Acho que nunca me senti tão desconfortável enquanto assistia Kuzu no Honkai, quanto me senti nesse sétimo episódio. Acredito que a cada segundo que passa tudo se complica mais. A cada momento podemos ver melhor todos os sentimentos ruins que existem dentro de cada personagem apresentado nessa história, e em algumas vezes isso chega a ser bem perturbador para mim.

Não existe forma de negar que esse episódio tenha sido totalmente dedicado à Moca. Eu particularmente não gosto nada dela, para mim ela parecia só algum personagem idiota, colocado ali apenas para que sentíssemos pena da amiguinha do cara sem coração que o Mugi se tornou, porém, parando para pensar um pouco em todos os personagens, talvez ela seja o menos ruim nesse drama todo, afinal, apesar de toda a humilhação que ela passou nesse episódio com o Mugi, ela foi um dos personagens com menos drama.

Para mim ela parece totalmente infeliz com isso

Ela simplesmente teve coragem de chegar desde o início no que, ou quem, ela queria e jogar toda a verdade de uma vez. Diferente de outros personagens, ela chegou e disse o que tinha para dizer, sem ficar se matando por algo guardado. Claro que tivemos a Ecchan com a Hanabi, que também foi bem direta quando chegou nela, porém, acho que o final desse episódio diferenciou bastante as duas. Ambas parecem fazer o mesmo papel na história, mas que acabaram indo para caminhos distintos até então.

Deu pra perceber

Claro que a considero totalmente irritante, com aquele jeitinho de menininha fofinha que quer a atenção de tudo o tempo todo. Eu tenho uma tendência bem grande a desprezar personagens assim, geralmente eles não vão muito além do que uma pessoa chata sem muita coisa para acrescentar. A Moca não deixou de ser assim, mas nesse episódio pude ver com mais clareza o lado dela nessa história toda. Ela é sim uma princesinha mimada, como ela mesma assumiu, e ainda por cima é tão controladora quanto os outros personagens já apresentados, porém, talvez ela tenha caído na real mais rápido do que todos os outros ali. Não Adianta tentar substituir alguém, e amor não correspondido é uma furada.

Amor é uma mentira?

Acredito que ela mereceu um pouco mais de destaque nesse drama pelo simples fato de nos mostrar até que ponto vamos por alguém que amamos. É algo bem triste, que inclusive é muito recorrente nessa história toda, algo que me deixa bem indignada quando vejo tudo com a visão de uma terceira pessoa, sem tentar me colocar na pele deles. É muito revoltante ver todo mundo se rebaixando a ações que chegam a ser vergonhosas, tudo por culpa de um sentimento chamado amor, mas além disso a história também nos mostra outros sentimentos ruins que o homem possui, como o egoísmo citado no último artigo, ou a falta de empatia.

Definitivamente Kuzu no Honkai não é uma história feliz. Acredito que foi feita para mostrar a quem interessar esse lado ruim de se descobrir como alguém que faz parte de algo maior, em que se procura o tempo todo uma pessoa para estar com você. Naturalmente somos instruídos a buscar alguém para suprir uma suposta solidão, mas muitas vezes nos sentimos totalmente sozinhos com as nossas escolhas. Somos cobrados a não vivermos sozinhos e quando isso parece iminente, acabamos nos sentindo fracassados.

Coitada

As coisas ficam ainda piores quando se encontra alguém especial, que você passa a se sentir apaixonado e acaba por descobrir que nem tudo são flores. Pensar em não estar com essa pessoa o resto da vida chega a te torturar, mas talvez seja uma facada maior perceber que a pessoa não se sente do mesmo jeito. Nem todas as pessoas possuem um amor correspondido. O homem busca a aceitação dos outros, mas mais do que a aceitação, acredito que quando se trata de amor, a pessoa busca acima de tudo uma igualdade de sentimentos, algo que simplesmente não existe nessa história. Pelo menos não para mim.

