[sc:review nota=4]

As pessoas nesse anime são meio loucas suicidas e gostam de ver o mundo pegar fogo. Ou melhor: gostam de ver monstros gigantes destruírem tudo. Bom, não todas, só algumas, mas muito mais que o saudável para qualquer sociedade. O Jirou é uma dessas pessoas e ter percebido isso é uma das razões que o faz odiar tanto assim monstros gigantes. A outra é ele ter um desses dentro de si mesmo, conforme eu suspeitei. Quero dizer, isso não está exatamente claro ainda, mas pelo menos parece ser no que ele acredita por enquanto. No geral, o que dizer sobre Concrete Revolutio até aqui? Uma história que começou com potencial, mas agora já misturou tanta coisa que não levo a sério que vá resolver nada direito. Tem personagens legais, o que é bom, e uma narrativa não linear bem maluca, o que seria bom se o anime tivesse mais conteúdo. O que está achando? Continue comigo e veja em mais detalhes o que eu estou achando.

Resumindo a história inteira até agora: existem super-humanos mas eles não são necessariamente bem vistos pela sociedade. A Emi colaborou com um maníaco por monstros gigantes para que super-humanos tivessem a oportunidade de derrotar essas bestas e assumir a posição de heróis. Não porque ela faça questão disso, mas porque o Jirou gosta dos super-humanos e ela gosta do Jirou. O plano foi combinado com a chefia do Escritório de Super-Humanos e o Jirou não sabia de nada, nem a Kikko. Acredito fortemente que o Fuurouta também não saiba, seria temerário contar a alguém com a personalidade dele, e fica a dúvida se o Yoshimura sabia. Ele guarda segredos até mesmo de outros membros da equipe e por isso saiu da minha lista de personagens confiáveis. Enfim, retornando: a crise dos monstros gigantes foi contornada de alguma forma, mas ainda há o algo misterioso que aconteceu entre o passado e o presente que mudou completamente o Jirou, e não faço ideia do que possa ter sido. Uma guerra? Um incidente com monstros gigantes? Com super-humanos? Com ambos?

Até esse arco eu estava certo de que os super-humanos eram a chave para tudo. A mudança do Jirou, a queda do Raito, o desespero do Fuurouta em seu arco de desenvolvimento pessoal, tudo apontava para algo nesse sentido. Heróis não eram tão heróis, e monstros não seriam tão monstros. Mas o governo é sempre o governo e a culpa é sempre dele. Os dois últimos episódios fizeram bem em revelar mais detalhes sobre as relações entre os membros do Escritório de Super-Humanos, bem como revelar alguns detalhes sobre seus membros secundários para a história, mas o que foi essa fixação pelos monstros gigantes? Por que pessoas normais sentem uma compulsão irrestível de vê-los destruir tudo, a ponto de deixar de se importar com as próprias vidas? Veja bem, isso é sim algo interessante e que pode ser melhor explorado, mas não me parece que tenha nada a ver com a história de Concrete Revolutio até agora. É uma história sobre moral ou sobre instintos incontroláveis, afinal? Não consigo conceber como ambos possam se entrelaçar em um só roteiro curto (o anime terá apenas 13 episódios) e ser resolvidos de forma satisfatória. Pelo menos os personagens ainda são legais, né?

