Acabou! E eu demorei para escrever esse artigo. Tipo, demorei bastante. Admito que minha jamais oculta má vontade para com esse anime não me animava nem um pouco a escrever esse artigo, mas não foi por isso que atrasei. Foi por causa das estreias todas. Viu que ontem (18/04) publiquei o décimo artigo de primeiras impressões da temporada de abril de 2016? Estou assistindo um número assustador de animes essa temporada também, e por enquanto estou me mantendo mais ou menos em dia. Noutras temporadas já teria começado a deixar alguns para trás. Não é que essa temporada esteja muito melhor (está melhor, mas não é muito e não é por isso), mas sim que eu tenho tentado me manter em dia com todos os animes meio que por “responsabilidade”. Minha coluna semanal no OtakuPT ajuda, já que nela eu me proponho a comentar sobre todos os animes que ando assistindo. E se eu não assisto, eu não comento, né?

Por fim, tenho dedicado uma boa parcela do meu tempo construindo o coletivo Blogosfera Otaku BR, que é um espaço para vários blogs brasileiros de mangá, anime e afins trocarem experiências e firmarem parcerias bem como para criarmos iniciativas coletivas para oferecer mais conteúdo a todos os nossos leitores, como os artigos de compartilhamento de artigos e a página no Facebook. Se você tem um blog de mangá, anime ou temas otakus em geral e quiser participar deixe um comentário abaixo ou entre direto no nosso grupo. Se você é apenas um precioso leitor, por favor acompanhe a página da Blogosfera no Facebook.

Início de temporada, trinta e três animes para três otakus tristes e a Blogosfera Otaku BR e de repente me vi sem tempo nenhum. Mas agora as coisas devem voltar ao ritmo normal, já estou escolhendo os animes que vou acompanhar (se tiver sugestões, deixe nos comentários porque não decidi ainda!), uma antiga redatora conhecida de quem acompanha o Anime21 há mais tempo irá retornar, e tenho alguns artigos especiais planejados também. E vou encerrar minhas obrigações com a temporada de janeiro de 2016 com esse artigo de Ajin e com o de Rakugo Shinjuu que deverá sair amanhã (20/04). Obrigado pela paciência, e por favor leia abaixo minhas impressões sobre os dois episódios finais de Ajin!

Os episódios 12 e 13 foram narrativamente muito parecidos. No episódio 12, o Satou foi caçado pela polícia, sob controle do Tosaki. No episódio 13, o Kei foi caçado pela polícia, sob controle do Tosaki. No episódio 12 o Satou esteve em desvantagem extrema e inesperada. No episódio 13 o Kei esteve em desvantagem extrema e inesperada. No episódio 12 o Satou manifestou um poder maior que o esperado pelas autoridades. No episódio 13 o Kei manifestou um poder maior que o esperado pelas autoridades. No episódio 12 o Satou contou com a ajuda de outros ajins. No episódio 13 o Kei contou com a ajuda de outro ajin. No episódio 12 o Satou conseguiu escapar no final. No episódio 13 o Kei conseguiu escapar no final.

Bom dia, Satou!

Bom dia, Satou!

O Tosaki está em uma enrascada monstruosa. Do ponto de vista do espectador talvez até pareça compreensível que ele tenha saído derrotado pois ele não sabia a total extensão dos poderes do Satou e do Kei, e nos dois casos esteve bem perto de capturá-los também, o que vale alguma coisa. Mas lembre-se do ponto de vista do chefe do Tosaki: ele não quer nem saber. Já está irritado o bastante com o Tosaki desde que o Satou resgatou o Kei da farmacêutica. Na verdade ele não tinha esperança nenhuma que o Tosaki vencesse o Satou no episódio do terrorismo contra a farmacêutica, contava mesmo é que ele falhasse mais uma vez para ter um motivo para se livrar dele de uma vez por todas. E como ele sabe demais, “se livrar dele” provavelmente não significa apenas demissão. A oportunidade de capturar o Kei foi um bônus, uma chance caída do céu de se redimir quando ainda não havia passado tempo suficiente para ele ser “demitido”, e não obstante ele fracassou mais uma vez. O Tosaki está ferrado. A não ser que enxerguem valor nas descobertas dele em sua última luta com o Kei.

E agora, Tosaki?

E agora, Tosaki?

