Ou Re:CREATORS #3 e #4 – Re:criar

He’ya!

Como semana passada não teve artigo, hoje vai ser um duplo caprichado com direito a cobertura de teoria e conspiração.

Vou começar comentando o 3, depois o 4 e, por fim, pontuando alguns fatos e dando meus palpites (aí quem não curte já tá avisado rs).

Episódio 3. Criadores, os deuses normais

Particularmente, tenho certa aversão ao termo “normal”, mas nesse sentido vamos entender como ‘algo pertencente à norma vigente’. E por que estou enfatizando isso? Por dois motivos. É um termo que aparece logo de cara e que depois vai fazer sentido com a fala da Meteora no episódio 4 – a teoria dela sobre a alteração da realidade e da ordem do mundo (em suma: taí, quanto mais fora do normal, do padrão, mais a coisa ferra. Sorry o spoiler xP).

Eis que o divo e sábio Yuya, carinha com a espada e que sabe apreciar um bom rango, falou: “Não adianta ficar teimando com a situação, tire melhor proveito que der dela e bola pra frente”. Have fun! Ok, tudo bem. Nem todo mundo pode ser tão carefree que nem ele senão não tem história. Porém, achei uma boa ter um personagem assim, que não toma exatamente um partido e é desapegado. Além disso, interessante pensar que mesmo sabendo que há possibilidade de mudança – que é o que passa a ser cogitado com os criadores -, ele afirma que prefere deixar como está. Apesar dos pesares é a realidade, o mundo dele. E o mesmo gosta de como ele é.

Imagina só se todos nós pudéssemos simplesmente reclamar com deus o que não gostamos na nossa realidade e quiséssemos mudar? Com certeza teria implicações – vide a teoria da sábia Meteora (de novo) e Mirai Nikki :v

Então, deixando claro que gostei do carinha. O Yuya sabe o que é levar numa boa a vida e ser sério quando precisa (pelo menos foi a impressão que tive).

Também achei bem interessante a discussão que rolou sobre a relação dos personagens com os criadores serem semelhantes a de pais com filhos. Faz sentido. Sempre que criamos algo temos a mania de chamar de nosso “filho” ou “bebê”, etc. A Selesia e o criador dela então, acho que são super parecidos e uma ótima personificação dessa relação – com um quê cômico, vai.

Como citei anteriormente, apareceu o elemento recriação (revisão). Ou seja, de tentarem modificar ou acrescentar algo à realidade dos personagens. O episódio basicamente gira em torno disso.

Preciso admitir que estou curtindo o modo que eles estão dando as pistas e juntando tudo, tá bem mastigado mas tudo vai encaixando. No caso, uma fala solta depois encontra seu sentido. Exemplificando isso, a fala do Yuya sobre eles serem personagens populares ou que causam uma impressão no público – que, geram de alguma forma, sentimentos no espectador.

Vou entrar um pouco no mérito da questão com um palpite. O que falta para dar vida às (re)criações é esse sentimento, essa impressão. Ou seja, não é o autor por si só que cria a coisa toda, e sim, a repercussão de sua criação. Os sentimentos das pessoas dão vida à criação (ai que poético, não?).

Pra fechar o comentário sobre esse episódio em especial, só queria comentar que adorei a definição da Meteora sobre o brainstorm – ou aquela coisa que dá quando a criação tem vida própria e se faz “sozinha”. Er.. como foi mesmo? Quantidade de informações processadas no subconsciente? Acho que era isso. Enfim, adorei.

Episódio 4. A profecia, cof, conspiração do Meteoro

Bora falar da filha da Saber com o Lancer que apareceu, a Alicetalia (ou AlicetaRia, já que no japonês não tem L rs).

Na real, não tenho muito o que falar. Creio que a intenção dela é boa e tals, mas parece ser teimosa que só. Aiai… Esse povo que não sabe dialogar. Por que todo mundo não senta e toma um chá juntos? Fala do seu mundo, dos seus problemas… E aí quem sabe não acham uma solução juntos. Afinal, tem um motivo pra todos eles estarem ali – vide Meteora e suas reflexões sobre destino.

E para não ficar mixo demais esse comentário do 4, vou falar do carinha da arma lá. Sei não, ele parece o tio que causa. Não curto maniqueísmos alheios, mas o carinha não parece ser bom não. Eu hein, não fui com a cara.

Agora, quem mal apareceu e eu curti foi o do cabelinho azul, Rui. Já tava todo confortável comendo bento. É esse tipo de gente que gosto! Aposto que ele e o Yuya vão se dar bem. E o criador dele também parece engraçadinho (pelo menos pelas imagens de encerramento).

