 – Kamisama Hajimemashita 2, episódio 12 final

Leia o artigo que a Lidy escreveu sobre esse episódio.

Depois de bisbilhotar as memórias da Nanami, Tomoe interfere nelas e pede a garotinha em casamento! Raposa pedófila! Gostei de ter descoberto mais sobre o passado da protagonista e como isso moldou quem ela é hoje, sua personalidade e sua forma de expressar seus sentimentos. Tomoe deve ter gostado de descobrir também, mas não sei se ele sabe o que fazer com essa informação agora. De todo modo, parece que a deusa se lembra vagamente do Tomoe em seu passado e faz questão de deixar claro que não é tão contra casamento assim.

5 – Sanzoku no Musume Ronja, episódios 25 e 26 final

No episódio 25 Mattis derrota Borka e não apenas une os dois bandos como faz concessões que na prática estabelecem laços de amizade entre eles. Uma das poucas vezes durante a história que eu o achei verdadeiramente sábio. Quanto disso será que foi influência da Ronja? O episódio final, por sua vez, é de partir o coração. Skalle-Per adquire uma doença da qual ele não consegue se curar e que vai aos poucos roubando sua vitalidade, até que pouco antes do inverno começar ele morre. Todos sofreram, mas quem mais sofreu foi Mattis, um pouco para minha surpresa no início mas depois tudo fez muito sentido. Ele conhecia o velho desde que se entende por gente, mais do que qualquer ladrão ali, mais do que sua própria esposa e filha, era Skalle-Per quem sempre esteve com ele. Para o melhor e para o pior. Até a sugestão de unir os bandos havia sido do velho! Achei tosca a ideia dele para que Ronja possa viver sem roubar: encontrar um tesouro secreto cheio de prata. Mas ah, relevo. A morte dele foi a última mensagem potente de Sanzoku no Musume Ronja: pessoas vêm e vão, mesmo as mais queridas para nós, mas a vida continua.

4 – Yurikuma Arashi, episódio 11

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

Episódio mais triste de Yurikuma Arashi e um dos mais tristes de toda a temporada. Ginko é perseguida implacavelmente e segue assassinando as alunas invisíveis que aparecem em seu caminho, até finalmente chegar a Kureha que havia sido capturada e feita de refém. Era uma armadilha, e para salvá-la Lulu se sacrifica. Lulu morreu, mas sua mensagem de amor incondicional viverá para sempre.

3 – Yoru no Yatterman, episódio 12 final

Como eu havia previsto, Galina e Alouette assumem o manto dos heróis Yatterman para salvar o povo do jugo tirânico de Dokurobey. Se Galina já vinha se preparando para isso há tempos, para Alouette foi uma mudança drástica. Tão drástica quanto a súbita cura de sua cegueira. Pois não é que ela fosse cega e alheia ao mundo naturalmente, mas sim que desde a perda dos pais ela havia se escondido em seu próprio mundo interno e fechado os olhos para o mundo real. Foram Doronjo e gangue que a ensinaram a ser forte, e agora que o mundo precisava dela, Alouette não se furtou ao seu dever. O lado triste disso é que, como Yatterman, eles e a gangue Dorombo precisam separar seus caminhos, pois não há espaço no mundo para heróis da justiça que sejam amigos de um bando de ladrões. Mais triste ainda por causa da paixão juvenil de Doronjo por Galina, que ela engole junto às lágrimas e se despede sem se confessar e sem mostrar o rosto.

2 – Garo: Honoo no Kokuin, episódio 24 final

Mendoza se torna uma espécie de deus! Mesmo que seus golpes sejam inúteis, Leon não desiste nunca de lutar, até que ele vislumbra como vencer: basta empurrar Mendoza para dentro do Makai, cujo portal está para se fechar a qualquer instante. Ele faz isso, e Mendoza o lembra corretamente que enquanto isso irá significar a morte para Leon, para ele significa apenas que precisará esperar o momento em que um humano irá de novo abrir um portal para o Makai. Ele é imortal e tem, de fato, todo o tempo do mundo. Leon não se intimida com isso e lembra Mendoza que os Cavaleiros e Alquimistas continuarão existindo e continuarão lutando contra ele quantas vezes forem necessárias, até que possam um dia derrotá-lo de uma vez por todas. Leon está decidido a se sacrificar para não deixar que Mendoza saia, e do lado de fora Alfonso e Emma estão decididos a manter o portal aberto por quanto tempo puderem para que Leon escape de lá. Quando o protagonista está pronto para cortar os fios de Emma e fechar o portal de uma vez por todas, selando seu destino e o de Mendoza, suas marcas de chamas se ativam e queimam Mendoza, e de dentro delas sai sua mãe, que vem se despedir do filho, jurando manter Mendoza sob chamas eternas. Para que consiga sair a tempo, seu pai aparece para levar ele até o outro lado em seu cavalo sobrenatural, e assim Leon pôde se despedir de seus dois pais. De volta à normalidade, Alfonso está mais uma vez conduzindo os esforços de reconstrução da cidade, e Leon contempla satisfeito os campos de camomila que ele plantou com Lara quando Emma aparece e se despede, voltando para sua cidade natal (e dá um fora no Leon quando diz que não pretendia mesmo que ele a acompanhasse, LOL). Em seguida é revelado que Ximena engravidou de German, e Leon está vivendo com ela e se preparando para treinar seu meio-irmão por nascer para que se torne um Cavaleiro e herde a armadura que foi um dia de seu pai. Ele não olha mais para o passado, onde está a morte de sua mãe, mas para o futuro, onde está o nascimento de seu irmão e de sua nova responsabilidade como um mestre. Desculpe pelo longo resumo do episódio, mas não consegui escrever menos do que isso. Não foi apenas uma história emocionante do começo ao fim como tudo foi meticulosamente planejado e não restou sequer uma ponta solta. Tenho que dizer isso mesmo antes do artigo de impressões finais: melhor enredo da temporada.

1 – Death Parade, episódio 12 final

Leia o artigo que escrevi sobre esse episódio.

Incrível como tudo mudou, muita coisa aconteceu, mas no fundo, no fundo, nada mudou. Continuarão havendo julgamentos e eles continuarão sendo injustos, ainda que alguns possam ser um pouco menos injustos do que outros. Oculus criar uma quarta regra para prevenir que um segundo Decim surja é prova cabal de que tudo continuará como sempre foi. Se a história fosse sobre a justiça e o pós-morte seria uma história desesperadora, assim como Tokyo Ghoul que está no extremo oposto dessa lista. Felizmente era uma história sobre valores humanos, especialmente sobre o valor da vida, tendo a Chiyuki como protagonista e representante de toda a humanidade (junto com as demais almas que eventualmente passavam por lá para ser julgadas e mostrar outras faces do ser humano que a Chiyuki sozinha não seria capaz). E nisso, especialmente nesse episódio, Death Parade foi sensacionalmente bem sucedido.

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