A Moca passou todo o episódio tentando fazer o mesmo que a Ecchan, aproveitando do fato do Mugi não se importar em estar com ela só por estar, mas acredito que foi bem perturbador para mim porque ela não pareceu realmente contente com o que estava acontecendo em momento algum. Quando apareceu a cena onde os dois estavam na cama juntos, foi o ápice desse desconforto. Parecia algo totalmente forçado, mas que facilmente se compreende. Ela queria amor, não apenas estar ali por estar. Amor não correspondido não é algo bom, você acaba apenas se machucando mais ainda por pensar que a pessoa não possui sentimentos por você nem um pouco parecidos com os que você possui por ela.

Ótima pergunta

Pude ver, também, esse vazio em estar com outra pessoa sem sentimento algum, com a Hanabi. Ela continua se encontrando com aquele cara e cada vez se parece mais com a Akane, a diferença é que, pelo menos eu acredito, ela não consegue ter o coração tão frio quanto o da professora. Ela começou a parecer um personagem totalmente sem emoções para mim, alguém que só faz o que faz por não ter algo melhor para fazer, ou por tentar mostrar para alguém que supostamente não é um fracasso. Mas no final disso tudo ela só conseguia se sentir totalmente sozinha. Espero que ela mude seu pensamento quanto ao que fazer no decorrer dessa história, porque acredito que ela só tem perdido seguindo por esse caminho.

Será?

Estou curiosa para saber o que vai acontecer nos próximos episódios, mas me sinto um pouco perturbada com isso tudo. Não temos nenhum personagem verdadeiramente bom, todo mundo possui o seu lado meio podre sem se importar muito com isso. Continuo esperando que o casal principal se dê bem, mas no final eu nem sei se consigo gostar deles mais. Nesse ponto já não sinto simpatia por mais ninguém.

Obrigada por acompanharem até aqui. Espero vocês no próximo artigo!

  1. De todos os episódios de Kuzu, este sem dúvida alguma, foi aquele que mais me custou a assistir até ao final. A Moca, como já é de praxe em Kuzu, também não é nenhuma santa. Mas ainda assim, não é das piores personagens neste anime. Depois deste episódio, percebi ainda mais, que a Moca, não se enquadra em nada, neste anime, ela tem um drama pessoal, mas de longe não é dos piores dramas do anime. Eu já não gostava do personagem, mas depois deste episódio ainda gosto menos dela. Ela veste-se como uma ocidental do século XVIII, só por aparência, mantém aquele ar angelical, só para manipular os outros. A Moca em suma, é uma pessoa, dissimulada, manipuladora e honesta demais com os seus sentimentos. Aquele encontro dela com o Mugi, foi puro desconforto e sofrimento, ela de todos os personagens, foi aquela que se tocou em relação à realidade crua e dura. Ela sabe que o Mugi, não gosta dela, pelo menos, em termos de amor, mas ainda assim, ela naquele encontro iludiu-se a ela mesma, como ela bem disse, aquele encontro, foi quase como um sonho utópico dela. Aquela cena do quarto do Mugi, foi o grande destaque em relação da fraqueza do sonho da Moca, ela estava disposta a dar o seu amor, ao seu cavaleiro da armadura brilhante, mas este apercebeu-se a tempo, que tal situação não ia trazer nada de bom. No momento que o Mugi desistiu de dormir com a Moca, o sonho utópico desta, desfez-se em mil cacos, ela já se tinha apercebido faz tempo, que o Mugi não sentia nada por ela, ele apenas a via como amiga de infância, mais nada. A certo ponto do episódio, comecei a achar, a Moca uma autêntica manipuladora. Ela desde de criança, que almejava o amor do Mugi, mesmo sendo impertinente e mal educada, em vários momentos em que ela estava com o Mugi. Aquilo que eu achava, amor de infância, da Moca com o Mugi, agora acho que a Moca tem uma obsessão em relação ao Mugi. A ela já não interessa o amor, ela quer tê-lo a todo custo, como troféu, diga-se assim.
    O Mugi continua a ser o Mugi, ele durante o encontro com a Moca, ele deve ter percebido desde o inicio, que a Moca, não estava feliz naquele encontro, o Mugi parece meio desligado do mundo, mas não é parvo. À uma característica do Mugi, que o faz muito humano, o seu sentido de humor. Naquela cena da cama, quando ele, com grande dificuldade tira o vestido da Moca, ele disse sarcasticamente que ia para o inferno, por estar a fazer aquilo à Moca. Bem ele sabia, que a Moca também estava lá para o usar, para satisfazer os seus caprichos.
    Neste episódio a Hanabi, mostrou o seu outro lado, o seu lado mais inseguro e solitário. A Hanabi, não quer sexo, nem nada perto disso, ela precisa de carinho e atenção. Ela necessita de alguém que lhe faça companhia, alguém que lhe seja um ponto de apoio, nos tempos mais difíceis. Acho que neste episódio, a Hanabi se apercebeu que era um erro, ela tentar competir com a Akane, ela não tem necessidade disso.
    Até achei estranho, o episódio ter acabado tão calmo. O Mugi e a Hanabi, pareciam tão diferentes e determinados, em declararem-se aos seus amores e falaram disso tão serenamente que eu até estranhei.
    Aquele garoto, com quem a Hanabi, supostamente estava a manipular, também era uma escória, ele só pensava em sexo e mais nada. Nem hesitou em trocar a Hanabi, por outra garota que estava disposta a ter sexo com ele. Kuzu no Honkai é literalmente cheio de personagens podres, disto ninguém pode duvidar.
    Como sempre mais um excelente artigo, de Kuzu Isabella.

