O Chugo pareceu mais velho nesse episódio do que no quinto, não pareceu? Acho que foi só impressão minha, mas se for verdade iria bagunçar bastante a linha do tempo de Onihei, porque o Kumehachi aparece no quinto episódio. Quero dizer, não necessariamente bagunça “bastante”, os eventos desse episódio podem ser poucos dias após o episódio 5, que podem ser poucos dias após o episódio 1, quando Heizou conheceu e recrutou Kumehachi. E mesmo se houver distância de anos entre alguns desses episódios não muda nada. Por tudo o que se sabe até agora, que diferença faz o Onihei ter conhecido o Zenpachi ou o Kumehachi primeiro? Embora eu acredite que ele tenha conhecido o Kumehachi primeiro mesmo, porque foi ao recrutamento dele que seus subordinados reagiram. Depois de já ter um ex-ladrão como espião, qualquer extra é detalhe.

Mas que se note: Kumehachi está ausente no episódio da Omasa, no qual o Zenpachi apareceu. Então talvez hajam sim alguns anos de diferença aí e o Kumehachi já tenha morrido (não me lembro se a Ojun apareceu naquele episódio, mas acho que não). Que, de novo, diferença nenhuma faz para o andamento do anime. É só uma curiosidade. Está tentando decifrar a linha do tempo de Onihei também, leitor?

Não deixa de ser curioso como, exceção feita ao Chugo (que é o mais pateta de todos), os subordinados mais notáveis de Heizou, o todo-poderoso homem da lei, são … ladrões. Bom, ex-ladrões que atuam como espiões, mas você entendeu. Zenpachi provavelmente é o mais popular, tendo papel importante em pelo menos dois outros episódios e tendo ganhado agora seu episódio de origem. O Kumehachi, por outro lado, teve seu primeiro episódio de origem e depois fez uma ponta no episódio do Chugo e foi só isso que me lembre. Em que pese seu episódio ter sido um dos mais potentes do anime até agora, ele participou bem menos. E por fim há a Omasa, que só apareceu em seu próprio episódio mas ficou implícito-quase-explícito que ela se tornou uma nova espiã do Heizou no final.

De todo modo, não é qualquer ladrão que pode se converter em aliado da lei, isso está bem claro. E por isso que esse episódio pareceu tão repetitivo. Teve resgate de refém, que emula o episódio da Omasa, e teve um ladrão orgulhoso de seu código de ética (as tais Três Leis dos Ladrões), que repisa o episódio do Kumehachi. Sem nenhum apelo extra além do carisma do próprio Zenpachi, esse episódio não é dos mais memoráveis. Mas tem lá seus bons momentos, principalmente a comédia que nunca falta quando Chugo ou Zenpachi estão em cena – que dirá quando Chugo e Zenpachi estão em cena!

A novidade fica por conta do funcionário do governo corrupto. E pior: é o responsável local pela lei – ocupa um cargo que parece ser o de policial, promotor e juiz tudo ao mesmo tempo. O contraste com Heizou é enorme e a comparação é inevitável. A lei (entendida não apenas como os códigos escritos e não escritos de convivência em sociedade, mas também como o poder de aplicá-los e quem detém tal poder) nem sempre está certa. Bandidos nem sempre estão errados. Preciso recuperar a pergunta que fiz no primeiro episódio: Heizou estava certo quando torturou um ladrão que mantinha sob detenção? Como já disse no artigo respectivo, para a época aquilo não era nada demais. Mas para hoje é barbárie pura, e acredito que esse episódio sirva antes de tudo para que o anime dê a sua própria resposta – e ela é que ele prega a moral contemporânea, como não poderia deixar de ser.

A lei – um sujeitinho vendido, corrupto

Zenpachi é o ladrão mais generoso e adorável do mundo, afinal de contas. Ou não é? Enquanto isso, o homem da lei é um vendido que permite que um poderoso local trate seus funcionários como escravos, inclusive administrando punições para os que se insurgem contra ele. Espancamentos para os homens, estupro para as mulheres – provavelmente sem espancamentos porque, como todo troglodita que se preze, ele também trabalha no ramo da prostituição e não pode se dar ao luxo de “danificar a mercadoria”.