Embora eu não esteja satisfeito com o anime por causa de seu ritmo, admito que os dois episódios finais foram divertidos. Especialmente o 12. Como eu torci para o Satou ser capturado. Eu acreditei que ele seria capturado, sabia? Eu sei, tolice minha, os grandes vilões devem ser derrotados pelos mocinhos, não por outros adversários, mesmo que tais mocinhos sejam protagonistas sem graça nenhuma. Bom, agora o Kei está acompanhado do Kou, talvez a história se torne melhor por causa disso? Ele pode aprender um pouco com o novo companheiro, e em qualquer caso prevejo muita comédia na interação entre os dois. Mas esses episódios não foram isentos de falhas.

No episódio 12 achei absurdo o quão poderoso o Satou se mostrou. Como eu disse em comentários por aí, nem o Rambo conseguiria escapar ileso se estivesse tão cercado por inimigos fortemente armados. Mas o Satou, assim que conseguiu garantir sua ressurreição, se tornou uma máquina de matar imparável. Achei exagerado. Não acho impossível que ele conseguisse escapar naquelas circunstâncias, mas a diferença de poder que ele demonstrou em relação aos policiais foi demais para ser verossímil. Lembre-se que o único super-poder dos ajins é a imortalidade. Eles não têm super-força, super-agilidade, super-velocidade, sentidos extraordinários, nada disso. Por melhor treinado que ele seja, e por mais que ele saiba usar sua condição de ajin em sua vantagem durante combate, como ele já havia demonstrado quando invadiu o laboratório para resgatar o Kei, ele não é melhor do que o melhor soldado de forças especiais mais bem treinado do mundo. E suponho que mesmo um desses (um “Rambo”) teria extrema dificuldade naquela circunstância. Mas isso ainda está aberto a interpretação né? Alguns podem dizer que é assim porque assim fica mais legal e quejandos e eu vou dizer ok, para mim não ficou mas entendo o argumento.

Ih! Rapaz...

Ih! Rapaz…

Não é o caso da falha do episódio 13. Eu consultei pessoas, revi meus próprios artigos, meus arquivos, revi trechos dos episódios, mas nada justifica a postura do Tosaki perante o Kei. Ele desce do helicóptero e diz que o Kei é mais inteligente, mais astuto, mais calculista que a média das pessoas. Com base em que ele diz isso? Então: nenhuma. As interações dele com o Kei se resumem a saber que ele estava em fuga no começo do anime, observá-lo ser experimentado impotente no laboratório, estar lá quando o Satou o resgata, e depois tudo o que ele sabe é que o Kei desapareceu. Ele não tem informação nenhuma, direta ou indireta, para acreditar que o Kei seja excepcionalmente inteligente. Mesmo assim ele chega lá não com hipótese, mas com certeza absoluta que o Kei vasculhou as montanhas e está pronto para qualquer coisa. Bom, pelo menos isso não mudou muito o resultado final, mas sempre me incomoda quando coisas simplesmente não fazem sentido. Não faz sentido o Tosaki pensar dessa forma sobre o Kei – a menos que ele saiba de coisas que o anime nunca conta, e aí o erro é de continuidade.

Ih! Rapaz... por que eles sempre fogem assim?

Ih! Rapaz… por que eles sempre fogem assim?

Mesmo com esses defeitos que eu destaquei, gostei dos episódios finais. E mesmo com o ritmo entediante do anime nos episódios do meio da temporada, no geral Ajin foi um anime divertido. Não sei se recomendaria para alguém, mas não foi perda de tempo. De todo modo, como Satou e Kei, me sinto feliz por ter finalmente “escapado”.

Ligados pela corda de cânhamo do destino

Ligados pela corda de cânhamo do destino

  1. É muito fácil criticar Ajin, devido a animação em 3D, que eu também não gosto, à história e os personagens que não cumpriram com o que o público desejava (não sei se é tudo do mesmo modo no mangá, então não posso criticar tão agressivamente). Não me ligo especialmente à dubladores, afinal, Rakugo superou todos nesse e em outros quesitos. Porém, penso que essa “segunda vinda de Tokyo Ghoul” pode sim ter outra temporada, só espero que ela seja bem trabalhada e que deem uma justificativa pro SUMIÇO DO KAI (não adianta, sempre vou brigar com isso).

    Até mais, ótimo post.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá, obrigado pela visita e pelo comentário =)

      Acho que nas cenas de ação o 3D ficou muito bom. O problema é que essas foram poucas. As sutilezas do movimento humano natural foram muito mal retratadas por esse modelo 3D usado e ficou muito estranho. Mas realmente, acho isso o de menos. O enredo me irritou muito mais – por exemplo, por causa do desaparecimento do Kai, pois é.

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