  2. Hello Peoples!!! James na área direto de São Paulo virando um hikikomori neste carnaval chuvoso!!!
    Vamos lá!!! A mais uma resenha da Isabellita como sempre pontualissima.
    E a Moca enfim deu seu passeio pelo inferno de Dante e voltou…Tenho uma empatia, um sentimento de comiseração na verdade eu tenho é pena dela…Mas ela foi lá, ela sabia o que lhe esperava, sabia que o amor de Mugi não seria correspondido. Sabia que ele era uma lembrança da infância, um filme romântico que só existe na cabeçola dela. E descobriu que ele na verdade era um bibelô, uma lembrancinha guardada num canto qualquer e amor realizado não é isso. E não aceita isso para ela também…Sua idealização do objeto ao qual projeta o seu amor desmoronou, mas ela percebeu que não precisava rifar a sua pureza que lhe é ainda muito cara por algo que não irá levar a lugar nenhum e viu que nesse jogo não tem como ganhar. E outra ela não tem uma Darth Vader como aquela “bitch” da Akane para se guiar entre o bem e o mal. Ela está sozinha, sempre esteve e me parece que ela tem uma história meio trágica pela falta da figura da mãe (será que ela morreu? Divorciou-se…)
    Mas depois desse ritual ela cresceu e descobriu que crescer doí pra burro, mas é libertador…E dou meu ponto a ela por isso, cresceu a minha simpatia por ela…Infelizmente, algo me diz que a história dela nesse anime acabou.

    A Hanabi que é a fonte de todas as tensões do anime, neste ep. nos ofereceu até uns momentos comédicos: deu um tapão (mais do que merecido) no Terauchi e ele fazendo suas provocaçõezinhas para ver se ela entregava o ouro e não entregou. Acho que ela entrou em termos com a situação e começa a aceitar o cenário dela com o Mugi. É uma questão de tempo como demonstrado no final desse ep.

    O Mugi continua sendo Mugi, apesar do seu caráter “cool” tem seus sentimentos e pessoas que lhe são caras. Tem um profundo sentimento de simpatia pela Moca pois afinal foi a sua melhor amiguinha de infância e um relacionamento iria destruir isso (eu acho que em vez de ver filmes de sereia no cinema com a Moca deveriam era ter assistido Harry & Sally).