Então tá, os poderosos, dentro e fora do governo, são maus, e os ladrões honrados são os verdadeiros heróis. Ou senão por que Heizou se sujeitou a ser um ladrão por alguns dias? Heizou não é um homem da lei, do governo ou da justiça: é apenas um homem bom. Por isso ele sempre estará ao lado dos bons, mesmo que isso eventualmente signifique estar ao lado dos ladrões. Bom, foi um episódio divertido e engraçado por vezes, não nego, mas eu ainda prefiro o Onihei de moral cinzenta do primeiro episódio.

Heizou nunca teve dúvida de qual lado ficar

  1. Eu já começo a notar um certo padrão na história de Onihei, mesmo com o seu formato episódico, ele por via directa ou indirecta ele toca sempre, nas leis dos ladrões. Será que tal ideologia, tem algum significado especial na história do anime, mais um pouco, começo a achar, que o anime, nos quer transmitir, que nem todos os ladrões, são más pessoas e o que fazem é para o bem de terceiros. Mais um pouco e começo a achar, que o autor da novel de Onihei, pertence Yakuza, já que a Yakuza, nasceu, através da União de diversos clãs de ninjas e ladrões comuns, que formavam grandes redes de contrabando de produtos raros e riquezas em geral. Este episódio, em si, mesmo não sendo nenhum, masterpice, eu gostei, mesmo com a história começando a focar repetida e previsível, eu continuo a gostar muito deste anime. Começando pelo Chugo, ele realmente neste episódio parecia bem mais velho, do que no episódio 5, o anime deve ter dado um salto temporal qualquer. Eu fartei-me de rir, com a maneira que o Heizou convenceu o Chugo a largar-lhe a perna, foi deveras bem engraçada, afinal 1 ryou dá para explorar bem a beleza feminina naquela zona. Já para não falar que o Heizou e os colegas do Chugo o tratam por Usagi, e este nome é usado como termo pejorativo já como se sabe os coelhos são muito promiscuos tal como o Chugo. Aquela cena, onde o Heizou, depois de se ter visto livre do Chugo (que fora ordenado pela Hisae para tonar conta do chefe) e houve um barulho estranho no caminho onde seguia, foi uma sequência muito boa. O velho demónio Heizou ainda consegue derrotar, um monte de capangas sozinho. Gostei bastante da maneira como ele olhou para o oficial do magistrado, por causa dos dois fugitivos, o Heizou estava mesmo com cara, que se quisesse matava-o ali num instante.
    Depois apareceu, o velho ladrão simpático, Zenpachi, é impossível não simpatizar com o velho. A maneira dele agir, fez-me lembrar muito a história do Robin Wood, que roubava aos ricos, e os impostos do rei João, para dar aos pobres. O velho Zenpachi, é quase a mesma coisa. O Heizou, sabe distinguir muito bem, quem age por maldade e crueldade e que age pelo bem dos outros, ele percebeu que o Zenpachi era um dos bons. O velho voltou a tocar, nas três leis do bom ladrão, será que estas 3 leis terão algum impacto no anime ou qualquer coisa do género, já é a quarta vez em seis episódios que ouvimos estas leis. Aquela cena da pousada, onde o velho Zenpachi e o Heizou, observavam as movimentações do dono asqueroso da casa de chá, para mim foi a melhor parte do episódio. Aquele trecho, onde o Zenpachi, diz ao Heizou que odeia os oficiais do governo e o Hezou vê, o dono da casa de chá a entregar o suborno, ao oficial do Magistrado, se os olhos do Heizou matassem, esse mesmo oficial tinha morrido nesse mesmo momento. Achei a forma, como o velho Zenpachi e o Heizou invadiram a casa do dono asqueroso, afinal o Heizou também daria um bom Shinobi nas horas vagas. Ri muito com aquela parte, em que o velho Zenpachi, arromba a casa forte do dono daquela casa de chá, o velho literalmente cagou no tesouro mais precioso do desse mesmo dono asqueroso. Se o velhote, para mim já era super gente boa, por roubar o tesouro daquele traste, ficou ainda mais gente boa, quando disse que ia salvar aquele jovem casal que tinha,tentado fugir no outro dia. Mas como a realidade daquela era, era muito triste, o Heizou chegou a tempo de salvar a pobre mulher, de ser estuprada outra vez, pelo chefe dos capangas, o Heizou deveria ter matado todos e não deixá-los apenas inconscientes. A cara de felicidade do jovem casal depois de libertado não teve preço. O mais engraçado, é que aquele dono de casa de chá, só fazia ilegalidades. Durante o periodo Edo, era proibido as casas de chá haver prostituição, as gueixas por lei não eram autorizadas a fazer esta prática, só as oiran é que podiam fazer a prostituição. No período Edo, a escravidão era proibida por lei e punível com a morte. E a tentativa de suborno a um oficial ou representante do governo, também era punível com a morte, tanto para aquele que incitou o suborno, como aquele que aceitou o suborno. Só aqui aquele oficial do magistrado, já tinha sido condenado à pena de morte 3 vezes, a primeira, por usufruir de prostituição, a segunda por ter aceitado suborno e a terceira, por ser cúmplice de uma pessoa com escravos.
    Aquela última cena, onde o oficial do magistrado, ameaça o Heizou, nãos se deve ter dado conta, que o Heizou estava num nível muito superior ao dele, Se o Heizou quisesse, tinha matado o oficial e os homens dele sem problema algum. Note-se que o Heizou não é um oficial qualquer, ele tem dinheiro e isso nota-se na qualidade das espadas dele e nas roupas, em momento algum aquele oficial de meia tigela, tinha hipóteses contra o Onihei. Quando o Chugo disse, para aquele oficial corrupto, parar, pois estava a acusar o Onihei, a cara do mesmo era de puro medo, tal como a surpresa que o velho Zenpach apanhou com tal revelação.
    Como sempre, mais um excelente artigo, de Onihei Fábio.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      A linha do tempo de Onihei está uma coisa complexa mesmo, não é? Estive revendo imagens que tenho dos episódios e notei (o que já era impressão minha) que o Zenpachi que atua como espião para o Heizou é muito mais velho que o Zenpachi desse episódio. Assim, de 6 episódios até agora, 3 tem o Kumehachi e 3 tem o Zenpachi, e a ordem cronológica deve ser mais ou menos essa:

