Eu não acho que o Sei tenha sido excessivamente dramático nesse episódio. Claro que ser um filho adotado pela primeira vez contatado pelos pais verdadeiros é um turbilhão denso de emoções e cada pessoa vai lidar com isso de um jeito diferente. É sem dúvida menos pesado do que perder o irmão mais novo, como foi o caso da Narushima no episódio anterior, mas ainda assim é uma barra para um adolescente lidar sozinho.

Por que o título, então? Porque eu sou engraçadão pra caramba e isso é só um trocadilho com o envolvimento do Clube de Drama e o teatro improvisado que foi o cerne do episódio. A minha idade e meu senso de humor me qualificam, se estiver precisando de um Tio do Churrasco não hesite em me convidar para seu próximo domingo ensolarado alimentado à carne assada na brasa!

Gostei desse efeito sobre a cama

Gostei desse efeito sobre a cama

Só para constar: me irrita que continuem chamando o clube de Clube de Sopro. Eles sequer podem ser um clube de sopro se pretendem participar de uma competição de bandas, e a animação de abertura deixa claro que pelo menos um percussionista vai entrar para o clube. Mais do que isso, me incomodam as legendas ruins e com certeza erradas. Tocar “garrafa de cerveja”? Esperar a “estátua de limitações” passar? Pena que não tem Haruchika no Crunchyroll. Talvez eu deva passar a assistir em inglês. E com isso o ciclo se fecha e volto ao início do parágrafo: será que estão mesmo se intitulando clube de sopro? Pode ser só outro erro de tradução. No episódio anterior ora diziam clube de sopro, ora de metais. Talvez o erro não esteja no material original, né?

Mas agora parei de reclamar da legenda e vou falar desse terceiro episódio de Haruchika. Que deveria ser episódio só de Haruka, porque a Chika foi completamente inútil dessa vez. Ah, quando eu começo a reclamar não consigo parar, só mudo de assunto! Mas estou errado? A Chika dessa vez serviu apenas de ponto de vista. Ela já vem exercendo esse papel desde o começo, mas pelo menos havia participado pra valer nos outros dois episódios. Nesse o Haruka fez tudo sozinho e irritou a Chika, que retribuiu esse gesto de confiança com um chute mais uma vez. Será que ela vai chutar o Haruka em todos os episódios? Pensando bem, que tipo de piada melancólica para ser a piada recorrente do anime. A outra é boba também, mas um pouquinho mais civilizada: a Chika tentou arranjar um tempo sozinha com o professor mas teve seu plano frustrado pelo Haruka. Enfim.

Desculpa Maya, mas seus latidos mais pareciam um bebê foca se afogando

Desculpa Maya, mas seus latidos mais pareciam um bebê foca se afogando

O caso da vez é um sino-americano que na verdade é apenas chinês adotado por americanos. Ele sempre soube que foi adotado (bom, acho que só o Lóide de Débi & Lóide passaria a vida sem saber que foi adotado quando seus pais visivelmente são de outra etnia), mas recentemente sua família biológica o localizou e entrou em contato. Como toda criança, ele lidou com a mudança de pais e todas as dúvidas e tristezas que isso envolve simplesmente não pensando no assunto, mas uma mala e uma carta o obrigaram a pensar nisso pela primeira vez na vida. Seus pais chineses o amam, ele tem um irmão mais novo que o admira (por que outra razão iria querer tocar o mesmo instrumento musical?), eles querem conhecê-lo e nunca foi intenção deles abandoná-lo. As circunstâncias é que eram complicadas.

A peça alternar entre o mundo da imaginação e o mundo real ficou confuso, mas gostei dos figurinos imaginários

A peça alternar entre o mundo da imaginação e o mundo real ficou confuso, mas gostei dos figurinos imaginários

Bom, isso é o que eles dizem hoje e é a mensagem que o anime quer passar, vocalizada pela Chika. A China é famosa por sua política de filho único, ok. Mas o Sei era o primogênito. Ele nasceu com algum problema congênito nas pernas que, suponho, seus pais adotivos americanos pagaram para tratar. Por que ele foi dado para adoção? Segundo a Chika, porque seus pais queriam que ele fosse criado por alguém que pudesse curar suas pernas. Claro que sim. Isso absolutamente não poderia ter a ver com o fato deles não quererem ter um filho deficiente. Eles o amam e queriam o bem dele! E há fatos que corroboram isso: a palavra deles. Inclusive a palavra criptografada através dos números da trava da mala que enviaram para ele.

