Polêmica e clichês! Polêmica e animação sui generis! E Zestiria. Bom, apesar de eu enfatizar as polêmicas, nada se aproxima de Kuzu no Honkai, que a Bella já cobriu – se não leu o artigo e não assistiu o episódio ainda, está perdendo tempo por quê?

Masamune-kun é uma comédia romântica escolar que usa bullying como ferramenta de enredo. Onihei é a história de um policial real que atuou na então Edo (hoje Tóquio) e implantou algumas metodologias novas nas investigações, como o uso de infiltrados. Ele também usa metodologias que hoje já são bem velhas e imorais, como tortura, e sendo o anime uma biografia (real ou fictícia) ele não critica isso, e isso pode perturbar a sensibilidade de algumas pessoas. Tales of Zestiria voltou, quem gostou tem que continuar, e é isso aí! Continue lendo para saber minhas impressões mais detalhadas.

Masamune-kun no Revenge – Sabe aquele gordinho que você não quis? Então…

Masamune e Aki, quando crianças

Masamune e Aki, quando crianças

Agora você continua não querendo mas ele voltou pra te atazanar! Quando criança, Masamune era um gordo riquinho e mimado (palavras dele próprio) que era por isso tudo zombado por todas as demais crianças. Só uma garota sempre o defendia: Aki. Como bom menino mimado que ele era, se apaixonou. E ela o recusou de forma cruel, zombando dele tanto quanto as demais crianças de quem ela o defendia. Sendo justo com ela, pela cena pareceu que ela ficou apenas muito constrangida e queria que ele fosse embora – mas isso não a perdoa por tê-lo chamado de porco, é claro.

E definitivamente não a perdoa por seu comportamento agora que é uma adolescente. Se cercando de um grupo seleto de garotas, ela manda e desmanda no colégio. Todos os garotos caem de amores por ela, mas ela não apenas recusa a todos como os recusa publicamente e de forma humilhante. Parece que ela não sabe apenas recusar uma declaração de amor de um jeito normal, não é? Enfim. Masamune mudou-se para a casa da sua mãe-loli para poder estudar no mesmo colégio que a Aki, depois de ter passado todos esses anos afiando-se física e mentalmente. Agora ele possui um corpo perfeito e notas perfeitas, além de uma personalidade aprazível – ou seja, é o perfeito príncipe colegial de animes. Que como sabemos sempre tem um problema, e o dele, no caso, é ter feito tudo isso só para se vingar da Aki: quer fazê-la se apaixonar por ele apenas para rejeitá-la de forma humilhante.

Aki também possui um segredo que talvez explique pelo menos parcialmente seu comportamento (seria uma forma de compensação, creio), mas isso você vai ter que descobrir assistindo. O importante é que os dois se reencontraram e ela já o reconheceu. Vai ser bem divertido acompanhar o relacionamento tsunderê desses dois.

Onihei – O Policial e o Bandido, entre o Bem e o Mal

Heizou escuta atentamente a história de Kumehachi

Heizou escuta atentamente a história de Kumehachi

Nossa, que título prepotente eu dei para essas primeiras impressões de Onihei, estou até um pouco constrangido. Mas acho que é bom assim porque introduz uma forma de interpretar uma obra tão violenta e moralmente questionável quanto esse anime. Onihei é a alcunha de Hasegawa Heizou, uma corruptela para “Diabo Heizou”, que é como o chefe de polícia (tecnicamente chefe do Departamento de Assaltos e Incêndios) de Edo é conhecido. A fama é por ele ser violento? Por ele ser implacável? Os dois?

O anime começa com uma cena de captura e subsequente tortura de um assaltante. Onihei não poupa o espectador de assistir um homem ter o seu pé pregado no chão – depois de certamente ter apanhado muito, como as múltiplas escoriações que ele exibia quando de volta à cela atestam. Tudo isso não apenas com o consentimento de Heizou, mas com sua presença e comando para que fosse feito. É algo, para nós do século 21, definitivamente bárbaro. Mas era a norma naquela época, não é? Será que havia uma só força policial ou milícia que tratasse diferente seus cativos no século 18? Embora meu estômago diga o contrário, meu cérebro diz para não julgar Heizou por isso.

O resto do episódio é um flashback que mostra como um ex-bom bandido (que seguia um código de três regras: não matar, não estuprar e não roubar pobres) tornar-se-ia um agente infiltrado de Heizou em seu antigo bando. Eis que ele aprendeu essas regras com seu então chefe de bando, que o expulsou sumariamente quando ele não resistiu aos impulsos da carne durante um assalto e tentou violentar uma garota. E eis que agora esse mesmo ex-chefe tão admirável que ele tinha mudou completamente, tornando-se um velho violento e assassino. E rindo de como ele era antes! Kumehachi, esse era o nome do bom bandido, entregou seu ex-bando para Onihei com muito peso no coração. Achei que ele fosse dar cabo de seu ex-chefe, mas não o fez. Esse flashback serve para equilibrar moralmente Onihei: sim, ele era um torturador (como todos em sua posição em sua época, nunca nos esqueçamos disso), mas ao mesmo tempo ele era capaz de enxergar dignidade e honra mesmo em bandidos, e os recompensava por isso.