      Ciclo do Kumehachi

      – Episódio 1: Heizou conhece Kumehachi
      – Episódio 3: Kumehachi salva a vida de Heizou quando Kaneko tentou matá-lo
      – Episódio 5: Kumehachi espiona Chugo e descobre que ele está matando o trabalho em uma casa de chá

      Ciclo do Zenpachi

      – Episódio 6: Heizou conhece Zenpachi
      – Episódio 2: Heizou reencontra Zenpachi em Edo e o velho ladrão ajuda-o a desbaratar um caso de latrocínios que partiu o coração de seu velho amigo Samanosuke
      – Episódio 4: Zenpachi ajuda Heizou a resgatar Omasa de um bando de ladrões

      Algum furo na minha análise? Infelizmente os eventos mais interessantes que ainda aguardo resposta são relacionados ao Kumehachi, que, se eu estiver certo, são todos anteriores aos eventos dos episódios do Zenpachi, portanto é impossível tirar pistas desses para deduzir aqueles. Pensei por exemplo se o mandante de Kaneko não seria um dos inimigos que Heizou colecionou (bom, e provavelmente é), como esse oficial desse sexto episódio, mas é cronologicamente impossível essa hipótese, não é?

      Se bem que talvez não. O Heizou apenas conheceu o Zenpachi aqui, ele só irá reencontrá-lo anos no futuro, no episódio do Samanosuke, então pode sim, ser o caso desse oficial ou daquele senhor ou de ambos terem levado sua vingança até Edo, contratando os serviços de Kaneko.

      Talvez a mulher que Kaneko deixou para trás ao morrer pode ter mais participação na história ainda? Talvez seja ela a mãe da Ojun…?

      Episódios fracos em história são bons para ficarmos pensando nas coisas, né? =D

      E sim, pensei em Hobin Hood também após esse episódio. O Kumehachi já seguia o mesmo código, mas o Zenpachi não só faz isso como o traz no coração e sente empatia pelas pessoas simples, se importa e se preocupa com elas, é um nível totalmente diferente. Zenpachi é um chefe que Kumehachi gostaria de ter tido, ao invés daquele seu ex-chefe hipócrita que jogou fora seus votos e seus ideais conforme envelheceu.

