[sc:review nota=4]

O Kimito apareceu bem pouco nesse episódio, e nossa, isso é raríssimo em haréns. Isso é um harém, não é? Quero dizer, todas as garotas gostam dele. Menos a Karen, a Karen quer matar ele, mas isso provavelmente é uma forma de amor também. Esse é o ponto de um harém: todas as garotas gostam ou se envolvem com o protagonista, de forma que a história que importa é a do protagonista. Mas esse também é o ponto fraco do harém: limita muito vários personagens que poderiam ter muito mais potencial, e foca em um único personagem que na maioria das vezes é bastante normal, senão completamente chato. Como animes assim fazem sucesso? Cobrindo seus furos de roteiro e sua falta de temas interessantes com fanservice, muito fanservice, toneladas de fanservice. Shomin Sample com certeza é um harém, e sem sombra de dúvida tem doses generosas de fanservice, mas é também uma comédia, o que se não garante uma história decente, pelo menos garante que ela não precisa de fanservice o tempo todo para se manter interessante. E, surpresa das surpresas, parece que Shomin Sample se importa pelo menos um pouquinho em desenvolver suas garotas. Ponto positivo!

Antes de chegar à carne do episódio, deixe-me comentar um pouco sobre a mui amiga do Kimito que foi responsável direta por ele ter ido parar ali: pensei que ela não fosse ter importância nenhuma na história, mas esse episódio se deu ao trabalho de contar um pouco mais sobre ela, então ela deve ser importante, portanto deixe-me pelo menos manter notas sobre ela. Eri Hanae é uma dubladora e uma idol, que se comporta como tal obviamente mas não o tempo todo. Quando está sozinha sua personalidade horrível vem à tona: ela é uma garota que gosta de ser o foco das atenções (portanto a escolha de carreira não deve ter sido acidental) e não parece ter o menor pudor ou qualquer tipo de limite moral para atingir seu objetivo. E ela enviou o Kimito para lá, terá sido apenas para pregar uma peça mesmo? Ou será que ela achava que o amigo de infância, de alguma forma, a atrapalhava? De todo modo eles se mantém em contato. Ele está jogando um erogame apenas porque ela dublou (e parecia fazer isso por amizade mesmo, não porque goste do tipo de jogo ou sequer por sentir algum desejo oculto atendido ao ver a personagem que tem a voz de sua amiga dizer coisas românticas para ele), e ela não parece feliz com o fato dele estar se dando bem em seu novo colégio (embora não dê para dizer se ela ficou com raiva especificamente dele ou se apenas já estava brava com sua entrevistadora de instantes antes).

No banheiro nossas personalidades ficam nuas, não é, Eri?

No banheiro nossas personalidades ficam nuas, não é, Eri?

Agora ao que interessa. Quem mais participou desse episódio foi a Hakua. Kimito acordou logo no começo e a encontrou nua dormindo ao seu lado. Eu vi isso e já soube que esse momento iria ser definidor para o tipo de harém e tipo de protagonista que o Kimito é: ele iria fazer um escândalo, surpreso com a situação, como todo protagonista de harém costuma fazer nesses casos? Ele é mais do mesmo, ou tem algo de diferente? Para minha alegria, ele respondeu com maturidade e nenhuma conotação sexual se viu naquela cena (além da própria montagem da cena, é claro). A vestiu, e foi isso aí. Depois quando ela estava ajudando-o a cozinhar as coisas foram um pouco mais escandalosas, mas de novo, nenhuma conotação sexual desnecessária. A Hakua ainda ocupava as mentes preocupadas das outras garotas do Clube Plebeu: Aika e Reiko estavam com ciúme do Kimito, e Karen estava com ciúme da Hakua. Até agora, a Karen é a personagem mais pervertida e censurável de Shomin Sample; ela estava bem melhor antes de conhecer a Hakua, agora caiu bastante no meu conceito – há um limite de até onde a piada dela gostar da Hakua tem graça para mim, e esse limite foi estourado seguidas vezes sem dó nem piedade nesse episódio.

Hakua nunca havia ouvido uma charada na vida

Hakua nunca havia ouvido uma charada na vida

De um jeito ou de outro, todas passaram um dia sem Kimito no quarto dele. Hakua quis ir embora, mas as outras garotas a convenceram a ficar – eram amigas, afinal, não eram? Bom, tudo o que elas queriam era conversar com a Hakua para convencê-la a não ficar tão grudada no Kimito. Mas a anã cabeça-de-vento não deu uma só abertura para elas; tentaram de todos os modos agradá-la como o Kimito normalmente faz, mas sem ele não teve jeito, ela se alienou do mundo mesmo. E elas teriam terminado esse quadro frustradas, mas a própria Hakua as chamou de amigas no final, então ficaram mais ou menos felizes e, suponho, mais ou menos envergonhadas por estarem com ciúme dela.

O destaque do episódio, contudo, foi a relação entre a Aika e a Reiko. Além da sequência com todas as garotas onde as duas concordaram e estiveram “do mesmo lado” o tempo inteiro, elas também tiveram um tempo particular só para elas. Apenas as duas apareceram no quarto do Kimito e por puro despeito acabaram ficando lá as duas. Provocaram bastante uma a outra, mas sempre recuando um momento antes de magoarem a outra de forma irreparável – especialmente a Aika. Elas são mesmo amigas, no fundo, não é? Apenas são bastante diferentes e, pra piorar as coisas, estão agora apaixonadas pelo mesmo garoto embora não entendam muito de “paixão” ainda. Mas se tem uma dupla de personagens nessa temporada nos ensinando que não importa quão diferentes, duas pessoas ainda podem ser amigas, são Aika e Reiko. E essa é a lição do episódio, pessoal, até semana que vem!

Ninguém vai julgar o que duas amigas fazem entre quatro paredes

Ninguém vai julgar o que duas amigas fazem entre quatro paredes

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