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Um episódio inteiro dedicado a essas maravilhosas caricaturas da animação japonesa: as empregadas. Empregadas de verdade, empregadas de Maid Cafe, as haremetes como empregadas, as empregadas maternais da Hakua, a misteriosa empregada Miyuki. O problema é que eu não gosto de empregadas. Não desgosto também, nada tão forte assim. Quero dizer, eu comecei o texto falando sobre como elas são maravilhosas mas eu estava sendo irônico. Eu sei, não sou muito bom nisso. Irônico, não? Tá, não teve ironia nenhuma, apenas uma piada bem ruim. Vou parar de enrolar e falar do episódio logo.

As haremetes do Kimito ficam surpresas com o fato dos plebeus viverem sem empregadas. Como conseguem? E além disso, os mangás que a Aika lê estão cheios delas! É a piada básica do anime, não é? Os dois mundos são tão diferentes que as princesas sequer conseguem compreender os plebeus. Não lembro exatamente quando foi, mas há vários episódios parei de rir disso. Acho divertido a reação das garotas de todo modo, as caras que elas fazem e os absurdos que falam. No pastelão Shomin Sample manda bem quando quer.

"Sua conta, senhor"

“Sua conta, senhor”

E veja só, existe um tipo de empregada que os plebeus têm: aquelas que trabalham em Maid Cafés. Não são empregadas específicas de uma pessoa, e também não agem exatamente como se espera de uma empregada. A coisa do arquétipo de empregada dos animes é que, ao contrário dos japoneses, aqui no Brasil temos empregadas de verdade. Quero dizer, não todo mundo, mas até mesmo pobres contratam uma diarista de vez em quando para dar uma ajuda na limpeza ou uma babá pra cuidar dos filhos pequenos. E pobres aqui são bem mais pobres que os pobres japoneses. É cultural. Por isso deixamos bandejas na mesa na praça de alimentação e jogamos lixo por todo lado: sabemos que é o “trabalho de alguém” cuidar disso (não é, ok? jogue o lixo no lixo e tire sua bandeja da mesa, não seja um porco mal educado). Nossas empregadas não são versões romantizadas das empregadas da alta classe inglesa no século XIX. O que virou um tipo de fetiche no Japão para mim, aqui, soa tão alienígena que não vejo graça nenhuma.

Claro que em algumas histórias surgem empregadas interessantes, como a Misaki de Maid-sama, ou a Miyuki de Shomin Sample mesmo. Mas elas não são interessantes porque são empregadas, mas apesar de serem empregadas. São exemplos de arquétipos bem usados na construção de um personagem (na verdade é assim com todo arquétipo né? se o personagem for bem desenvolvido é interessante, senão…). As empregadas da Hakua não são muito interessantes.

A confusão toda que elas criaram para que Hakua e Kimito passassem um tempo juntos foi divertida. O plano simples e estúpido, o cinismo, deu para sorrir por bastante tempo com a Hakua em tela, e isso é raro, então ponto positivo. Mesmo assim o que elas são? O que a Hakua realmente é para elas? Elas pareciam mães ou irmãs mais velhas felizes por ver sua garotinha crescendo (ou fujoshis shippando seu casal preferido), mas por que agem assim? O que a Hakua realmente é para elas? Quem são elas? Eu não sei nada nem da chefe delas, que aparece com alguma frequência. Não que eu precise saber algo sobre elas para me divertir. Eu me divirto com a Karen e não sei nada dela além de que é herdeira de uma família de samurais (ahn, acho que era isso, se não for é o que eu acho que é, e tá bom assim) e gosta de coisas fofas. Isso não é nada, mas isso junto com as ações e reações dela me dá bastante com o que me divertir e especular. Já as empregadas da Hakua são apenas apêndices dela, não têm existência própria e eu me sinto até meio imbecil por escrever tanto sobre personagens tão irrelevantes. Mas elas estiveram nos holofotes nesse episódio, entende? Pra quê?

Não importa. No final a Miyuki apareceu e colocou ordem na bagunça. Continuo bastante curioso com a história dela. Segundo as empregadas da Hakua não apenas a Miyuki escolheu o Kimito como o espécime plebeu para a escola como ela colocou a reputação dela em jogo para isso. O Kimito não era a primeira opção, ou não era o único, e ela forçou a mão para assegurar que fosse ele o escolhido. A história ficou um bocado mais complicada com essa informação. Ela já conhecia o Kimito? Ou foi algo estúpido como paixão à primeira vista? Enfim, nesse tipo de história não costuma valer a pena especular tanto assim, então encerro o artigo por aqui. O que Shomin Sample quiser que seja, será!

A única empregada de Shomin Sample que me interessa

A única empregada de Shomin Sample que me interessa

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