      Obrigado pela visita e pelo comentário! =)

      • Agora que mencionaste, a Osaki, a mulher por quem o assassino frio e calculista Kaneko se apaixonou e estava disposto a abandonar a sua vida de crime por ela. Acho que a Osaki, pode ser sim a mãe da Ojun as duas são bastante parecidas. A minha suspeita, de o pai e mãe da Ojun, serem o Kumehachi e a Omasa, caíram por terra no episódio 7, mas não me vou alongar, para não dar spoiler.
        Eu achei a tua análise bem verossímil, a maneira como explicaste os ciclos, do Kumehachi e do Zenpachi, faz sentido, será que acabaste com o mistério da linha do tempo de Onihei Fábio. Se o Kumehachi, tivesse encontrado um mestre bom, como o Zenpachi, talvez a sua vida tivesse sido diferente, para melhor. O velho Zenpachi, é o estereótipo perfeito, para explicar a tolerância, que a maioria do povo japonês tem pela Yakuza. Eles sabem que a Yakuza é uma máfia, mas quando à aqueles tsunamis, terramotos e sismos, a Yakuza costuma ajudar as pessoas que perderam tudo, nesses desastres naturais, é por este tipo de coisa, que elas ainda respeitam os mafiosos e ladrões.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Bom, para que a Omasa fosse a mãe da Ojun seria necessário que Kumehachi e Zenpachi tivessem sido contemporâneos, e tudo até agora indica o contrário, então descartei essa hipótese desde que comecei a colocar os episódios em uma cronologia única e organizada.

        De resto, nunca achei que os japoneses vissem a Yakuza como quase robin hoods. Para mim eles estão mais parecidos com facções criminosas que dominam comunidades e distribuem algumas bondades em troca da “proteção” que vendem.

        Obrigado pela visita e pelo comentário =)

      • Eu quando me referi à Yakuza como Robin Hood, quis me referir, aos antepassados desta organização mafiosa. Antes de existir a Yakuza, haviam várias redes de contrabando, ao longo do Japão. As mais famosas, ficavam nos territórios que pertenciam aos clãs Iga e Kouga (de onde vinham os shinobis lendários). Por volta da era onde o anime se foca, as organização criminais estavam super bem organizadas. Mas como Onihei bem mostra, haviam aquelas redes de ladrões, que roubavam e matavam, só porque sim e depois haviam ladrões honrados, como o Kumehachi e o Zenpachi, que mesmo sendo ladrões tinham uma postura ética e ainda ajudavam os mais necessitados.

      • Quem acompanhe bem as noticias do mundo, sabe que a Yakuza, hoje em dia, em termos de honra e decência, já não é o que era. Hoje em dia a Yakuza, faz coisas, que penso eu, envergonham os ladrões do passado. Eles fazem tráfico humano, principalmente mulheres, cobram taxas de defesa pessoal aos comerciantes, têm esquemas na reciclagem do lixo, têm casinos e sabe-se lá mais o quê. Mesmo que a Yakuza hoje em dia, quando acontecem aqueles desastres naturais horríveis, dê suporte às populações atingidas por esse mesmo desastre, nada apaga a pouca vergonha que eles, fazem na cara das pessoas. Eu estive aqui a reler, um pequeno compêndio da História do Japão e Onihei no que toca aos ladrões é muito certeiro em termos históricos. A Yakuza foi formada em plena era Edo, e o porquê nesta altura e não noutra, umas décadas antes, o clã Iga e o clã Kouga, já tinham uma rede de contrabando e de jogos de azar em várias províncias, então porquê a Yakuza só ter sido fundada no período Edo. A resposta é bastante simples, não havia guerras internas, durante o sengoku jidai, os ladrões nunca se conseguiram unir e com a unificação do Japão, sob um único estandarte, neste caso do Shogunato Tokugawa, era muito mais fácil, a proliferação dos negócios dos ladrões, como o contrabando e casas de jogos (normalmente eram casas de chá). A Yakuza durante a sua formação, devia ter ideais bastante semelhantes ao velho Zenpachi e do Kumehachi de Onihei, só é pena o monstro que essa organização criminosa se tornou.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Terei o cuidado de sempre escolher pelo menos um anime histórico por temporada para acompanhar, hehe, a diversão não seria a mesma sem os seus comentários!