A animação pode ser incômoda às vezes, parece ser um CGI 100% 2D, é um pouco estranho, mas eu particularmente gosto de coisas estranhas. Vamos acompanhar Onihei juntos?

Tales of Zestiria the X 2 – O Sorey continua o Sorey

Rose e Sorey

Rose e Sorey

E a Rose continua a Rose, mas agora que ela é o foco do anime, substituindo ainda que talvez temporariamente a princesa, então temos a boa oportunidade de conhecê-la melhor. E ela é exatamente como parecia ser.

Garota que sempre transborda alegria, negociante implacável, com instintos sobrenaturais para avaliar mercadorias – e inclusive descobrir quando elas são roubadas, muito querida e justa por todos que a conhecem. E ao mesmo tempo, uma assassina fria e poderosa. Uma assassina pela justiça, claro que é assim que ela se quer crer, mas uma assassina.

Suponho que esse primeiro arco será para introduzir de vez Dezel na história, o serafim que acompanha Rose e é mais tsunderê que a Edna. Estou curioso mesmo para saber como esse tipo de relação entre humanos e serafins se forma. A Rose claramente não o vê, embora já tenha visto os efeitos de seu poder diversas vezes. A fantástica abertura do game (que apareceu no final do quinto episódio da primeira temporada) mostra a Rose fundida com o Dezel, assim como o Sorey se funde aos seus serafins, então em algum momento a relação deles vai ter que evoluir, não é? Espero que junto a isso venha a explicação sobre como se formam relações dessa natureza em primeiro lugar. Por que um serafim como Dezel segue e protege uma humana que nem pode vê-lo ou senti-lo?

  1. Masamune-kun no Revenge até agora tem se provado um anime agradável de se ver, para mim o protagonista é o melhor personagem até agora, aquela mania dele comentar mentalmente os seus planos é muito engraçado. Já a Aki, não gosto dela, aquelas atitudes dela também não ajudam, isso e comer por 5 ou mais pessoas e não engorda, deve ser para meter inveja para quem tenha tendência para engordar, como o protagonista. Eu também não posso falar muito, eu se como um hidrato de carbono a mais engordo logo.
    Quanto a Onihei eu gostei bastante, eu acho o período da Governação do Japão pelo Shogunato Tokugawa muito interessante, principalmente a época final, onde os imperialistas lutavam contra as forças do Shogunato. A tortura levada a cabo ao ladrão neste primeiro episódio é brincadeira se comparadas às torturas que o Shinsengumi fazia aos inimigos do Imperador e do senhor de Aizu. Quem diria que até os ladrões japoneses tinham leis morais na sua profissão, as mais famosas são as leis/regras de honra dos samurais, mas os ladrões honrados também deviam ter os seus princípios morais. Eu gostei bastante do Heizou, ele é o que se pode dizer o típico samurai rigoroso, ele cumpre a sua profissão com afinco, mesmo que durante o processo tenha que fazer coisas menos morais, como a tortura. Já o Kumehachi teve uma vida de merda, dessa vida foi pelo caminho mais fácil que foi o de ser ladrão, mesmo com um bom líder inspirado, ele acabou por violar uma das três leis do ladrão, neste caso tentar estuprar uma mulher durante um roubo. O mais curioso é que o tipo de ladrão representado neste primeiro episódio de Onihei, era um tipo de ladrão mais para o lado do bandido, porque para ladrão a sério haviam os shinobis, ou vulgo, ninjas que realização assassinatos e roubos a soldo. Tive pena do pobre Kumehachi quando viu o que o seu antigo líder se tinha tornado foi realmente uma cena tocante.
    Quando a Tales, não à muito a dizer, a animação continua nota 10, gostei do destaque que deram à Rose neste primeiro episódio, ela a princesa para mim são as melhores personagens do anime.
    Quanto a Kuzu No Honkai, como sempre tinhas razão, quando disseste que estava com um hype elevado nele, o primeiro episódio dele foi muito bom, não vou dizer que foi das minhas estreias que mais gostei, mas valeu a pena cada minuto gasto a vê-lo, com aquela ending linda e animação excelente, eu vi este anime numa tv de 49 polegadas 4k e posso dizer que a qualidade dos cenários estão ao nível daqueles utilizados nos filmes.
    De todas as estreias as minhas preferidas foram: Showa, Onihei, Kuzu No Honkai e Demichan wa Kataritai. A que menos gostei foi a de Youjo Senki, já vi o segundo episódio e continuei a não gostar, mas fazer o quê, vou ver mais um episódio para ver se melhora.
    Como sempre mais um excelente artigo Fábio.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Eu achei o Masamune e a Aki muito parecidos! Tendemos a simpatizar com ele porque conhecemos suas circunstâncias e motivos, mas dela não sabemos nada, então vamos aguardar, né? =)

