[sc:review nota=4]

Acabou! Pra quem gosta, vai deixar saudade. Não acredito que seja o tipo de anime que tem segunda temporada, mas não percam as esperanças. Eu não vou ser hipócrita, nunca fui: achei uma série medíocre e espero que termine por aqui. Mas teve lá seus pontos altos, e esse episódio final foi divertido. Embora, confesso, saber que era o último tenha me dado um ânimo extra enquanto assistia, hehe.

A dullahan que apareceu no episódio anterior se chama Lala e não é deusa da morte coisíssima nenhuma. Ela apenas vive fazendo tipo. Convenceu todo mundo, menos o protagonista que de alguma forma inexplicada e inexplicável conseguiu enxergar através dela. Eu poderia dizer que talvez seja apenas bom senso, mas em um mundo onde monstros existem não me parece tão improvável assim que existam também aqueles que possam sentir e prever a morte. Enfim, as garotas não perceberam e é isso que importa. Tentaram loucamente “salvar” seu líder de harém e no processo quase mataram ele de verdade, cada uma à sua moda. Quer saber mais sobre a personalidade de uma monstra? Veja como ela quase mata alguém sem querer.

Então é assim que dullahans comem

Então é assim que dullahans comem

A Papi saiu voando com ele, mas era noite e ela não enxerga direito – não só arrastou-o pelo chão como chocou-se em alta velocidade contra uma placa. O protagonista de olhos de rascunho foi salvo pela Suu, que procedeu a sua habitual tentativa de afogamento. Cerea, a mais séria de todas e uma das fisicamente mais fortes, carregou-o em seu lombo para longe dali. Não haveria problema nenhum em seu plano se ela não começasse a fantasiar e delirar no meio do caminho enquanto não percebia que havia derrubado-o e estava arrastando o protagonista. Lala apareceu nesse momento e Cerea ficou para trás para segurá-la, enquanto Mero surgiu para sua vez de tentar matar, quero dizer, salvar o protagonista. Ela fez um bom trabalho fugindo com ele pelo rio e levando-o até a margem, mas daí, porque a Mero é a Mero, ela decidiu que era inevitável que o protagonista de olhos de rascunho morresse e portanto que deveriam pelo menos copular antes disso para que ela ficasse com uma lembrança dele. É evidente que isso só poderia ser feito debaixo dágua e ela teria o afogado se a Miia não tivesse chegado a tempo. Depois de chacoalhá-lo e espatifá-lo na margem com sua cauda, Miia confronta Lala e Rachnera, que porque é a Rachnera se convenceu que era inútil lutar contra o destino e se uniu à pretensa cavaleira da morte. O protagonista usa sua sabedoria de protagonista e sai andando dali, dizendo que nada irá acontecer e, por que ele disse isso?, que se casaria quando chegasse em casa. Bom, ele não se casou com ninguém, mas a farsa da Lala foi exposta.

Isso é mambembe, é pastelão, mas é engraçado. Talvez doze episódios só com isso não fossem tão divertidos (e convenhamos: boa parte da comédia do anime foi assim), mas para um episódio eu gostei. De todo modo, como já estabelecido há vários episódios, esse também foi dividido em duas partes distintas e independentes. Uma comédia de esquetes, um formato muito mais comum na adaptação de 4komas (as tirinhas japonesas), o que não é o caso de Monster Musume. Não entendo muito bem essa decisão, mas como gosto muito mais da comédia do que do fanservice de Monster Musume não reclamo.

Anime bem desenhado é isso aí

Anime bem desenhado é isso aí

Mas e o fanservice? Claro que teve fanservice no último episódio também. Foi pouco, mas teve. E foi do tipo tosco de fanservice comum em Monster Musume e outros haréns ruins por aí. Eu não tenho nada contra haréns ou fanservice por princípio. Mas o fanservice do tipo de Monster Musume, com uma garota tarada perseguindo um protagonista saudável e no auge de sua juventude e vigor físico que parece estar fugindo de um monstro (ok, em Monster Musume ele tecnicamente está fugindo de um monstro, mas você entendeu o que eu quis dizer, espero) é apenas tosco. No mundo real, quando uma pessoa avança sensual ou sexualmente sobre outra (vou ignorar os casos que poderiam ser enquadrados como crime para facilitar a análise, ok?) há duas respostas possíveis: a pessoa que recebe o avanço aceita ou rejeita. Quando rejeita, a situação costuma ficar constrangedora, forma-se um clima de vergonha entre as partes envolvidas, essas coisas. Pense na sua vida de paquera (você tem uma, não tem?) e me diga se eu estou errado. Se aceita, as coisas esquentam. Okusama ga Seito Kaichou!, que passou nessa temporada, chegou mais perto disso. Aquele fanservice lá é bom. Como no entanto ele se aproxima da fronteira da pornografia, a maioria dos mangás e animes opta pela rota da rejeição. Inclusive Monster Musume. Mas imagine quão tosco seria uma série onde o protagonista constantemente rejeita suas haremetes e o clima se torna pesado em seguida (alguns haréns incluem uma ou duas haremetes que reagem à rejeição com constrangimento, ainda que de forma exagerada, mas não é o caso aqui). Então o que costuma acontecer é o bizarro mesmo: rejeitadas, elas continuam investindo e atacando, como se nem tivessem percebido que foram rejeitadas.

Isso é tosco. Eu acho tosco, porque é demais inverossímil. Se não conseguem criar uma história mais crível com fanservice mas sem pornografia, que se abstenham dos avanços de caráter sensual ou sexual, ou pelo menos os reduzam. Eu prefiro meus haréns assim. Sou fã número um de Love Hina. Não deixa de ser um aspecto pouco crível imaginar a relação entre jovens com os hormônios em ebulição que no entanto encontram dificuldades até mesmo para se beijar (e isso não é um problema só de haréns, mas de romances em geral – assistiu Ore Monogatari?) ou para, pasme, dar as mãos ou estabelecer outros contatos físicos pequenos e inocentes. Mas sem dúvida prefiro isso à um mundo de estupradores e estupradoras que ignoram a vontade do parceiro e insistem em seus avanços, muitas vezes violentos.

  1. Pra quem gostou a serie não acaba no mangá, porem sai apenas 1 por mês
    e admito que o anime deixou a desejar, prefiro o mangá, assim como amo as hqs de the walking dead e acho a serie podrinha

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