        Sobre a yakuza de hoje, bem, assim como alguns ladrões envelheceram para se tornar aquilo que o ex-chefe de Kumehachi se tornou, outros envelheceram cada vez mais convictos de seus ideais, como Zenpachi. Talvez reste pelo menos uma gangue decente no Japão? Ter esperança é de graça, eu acho, hehe.

      • A família, mais ai menos decente da Yakuza, é a Yamaguchi-gumi, a maior e mais poderosa família Yakuza dentro das 4 famílias principais. Ele não lidam com tráfico de drogas, dentro desta família, o tráfico de mulheres para fins menos próprios, também é bastante reprimida, pelo alto escalão desta família. Já para não falar, que foi o sindicado Yakuza desta família que auxiliou de forma mais rápida e melhor as vitimas do Terramoto de Kobe, esta família ficou na boca do povo do povo, pela ajuda que eles forneceram às populações afectadas por este terramoto.
        Se aparecer mais um anime histórico interessante este ano e se o comentares cá estarei eu, para comentar os artigos do mesmo.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Bom, pelo menos existe uma “menos pior” então.

        E eu adoro animes históricos. Pode apostar que não vou perder oportunidades caso elas surjam, e como sempre estarei aqui aguardando ansioso por seus comentários o//

      • Eu também adoro animes históricos e neste caso Onihei e Shouwa é que fizeram o meu lado mais fã de história, se destacar aqui nos meus comentários. Até o hoje o meu anime (neste caso, filme de anime), favorito é Hotaru no Haka do estúdio Ghibli, para mim um dos melhores filmes de guerra que já vi. Eu também tenho um apreço bastante grande, pelo anime e ovas de Samurai X, ele representa uma era que foi essencial, na transição do Japão Feudal, para o Japão moderno, a famosa Era Meiji. Até já cheguei a ver o anime Hakuouki, que era um shoujo histórico, só porque tinha o Shinsengumi nele, tudo porque nesse anime, havia uma representação de um homem que eu considero um herói, Kondou Isami (tanto que se nota, pelo meu nome de perfil, e pelo avatar que eu usava antes). O único anime histórico que até ao dias de hoje, não consegui ver foi Shigurui, mesmo este se passando no Período Edo, eu não o consegui ver.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Túmulo dos Vagalumes é um filme muito bom mas que te despedaça a alma se não estiver preparado para assistir. E mesmo preparado é difícil, ele é muito pesado, principalmente porque sabemos que histórias como aquela aconteceram (e ainda acontecem!) aos montes.

        Os OVAs de Samurai X você já havia me recomendado e os mantenho aqui na minha lista para assistir um dia, hehe.

        Hakuoki eu nunca assisti, mas o Shinsengumi é um tema frequente em animes, tendo variações peculiares quando possuem garotas como público-alvo.

        Já Shigurui só conheço de nome.

        O primeiro Kondou que sempre me vem à mente quando penso nisso é o de Gintama (que é o próprio do Shinsengumi), espero que não considere essa versão dele ofensiva, hahaha!!

      • Eu mesmo não gostando muito de Gintama, tenho que admitir que a sátira que eles, fazem do Shinsengumi é muito boa. Nos poucos episódios que vi de Gintama, farta-me de rir quando eles chamavam, o Kondou de gorila.
        O Shinsegumi, foi um grupo de ronins e samurais, que deixou a sua marca na história do Japão. A meu ver, e ao ver de muitos historiadores, os homens do Shinsegumi, foram os últimos guerreiros do Japão. Quando os americanos, franceses e ingleses, obrigaram o Japão a sair do seu isolamento económico. A partir dai, o Shogunato, que nessa altura já tinha garantido mais de 200 anos de paz, viu-se envolvido em problemas com os estrangeiros. Muitos dos animes, que falam do final da era Edo e inícios da Era Meiji, mostram o Shnsegumi, como demónios, que matavam por matar e não respeitavam ninguém. Isso é uma mentira, eles apenas mantinham a paz na capital do Japão, sob ordens do Damaiyo de Aizu Matsudaria Katamori, que sempre defendeu até ao final o Shinsengumi. Estes animes, muitas das vezes esquecem-se de referir a escória, que eram os Ishi Ishi, homens que zombavam dos ideais de honra dos samurais que o Shinsengumi tinham. Esses Ishi Ishi, vinham dos domínios de Satsuma e Choshu que se rebelaram contra o Shogunato Tokugawa, com a desculpa que o Shogun se tinha rebaixado perante os ocidentais ou gaijin. Para quando a guerra Bonshin, estoirou, uma guerra civil violenta, entre os apoiantes do Shogunato e os apoiantes do Imperador, estes dois clãs vira casacas, usarem armas de fogo e canhões dos ocidentais que eles supostamente odiavam. Pequena curiosidade, no anime de Samurai X, o Kenshin antes de se tornar, um andarilho, ele durante a guerra Bonshin era um assassino pertencente ao Ishi Ishi.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        E o Hideaki Sorachi, autor de Gintama, também se representa como um gorila. Será isso um sinal de que o Kondou é o personagem histórico preferido dele também? Hehe.

