Finalmente o Subaru conseguiu superar o arco dos quatro dias na mansão! Ou eram cinco? Bom, era por aí. Primeiros dias na mansão, se preferir. Faltou muito pouco para morrer, comida de cachorro que ele se tornou, mas de alguma forma conseguiram mantê-lo vivo – graças principalmente ao esforço da Emilia.

Mas eu estava estranhando a ausência de maldições e logo meu instinto provou-se correto: ele tá amaldiçoado como nunca antes. Tá amaldiçoado pra caramba, amaldiçoado de baciada. E aparentemente maldições interferem umas nas outras, de forma que haver várias em uma única criatura torna a sua remoção exponencialmente mais difícil. Se é impossível eu não sei, mas suponho que a Beatrice quis dizer algo como “não é impossível mas não há tempo hábil suficiente haja visto que você morrerá em 12 horas kashira“.

Então ao invés de dias, o próximo arco irá se referir apenas à ação que vai ocorrer no curto período de 12 horas que o Subaru tem antes que seja multi-amaldiçoado até a morte. De certa forma é mais parecido com o primeiro arco, cuja ação ocorria nas poucas horas do entardecer até o começo da noite nas quais o Subaru e a Emilia tentavam recuperar o brasão dela e sobreviver ao mesmo tempo. Por outro lado é bem diferente visto que agora ele não pode fugir já que é a vida dele que está em jogo, mas em compensação ele está mais envolvido com várias pessoas, para o bem ou para o mal. E enquanto não é ruim três arcos em dez episódios, a coisa toda é na prática bem mais massante considerando que os episódios de cada um desses arcos apenas repetiram a mesma história, com variações.

Esse é outro dos problemas de Re: Zero. Tenho visto quem enxergue aqui uma qualidade, uma forma narrativa que permite que se explore uma mesma história sob diversos ângulos de forma a dar uma visão global mais ampla. Mas será que é isso mesmo? As repetições serviram primariamente para mostrar a história principal do arco sob um novo ponto de vista? A resposta é uma inevitável negação. Tome-se o exemplo desse episódio: parte dele foi usado para revelar informações sobre a natureza das empregadas gêmeas. E isso é bom! Eu acho que foi um uso positivo de tempo, bem como a longa cena de leitura de livro no episódio 6. Aprofundou os personagens. Quem está me acompanhando sabe o quanto eu reclamo justamente da falta de profundidade do protagonista. Profundidade de personagem é algo sempre necessário?

Como não gostar dessa personagem?

Como não gostar dessa personagem?

Um dia eu escrevo um texto só sobre isso (talvez), mas sendo sucinto: não. Podem haver outros elementos que compensem personagens rasos, a história pode ser construída de outra forma que não sobre seus personagens. Mas não sinto ser esse o caso de Re: Zero. A ação, quando tem, costuma ser boa, mas não é um elemento constante no anime nem é tão boa assim. Re: Zero é um anime que tem ação, não um anime de ação, dá para entender a diferença sutil? Mistérios a história tem aos montes, bem como um mundo completamente novo e inexplorado, mas os detalhes de um como de outro são revelados apenas na medida em que são necessários para mover o anime adiante. De novo se trata da diferença entre possuir elementos e pertencer a um gênero. Re: Zero não é uma fantasia nem um mistério.

Grosso modo, Re: Zero é um romance (não no sentido emotivo; talvez novela seja um nome melhor). Ele apresenta personagens, coloca-os em situações e nos deixa curiosos para ver como aqueles personagens vão se comportar em tais situações. Um “viveiro de personagens”. Então, você vê, Re: Zero é uma história orientada a seus personagens (character driven) mas que no entanto pouco sabemos sobre o protagonista. Ele tem se desenvolvido um pouco, o que compensa parcialmente essa deficiência. E é muito fácil se importar e se emocionar com a maioria das demais personagens, cujos detalhes vêm sendo revelados pouco a pouco desde o início do anime (ou desde o início do arco da mansão, para as personagens dessa).

... ou dessa?

… ou dessa?

Qual é a história de Re: Zero? Se for para resumir em uma frase, seria algo como “Subaru precisa superar obstáculos que ameaçam sua vida para ajudar as pessoas com quem estabelece laços afetivos”. Assim que simplesmente assisti-lo fracassar de novo e de novo, mesmo que ele tome caminhos diferentes, não é divertido. Com a mecânica da ressuscitação que molda a narrativa de Re: Zero é literalmente como assistir alguém jogando um video-game. E não é divertido assistir alguém jogando Mario e morrendo sempre na mesma fase, mesmo que a pessoa tome caminhos distintos. Mas quando o anime aproveita esse tempo extra para contar mais sobre seus personagens incríveis ele acerta em cheio.

Subaru precisa salvar a empregada azul com chifre de enlouquecer e a empregada rosa sem chifre de morrer e ao mesmo tempo salvar a si mesmo – senão ele vai apenas voltar no tempo e ter que tentar salvar as duas de novo. Não dá para contar com a Emilia que está exausta após curar o Subaru nem com o Pack que está ao lado dela, e suponho que seja temerário contar com a Beatrice porque mesmo que se possa convencê-la a ajudar não acho boa ideia deixar a Emilia apenas com o Pack a protegê-la – ela ainda é uma candidata a rainha, afinal. O Roswaal foi dar um rolê de vassoura e não me parece que chegará a tempo de ajudar. Tudo o que os aldeões podem fazer é dar uma espada comum. Boa sorte, Subaru, você vai precisar!

