[sc:review nota=4]

 

 

Chegamos ao clímax e desfecho desse arco de flash-backs. Com o passado enfim escancarado, a motivação de cada um e sua personalidade explicadas, finalmente fica mais fácil seguir em frente. Me pergunto – sem chegar a uma resposta – se é realmente o ideal ter esperado chegar até o final da história para exibir as origens da Geração dos Milagres, ou se não teríamos aproveitado melhor certos arcos anteriores (o do Aomine e do Murasakibara, talvez) se já não soubéssemos ao menos parte dos acontecimentos. Por um lado, a espera longa valeu, e muito, a pena. Por outro, mesmo entendendo todos os pormenores agora só falta encarar o temido ex-capitão Akashi Seijuro. Com apenas mais oito ou nove episódios pela frente, fico sem saber se será o bastante para exibir o jogo final, confrontar Akashi, fazê-lo escolher apenas uma de suas personalidades e tornar a unir os seis jogadores milagrosos. Não creio que vá dar certo. Duvido que eles voltem a ser amigos, mesmo querendo desesperadamente o retorno de Aomine e de Ogiwara, pelo menos. Kuroko e Momoi merecem isso.

O time da Teiko é tao bom, mas tão bom, que deixou de se importar com o adversário e agora os cinco competem entre si para ver quem faz mais pontos durante a partida. E não é nada meio escondido não, é na cara deles mesmo, tanto que Murasakibara aproveitou um arremesso de falho de Kise para pontuar. Por ele, não pelo time. Tenho a impressão de que esse comportamento arrogante e desrespeitoso estava arrastando nosso pobre Tetsuya lentamente em uma espiral de loucura. Ele nem conseguia mais sorrir, mas ninguém ligava pra isso. Eles deviam ter percebido quem eram e o que faziam, mas não estavam nem aí. Momoi já notara que não havia mais volta, e o fato de Kuroko não lembrar na promessa que fizera de manter todos amigos foi a gota d’água. E ela chorou, sozinha. (OK, ela não especificou do que exatamente estava falando, mas mantenhamos a poesia do momento). Pausa para momentos interessantes que eram irrelevantes para a época, que são quando eles comentam sobre os cinco Reis sem Coroa, e quando eles passam ao lado da Seirin, na época um time novo com apenas seis membros. Kuroko encontra uma identidade caída no chão (acho que do capitão Hyuga) e volta com Momoi para devolvê-la, mas o jogo Seirin x Kirisaki já começara (foi nesse jogo que a Seirin perdeu de lavada e foi eliminada do campeonato? Queria lembrar..). O garoto parou para assistir por alguns minutos, ficando cobiçoso do trabalho de equipe e empatia de um time que, mesmo fraco, dava tudo de si. Talvez seja daí que ele tenha decidido que esse seria o seu próximo colégio. Talvez não. Mas seria uma boa explicação.

 

Ela enfim se rende e também chora.

Ela enfim se rende e também chora.

 

O desânimo de Kuroko está tão extenso que, mesmo à distância, seu amigo Ogiwara percebeu. E quando os dois garotos enfim iam se enfrentar em quadra, as coisas dão errado. Kuroko até pediu para jogar desde o começo detsa vez, mas sofre um acidente na partida anterior e perde a consciência. Enquanto está desmaiado na enfermaria, recebe a visita de um muito preocupado Ogiwara, mas este não chega a entrar no quarto e tem um pequeno embate com Akashi. Admito, pra falar de forma tão direta e orgulhosa com o capitão, o garoto tem bolas, mas ainda assim fica chateado quando descobre que a tão sonhada disputa em quadra não ocorrerá porque Kuroko está proibido de jogar naquele momento. Mas fica no ar a promessa: “Darei tudo de mim. Vamos conseguir de novo.”. Quem tem a mínima experiência com animes já saberia que esta oportunidade jamais retornaria. Mas ele implora a Akashi: “Deem tudo de si.” “Não importando qual seja o placar final?”. A resposta positiva dele, definitivamente, era o prelúdio da grande merda que viria.

No último tempo, ele resolve assistir a final com seus próprios olhos, e vai até uma tela de TV escoltado por Momoi. Boa vantagem? Garota, de onde eu venho uma diferença de 100 pontos é considerada um massacre! Kuroko notou que tinha algo muito errado, e isso ficou claro quando Murasakibara fez uma cesta que Ogiwara errou! Dois pontos pro adversário! Logo ficou claro: cansados de competir entre si, o novo objetivo dos garotos era fechar o placar inteiro apenas com o dígito 1, ou seja, 111 x 11. Eles controlaram o jogo inteiro, até mesmo as cestas que levaram eram planejadas! Eu evito usar palavras de baixo calão em meus artigos para manter um mínimo de decoro, mas C*RALHO MANO, P*TA QUE O PARIU! Que raiva absurda que eu tive deles agora! Se eu estivesse no time adversário também teria desistido do esporte como o garoto fez, o sentimento de inferioridade e de incompetência de alguém nesse momento não pode ser mesurado. Tanto é que, após o ocorrido, ele chegou a mudar de escola. Quando acusado por Akashi de só se importar com a partida por ter um amigo seu envolvido, o próprio Kuroko finalmente deixa o time. Aliás, ele só se manteve no esporte ao entrar no colegial porque foi procurado por um dos colegas de Shige (Ogiwara), que lhe contou a situação mas ao mesmo tempo queria que o amigo se mantivesse no esporte. Que, ao contrário do resto de seu time de olhos gelados, Kuroko ainda tinha olhos quentes. Ele precisava continuar. Meio hipócrita ouvir isso de quem simplesmente largou o time e desapareceu, mas obrigada mesmo assim, Ogiwara. Quero muito te ver sorrindo para o Kuroko na partida final.

 

Não é o objeto, mas sim o que ele representa.

Tudo o que restou de uma amizade destruída pelo basquete.

 

E então, o ginasial acaba e os cinco titulares se separam, com a promessa de se encararem novamente no futuro. Porque, afinal de contas, só eles podiam se derrotar entre si. Akashi sabia que, mesmo tendo outro objetivo, o sexto homem também se juntaria a eles em breve, e o próprio citado diz isso em sua cara. De volta ao quarto do Kagami, todos estão surpresos, mas logo o ruivo ralha com ele por se preocupar demais. Não foi sua culpa pelo amigo ter deixado o esporte, e ele precisa sair desse sentimento de uma vez. E que ele não está mais sozinho. Era tudo o que o garoto mais precisava ouvir nesse momento. Quando todos estão indo embora, ele fica a sós com Kagami e conta que já encontrou a resposta para o seu estilo de basquete. É meus amigos, o basquete de Kuroko finalmente se mostrará em toda a sua forma. Mais alguém aí está empolgado que nem eu?

 

Então, que tal um sorriso de vez em quando, heim?

Então, que tal um sorriso de vez em quando, heim?

Comentários