Olha, eu até acredito que depois desses anos todos eles possam estar felizes e orgulhosos do filho. Mas não consigo acreditar que terem se livrado dele foi um ato de amor altruísta. Talvez tenha sido sim, não dá para saber. Ou melhor: aposto que na cabeça do autor de Haruchika é isso sim. Mas não é assim que interpreto a história e não é para isso que os fatos dentro da própria história apontam. Mas eu sei ser otimista do meu próprio jeito: como não há como ter certeza, acredito que o Sei deveria tentar conhecer sua família biológica sim. Pelo menos seu irmão mais novo com certeza não está envolvido em nenhum hipotético abandono do irmão, simplesmente porque ele sequer existia quando isso aconteceu. Se eles forem boas pessoas hoje, valerá a pena conhecê-los. E é muito mais difícil viver com a eterna incerteza do que com a possível frustração caso as coisas não deem certo entre eles. A dúvida vai sempre te provocar, fazendo você se perguntar se tomou a decisão correta, mas a frustração é certeira e superável.

Você ganhou UM MILHÃO DE REAIS em barras de ouro que valem mais do que dinheiro!

Você ganhou UM MILHÃO DE REAIS em barras de ouro que valem mais do que dinheiro!

Haruka, com a ajuda do professor Kusakabe e do Nagoe, o presidente do Clube de Drama, deram o apoio que o Sei precisava para tomar a decisão correta. E ficou mais ou menos implícito que a Narushima gosta do Sei. E essa é minha deixa para encerrar esse artigo com mais uma reclamação: claramente o Haruka e o Nagoe sabiam toda a história do Sei (aliás, alguém invadiu a casa dele e roubou a mala? puta merda). O Nagoe tem a desculpa de ser seu melhor amigo, mas e o Haruka? Só porque é da mesma sala ficou sabendo? Levanto essa questão porque o professor Kusakabe tratou do assunto como se fosse um grande segredo ao se negar a contar o caso todo para a Narushima. Posso entender todos os sentimentos envolvidos nisso, mas acho complicado quando segredos que não são tão secretos assim circulam. Na vida real e na ficção.

Pro inferno com todos os segredos do mundo!

Pro inferno com todos os segredos do mundo!

  1. Essse anime é visualmente bonito.Mas,até agora ele ta sendo tão zzzzzz é serio,eu fico assistindo e pausando,ele não consegue me prender!Ainda é cedo para dizer que não gosto dele. Sabe,as legendas erradas me fizeram crer no primeiro episodio que seria um anime com mistério,e aí teve aquele desfecho e não entendi o que tinha visto,tive que re assistir com outra fansub. O fato que me intriga no anime é como o Haruka descobre tudo sozinho sem ajuda,que poder paranormal é esse,talvez eu esteja sendo lenta ou desatenta ,mas não entendo como ele consegue chegar aquelas conclusões pegando os envolvidos de surpresa.(Me referindo ao episodio 2 e 3) Não sei o que pensar desse anime,tá parendo um slice of life dramático,onde todo mundo que se junta ao clube tem que vir com um passado trágico e muita pressão.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Não dá para dizer que as histórias dos personagens secundários sejam muito atraentes mesmo. Sem dúvida dramáticas, mas realmente, e daí? Se é para resolver traumas complexos como a perda de um irmão no espaço de um episódio isso passa a ser só melodrama barato. Pornografia de sofrimento, se quiser ir longe.

      E o Haruka parece mesmo ter parte com o tinhoso =D Mas pelo menos a paranormalidade dele é compensada pelo excesso de burrice e inutilidade da Chika? LOL. Bom, pelo menos no caso do episódio anterior não achei tão exagerado ele ter descoberto o segredo – mas ele ter resolvido o quebra-cabeça antes foi imprudente demais. A Narushima é que eu achei bem tapada mesmo. Ela com certeza percebeu a tela colada em cima, o contrário é impossível. Assim sendo, o primeiro pensamento lógico seria montar de acordo com as cores abaixo. Oh, bem, ela que se dane, e o chinesinho também =P

      É um clichê comum mesmo no mundo real, não é? A ideia de que artistas precisam ser emocionalmente perturbados para serem bons artistas. É isso. Vão reunir um hospício e chorar pelo caminho todo até a competição.

Comentários