  1. Este episódio para mim não foi nada de especial, foi bom para o aprofundamento de um ou outro personagem, como a Ram (aquele sorriso foi lindo) de resto foi ok nada de especial. O Subaru é daquele tipo de pessoa que não tem sorte nenhuma, não morreu no episódio anterior, para neste descobrir que tem um amontoado de maldições que nem a própria Beako consegue resolver com o tempo que tem disponível, achei bem interessante aquela parte em que o Subaru ouve calmo e sereno a noticia que tinha pouco tempo de vida, como se tal coisa não fosse nada de especial, mas quando ouve que a Rem foi matar todos os majus para se livrar da maldição que eles puseram no Subaru, ele entra num colapso emocional e aqui se percebe que ele gosta das irmãs como camaradas, como se já se conhecessem à muito tempo. A Emilia nem falou neste episódio mas fez o esforço árduo para salvar o Subaru, eu ainda não percebo como o director não dá mais tempo de antena à Emilia, maldito herege, um personagem tão bom sendo desperdiçado de tal maneira, já o Pack deu-me um pouco de medo neste episódio, aquela cena em que ele conversa com o Subaru e começa a gesticular com a boca os movimentos de mordida foi arrepiante nunca pensei que os espíritos tivessem dentes tão assustadores. Gostei bastante da atitude do aldeões ,ao darem a espada ao Subaru, é sinal que o respeitam e admiram pelo esforço que ele teve para salvar as crianças, não sei se reparaste neste episódio, mas faltava uma das crianças, aquela de cabelo azul que o Subaru no episódio anterior até combateu um maju para a defender, se calhar ela já morreu. A Rem em modo Oni fica demais, eu acho que ninguém no seu perfeito juízo se punha na frente dela, quando ela estivesse em modo Oni, ela esmaga as cabeças dos majus com as mãos, agora imagine-se com uma bola de aço com espinhos. Gostei bastante do flashback das irmãs onde se percebe o porquê de a Ram ser mais fraca em tudo e a Rem ser super forte.
    Como sempre uma excelente matéria.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá, obrigado como sempre pela visita e pelo comentário! Nessa temporada você está fazendo esse blog quase tanto quanto eu, hahaha! Muito obrigado mesmo =)

      E penso como você, esse episódio em si não foi grande coisa em termos de história. Teve uma ação interessante e gostei de saber mais sobre as empregadas gêmeas, mas foi só isso. Por isso aproveitei o grosso do meu artigo para falar de um tema que permeia todo o anime, não apenas esse episódio.

      Dei pela conta da criança mais calada sim, e também estou preocupado com ela. Espero que esteja bem. Mas vai que … foi ela quem trouxe o cão nada-inofensivo em primeiro lugar, não foi? Também estava isolada das demais crianças levadas à floresta. Não seria uma reviravolta inesperada para mim caso ela se revelasse a vilã por trás desse arco.

      Sobre seus demais comentários só posso comentar, especialmente sobre a falta de destaque para a Emilia. Eu já entendi que esse arco na prática é das empregadas, mas ainda assim queria um pouco mais de Emilia.

  2. Não é preciso agradecer eu gosto de comentar e dar a minha opinião, ainda vou comentar o teu post sobre Haifuri eu já o li, mas ainda não arranjei inspiração para escrever sobre o melhor episódio de Haifuri até agora. Se a criança de cabelo azul azul foi a vilã este anime leva o prémio de melhor suspense nesta temporada, a Emilia para mim devia ter mais presença, já sinto falta da voz da seyuu dela, que é a mesma que dublou a Megumin de Konosuba, já imaginaste se ela aquando em combate dissesse ao Pack explosion eu ia rir feito um maluco e provavelmente ia ser internado numa clínica psiquiátrica mas valeria a pena.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Dublador de dois personagens fazer amálgama deles é algo que fãs de dublagem aqui no Brasil totalmente pedem aos dubladores em eventos de anime =D Pena que é impossível que estrelas japonesas venham para cá…

      • Aqui ainda é pior, muito raramente se faz alguma coisa sobre anime aqui, aqui há o Iberianime que traz várias coisas do país do sol nascente, mas de resto não há mais nada, aqui não à um grande público consumidor de animes e do seu nicho de mercado, coisa que a mim não me faz diferença, nem faz um ano fui ai ao Brasil e comprei 10 colecções de mangá aproveitando a alta do euro, eu levei 300 euros comigo e consegui passar 30 dias ai a comer e beber, mas tenho que admitir que os preços das coisas ai são absurdos.

  3. Ayrthon Wynnerson Stillson

    Mas essa menina acho que era Meily ou Emily, mas acho que é Meily, sim foi ela. Ela faz parte do mesmo clã de “cassadores de entranhas” do qual faz parte a Elsa Granhirt, a vilã que provoca a primeira morte do Subarú.

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