    Que os jogos comecem…

  3. E falando de novo do Mugi, notem como ele é o menos desesperado da história e mais bem resolvido…Não que isso crie simpatias a ele…E as cenas coincidentes da Moca agarrando o Mugi e a Hanabi agarrando o Terauchi achei um pouco derrogatório dos papéis femininos no anime…Não, não é confortável assistir esse anime, por isso é tão interessante…

  4. Perfeito seu julgamento sobre o amor, Isabella. Concordo em gênero, número e grau.

    Lembro-me, na infância, de ter um amigo que era um daqueles românticos bobões. Certa vez ele se declarou para uma bonitinha da sala e ela ficou usando-o de capacho. Ele tinha um código cavalheiresco que pregava que deveria “servir” a pessoa que amava, e a FDP usava isso a seu favor.

    Sim, amor é sacrifício e nisso está a sua grande beleza. O momento em que abrimos mão do nosso próprio conforto em prol do outro é o momento em que é descobrimos que o que sentimos é pra valer. E ver alguém fazendo isso por nós é uma das maiores alegrias dessa nossa breve vida humana. Quem já teve um parceiro acompanhando-o em um funeral, ou cuidando de você quando estava doente sabe do que estou falando.

    Mas há uma linha entre o sacrifício e a humilhação. Nada de bom virá de um relacionamento se ele se assentar em um respeito desigual, ou de má-fé de alguma das partes. Não é uma distinção muito fácil de se fazer na juventude.

    • Mas vamos fazer uma pequena analise aqui…Enquanto a Hanabi foi um processo a da Moca foi trauma…Por isso ela ganha minha simpatia pq ela teve que trabalhar os seus anseios, ideias e elucubrações muito mais rápido que a Hanabi…Ela se tocou que é uma menina mimada, mas isso no futuro não se sustenta…Ela quer amadurecer e ela vai amadurecer só que num processo “fast track” e ela não tem muleta nenhuma como a Hanabi tem o Mugi (notem que sempre ela está para desmoronar é o Mugi que aparece na tela do celular). Por isso considero este ep. o melhor (além do 03) sim a melhor pessoa a admirar é a Moca a personagem mais racional deste anime! Seres humanos são assim e os melhores seres humanos crescem muito após o trauma e quando suas idealizações são jogadas a terra…
      Como eu, que tinha uma apaixonite agudissima a uma menina na quinta série (e isso durou até o 3º colegial) nunca me declarei a ela (fora em algumas cartas enderaçadas a mim mesmo) e quer saber? Se essa mulher me mandar um convite via Facebook para um encontro eu aceito na hora!!!!

      • Curiosamente, esse episódio está sendo criticado internet afora justamente por isso. Para alguns, a Moca evoluiu rápido demais. Segundo eles, ela demonstrou uma clareza em relação aos próprios problemas – e uma celeridade para resolvê-los – pouco comum em adolescentes. Sentiram que comprometeu a suspensão de descrença.

        Pessoalmente, não me incomodou muito. Mas para mim não há dúvidas de que o “fast track” da Moca é questão de erro de pacing: a autora provavelmente não quis perder muito tempo numa personagem secundária.

        O Jacob Chapman do ANN trouxe também uma outra questão: enquanto que o Mugi e a Hanabi falam muito sobre seus próprios sentimentos, a Moca se expressa quase que exclusivamente por generalidades filosóficas. É como se ela fosse menos uma pessoa de carne e osso do que uma porta-voz para um determinado ponto de vista. A hipótese dele é que a identificação da autora com Mugi/Hanabi é mais pessoal, enquanto que a Moca é alguém mais distante da sua experiência.

        Tudo isso leva a outra questão, que também foi o estopim de críticas em seções de comentários por aí: a dependência de Kuzu no Honkai por narração. Em outras palavras, a falta de “show, don’t tell”.

        De novo: isso não me incomodou. Mas sutiliza nunca foi o forte de Kuzu no Honkai, mesmo comparando com outros animes.

      • Acompanhei a mesma decepção com este ep. no ANN e o que posso dizer a autora jogou com a vida imprevisibilidade da vida adolescente. Sim até pode ser que a autora deu uma “cozida” no enredo para avançar a história, mas eu já vi muitas Mocas por aí e isso não a desmerece.

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