        E mudando de assunto dos grandes, heróis, vilões e poderosos para os pequenos, os pobres, desgraçados e anônimos que vivem o cotidiano de qualquer era, já assistiu Samurai Champloo?

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        É uma retratação até onde eu sei bastante fiel do período histórico. Seus protagonistas são bastante inverossímeis, contudo, mas as pessoas que cruzam, com seus dramas, suas histórias, parecem dolorosamente realistas.

        E a história é boa e as lutas são incríveis. Recomendo demais!

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Tem um ou outro episódio totalmente sem noção também (tem um apocalipse zumbi onde todo mundo morre, uma partida de beisebol contra americanos onde todo mundo morre…), mas são raros e acaba sendo divertido =)

  2. Acho que você está se preocupando demais com a linha do tempo.

    Nunca vi o seriado clássico do Onihei, mas se ele for similar aos seriados ocidentais dos anos 1990, continuidade realmente não era uma preocupação. As séries podiam ter centenas de episódios (Onihei, ACHO, tinha 150) e, tirando reprises eventuais ou VHS caseiros de péssima qualidade, não havia muito meio de rever episódios perdidos (BTW: o ANN fez recentemente uma matéria dizendo que foi por causa disso que surgiram os longas de recap no Japão). Em outras palavras: eram séries feitas partindo do pressuposto que o espectador não assistiria tudo.

    Sobre sua “simpatia” com criminosos, segundo a wiki, nos romances originais Onihei começou, ele mesmo, como um cara meio “fora do sistema”. Bem, talvez esse seja um spoiler que eu não deveria ter lido, hehe. Veremos em breve.

    Mas de qualquer forma acho interessante notar que esse é um topos bem comum. Várias histórias clássicas já abordaram o “bom bandido” que vira policial, algumas até baseadas em casos reais. É o caso do Eugene Vidocq, que serviu de inspiração (entre outros) para Jean Valjean e o Inspetor Javert em Os Miseráveis: https://en.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A8ne_Fran%C3%A7ois_Vidocq

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Se eu estivesse levando muito a sério teria escrito um artigo sobre isso, e não um comentário =D Mas entendo o que quer dizer.

      Meu interesse é só entender por cima para tentar amarrar as pontas soltar – ou, pelo menos, não amarrar pontas erradas.

      Esse Eugene Vidocq é o inventor da criminalística moderna, não é? (estou no tablet, não abri o link, desculpa, mas o nome não me é estranho)

      Obrigado pela visita e pelo comentário =)

      • O próprio. Lendo agora na wikipedia, foi praticamente o “Onihei” da França:

        “Vidocq persuaded his superiors to allow his agents, who also included women, to wear plain clothes and disguises depending on the situation. Thus, they did not attract attention and, as former criminals, also knew the hiding places and methods of criminals. Through their contacts, they often learned of planned crimes and were able to catch the guilty red-handed. Vidocq also had a different approach to interrogation. In his memoirs, he mentions several times that he did not take those arrested to prison immediately, but invited them to dinner, where he chatted with them. In addition to information about other crimes, he often obtained confessions in this non-violent way and recruited future informants and even agents.”

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Sabia que reconhecia o nome! Obrigado pela contribuição =)

        Será que veremos o Heizou delinquente em Onihei? Bom, ele parece ter se divertido nesse episódio…

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