A Emi, por exemplo. Já falei de como ela, na prática, traiu o Jirou porque o ama. O que será o amor para ela, de todo modo? Aliás, será que ela é Maria ou não? Se não for, aquele terá sido o personagem misterioso mais inútil da história. Se for, então antes ela queria beijar muito o professor Magotake, mas agora só tem olhos para o Jirou? Que ela conhece desde que ele era criança? Bom, ela é um youkai, não acho que eu deva descartar nenhuma hipótese. Mas que chata e tosca a forma de nos “preparar” para o poder dela. Sim, eu cheguei a me perguntar se ela não poderia ser a auxiliar do radialista criador de monstros maníaco simplesmente por nunca ter aparecido junto e por ter dito em dado momento do episódio anterior que estava fazendo “outra missão”. Era óbvio que isso era suspeito. Mesmo assim esperava algo mais sutil, não sei. Eu dei bastante importância para aquelas fotos que apareceram no episódio anterior, quero dizer, por que haveriam fotos jogadas em cima de uma ponte em uma cidade em pânico durante o ataque de um monstro? Mas elas só ganharam aquele close-up para revelar o poder da Emi. Que bobagem. Não é como se eu fosse ficar chateado de ver a Kikko descobrindo isso nesse episódio mesmo se aquilo nunca tivesse acontecido em tela. Ela é uma raposa, não é? Youkais raposas têm esse poder, e não é como se Concrete Revolutio tivesse se preocupado em revelar a mecânica do poder dos demais personagens até agora antes que ela fosse realmente importante. Eu sei que estou vendo personagens super-poderosos e espero ser surpreendido por isso. Com a Emi acharam que o extremo oposto de “surpresa” é que seria melhor. Então tá, né.

Kikko e Emi tem uma conversa de mulher pra mulher

Kikko e Emi tem uma conversa de mulher pra mulher

A Kikko já nem se esforça mais pra esconder que só entrou no Escritório de Super-Humanos porque se apaixonou pelo Jirou. Se apaixonou bem rápido de todo modo, hein? Hehe. Nada contra, simpatizei com ela desde a primeira vez que a vi, se é o que a vai fazer feliz estou aqui na torcida! O divertido foi ela ter criado uma metáfora bem estranha (e até mesmo insensível com o Jirou e com a crise que eles estavam enfrentando) para dizer isso pelas entrelinhas. O Jirou tem um monstro gigante dentro de si, literalmente, e o odeia. Então que tal se referir ao amor que ela sente por ele como se fosse um monstro que ela tenta esconder? Acho que ele não percebeu, e isso foi para o bem dela. Ainda assim, o amor nos torna burros mesmo e eu achei fofo.

O Jirou odeia monstros gigantes como já expliquei, pelos motivos que expliquei. E gosta de super-humanos sei lá, deve ser pelo mesmo motivo que o Fuurouta. Outros monstros ele não odeia, como o arco do Fuurouta revelou, e busca soluções pacíficas para os conflitos sempre que possível. Isso faz dele um personagem toscamente complicado. Ele é bastante maduro na forma como lida com monstros, infantil em sua admiração pelos super-humanos, e compreensivelmente emotivo na forma como trata os monstros gigantes. Como isso virou aquele Jirou do presente? Aliás, o que mudou naquele Jirou? Pensando bem, acho que nada. Talvez tenha um ponto de vista um pouco mais realista dos super-humanos só, e por isso reitera, depois de tudo, que precisa do Fuurouta infantilmente idealista. Mas segundo o Raito, a treta parece ter sido coisa do governo!

O chefe Akita é um extraterrestre com o poder de possuir coisas e animá-las, o que me faz pensar se o corpo dele não é um cadáver ou um boneco. Bizarro de qualquer forma. O Yoshimura usa seu poder de prever o futuro para proveito próprio e de suas missões mas não confia em seus companheiros o suficiente para contar que possui esse poder. Provavelmente todo mundo lá acha que ele só consegue mesmo parar o tempo, e apenas por causa daquele artefato que carrega consigo. Mas de longe o mais suspeito de todos é o professor Magotake. Ainda não sei direito qual a função dele ali, parece ser um cientista faz tudo. E está coletando amostras de sangue do Jirou sem que ele saiba, até onde eu entendi. Qual é a agenda dele? Concrete Revolutio tem personagem demais com motivações aparentemente incompatíveis demais e linhas de enredo temáticas demais. A partir de agora vou só torcer pra Kikko ficar junto com o Jirou que ganho mais.

Força garota, tô contigo e não largo!

Força garota, tô contigo e não largo!

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      E quem não shippa? =D Mas essa história dela ser uma princesa do inferno e estar destinada a dominar tudo por lá meio que coloca ela na rota de heroina trágica

Comentários