      E sim, a tortura que vimos em Onihei foi pouca perto do que com certeza acontecia de verdade, mas mesmo assim foi mais que o suficiente para embrulhar muitos estômagos, tenho certeza! Efeito da diferença entre as épocas e as sensibilidades. Foi uma cena forte para simbolizar o tipo de coisa cruel que acontecia então. Não sei se veremos outras cenas daquele tipo tão gráficas, talvez não. Sobre honra e desonra, acho que foi esse o tema principal do episódio, e talvez venha a ser algo que permeie toda a série.

      Ah, e vou acompanhar Onihei com artigos semanais, ok? 😉

      Zestiria concordo com você que não há muito o que dizer ainda, hehe. O que me preocupa um pouco, a história não parece estar nem na metade ainda mas está evoluindo muito devagar. Vamos ver.

      Tales of Zestiria também volta à grade do Anime21!

      Eu vou assistir Kuzu no Honkai agora, acredita? =D Mas fiquei realmente feliz em saber que, pelo menos nesse primeiro episódio, pelo que ouvi falarem, minhas expectativas foram cumpridas.

      Preciso assistir mais alguns animes ainda antes de decidir minhas melhores estreias, mas por enquanto são Rakugo Shinjuu, Fuuka e Gabriel Dropout!

      Voltando ao tema animes da temporada no blog, a Isabella escreverá sobre Kuzu no Honkai e o Flávio sobre Masamune-kun, espero que possa privilegiá-los com sua audiência também!

      Obrigado pela visita e pelo comentário =)

      • Já estou curioso para ver aqui os artigos semanais de Onihei, acho que vou aprender muito. Esqueci-me de mencionar Fuuka, que também foi uma das estreias que mais gostei até agora.
        Eu já comentei o artigo de Kuzu No Honkai feito pela Isabella que estava muito bom. Só acho que Kuzu No Honkai não vai ser um anime que vá a agradar a todos, mas para quem goste de um anime mais adulto vai ser bom.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Ah, a Tamao tinha justamente me dito “e Fuuka?” quando eu disse para todos na redação seus animes preferidos, hahaha, bom saber!

        Kuzu no Honkai vai ser muito bom! Assisti ontem e, na minha opinião, foi a melhor estreia da temporada!

      • Eu fiquei fascinado com a animação de Kuzu no Honkai, os cenários são lindos, o design dos personagens é muito agradável. Aquela cena de quase sexo da protagonista também foi muito bem feita, se o hentais e os ecchis tivessem uma animação tão detalhada talvez fosse capaz de perder o meu tempo a vê-los. O bloco Noitamina onde o anime passa, não desaponta, na temporada teve o excelente Fune Wo Amu e nesta O kuzu no Honkai, que espero que não me desaponte. Só tenho pena que o anime talvez fique esquecido, já que a maioria das pessoas não gosta muito de animes mais adultos, mas vamos ver.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Um dos motivos de ser do Anime21 é não deixar que tesouros assim fiquem esquecidos, hehe.

        E a animação não é só bonita, como é extremamente simbólica. Tudo lá tem significado. É genial. Leia o comentário que fiz no artigo da Isabella =)

  2. Onihei parece um filme noir ambientado na Era Edo. Está tudo lá: as cigarrilhas, o jazz de fundo, as tomadas a meia luz, a violência.

    Só falta o “gloom”. O anime é decididamente upbeat, a despeito do assunto pesado.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      E isso é positivo? =D

      Enfim, eu o achei esteticamente consistente também, só não sabia que isso era noir porque bom, conheço pouco ou nada de noir, hehe. E você o achou otimista mesmo? Bom, talvez seja. Parece que o Heizou é uma espécie de herói nacional menor, então é de se esperar esse tipo de clima em sua biografia.

      Obrigado pela visita e pelo comentário =)

      • Achei estiloso, então acho que conta como positivo =D. Claro, o tempo vai dizer se Ohihei é um daqueles animes que têm mais estilo que substância.

        Não sei se “otimista” é a palavra, mas achei o primeiro episódio bem “alegre”. Tem final feliz, mostra uma faceta humana do Heizou, malvado tem o que merece, não-tão-malvado se redime, etc. Eu consigo ver essa mesma história se desenrolando de um jeito muito mais pesado.

        Em uma nota não-relacionada, puta que pariu, que opening sensacional!

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Por ser histórico, eu esperava que fosse algo mais chambara ou derivado/inspirado pelo chambara. Mas ver algo diferente foi uma feliz surpresa (nada contra o chambara, é só que ficou realmente divertido).

        E sim, a OP é impressionante!

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