E vai, não sou adepta de mahou shoujos, mas o projeto de Madoka… Er.. Mamika, né? (Gente, até o nome é parecido.) A pirralha narcisista e ingênua tem um lado fofo. Por mais que esteja todo mundo numa situação de tensão, ela quer que todos virem amigos. Fofa, né? Organiza um chá, dear. Aí quem sabe simpatizo mais com você rs (agora, que foi fofo ela com a “Alice-chan”, foi).

Bom, não posso deixar de falar da teoria da conspiração. Por que sempre tem que envolver destruir o mundo? Poxa. Mas bem. Foi a sábia Meteora que disse “vou dar um voto de confiança”. (Só eu acho irônico o nome dela lembrar meteoro e ela estar preocupada com o fim do mundo? :v). Afinal, se for parar para pensar tem toda uma lógica por trás da explicação de interferir no curso natural das coisas, das consequências de mundos distintos se cruzarem e tals. Eu comprei a teoria – mas que é bem parcial, ela é.

Ah, ah. E alguém viu a (o) filha (o) do Mustang com a assassina de Danganrompa? Caraa, parece muito filha (o) deles (chuto que ela (e) aparece no próximo capítulo).

Detalhes e teorias

Olha, vou pontuar umas coisas aqui que observei com mais calma nos episódios e vou fazer uma possível ligação com elas. Porém, são apenas palpites meus, ok? Que fique claro.

Primeiro, vocês perceberam que no final de cada episódio aparece uma frase? A priori, pensei que tinha a ver com o tema do episódio e tals. Todavia, depois de rever umas duas vezes cada um, fiquei pensando que elas talvez sejam frases dos personagens. Tipo, dos personagens das histórias e que por isso estão entre aspas. Ademais, creio que são relacionadas ao personagem de destaque do respectivo episódio. Vou listar elas abaixo (tradução do inglês, tá?):

  • “Eu vou lembrar de tudo que aconteceu comigo”, episódio 1 (Setsuna)
  • “…isso não foi divertido”, episódio 2 (Yuya)
  • “Não se preocupe com o que os outros dizem. Seja você mesmo”, episódio 3 (Selesia)
  • “Se for assim, eu quero proteger o que ele amava”, episódio 4 (Meteora)

Essas são as frases e coloquei entre parênteses os meus palpites de quem são ou a quem se referem.

E quem é Setsuna?

Então, ela é a pessoa que a Hime (diva) de uniforme estava conversando – sozinha. Meu palpite é que essa pessoa é a criadora (e mestre) dela. Outro palpite? Que é a mesma pessoa que se suicidou (ou parece) – que pulou no trilho do trem – no início do primeiro episódio (não duvidaria se ainda estivesse viva, no entanto). E, indo mais além, acredito que seja a irmã do Sota (vulgo protagonista sem graça).

De onde tirei isso? Então, se vocês observarem na opening, tem uma menina de óculos afundando na água. Eis que é a mesma que pulou na frente do trem. Logo na sequência já tem o Sota falando que essa não é a história dele, que a irmã dele que é a personagem principal e que ele só é um narrador (daí faria todo sentido ele ser uma nulidade). A Hime também já conhecia ele de algum lugar, sem contar que ela fala que o mestre ou a mestra dela gostava da Selesia quando elas lutaram. Não obstante, o Sota parece ter um tipo de bloqueio para desenhar. Não me surpreenderia se fosse em decorrência da irmã (tipo, ela escrevia e ele desenhava, e agora que ela morreu, ele não consegue desenhar).

Muito viagem minha teoria? rs

Well, eu adoraria saber a de vocês.

Inté!

  1. Fábio "Mexicano" Godoy

    Assisti o episódio 4 e adorei sua teoria! Quero dizer, em linhas gerais eu já ruminava o básico (o “brainstorm” de que fala a Meteora já estava acontecendo =D), só não tinha parado para pensar, ligar tudo e daí tirar novas conclusões, como você magistralmente fez. Acredito que mesmo que erre aqui ou ali (afinal você está preenchendo espaços vazios com coisas que você mesma inventou e que nesse momento fazem sentido – também conhecido como “chute” -, então podem estar erradas no final das contas), deve ter acertado bastante. Agora comentários aleatórios. Começando com:

    “Os sentimentos das pessoas dão vida à criação”

    Pensei exatamente isso também! E sabe quem tem mais potencial para testar essa teoria? Bom, há duas pessoas na verdade. A óbvia é a Selesia. Protagonista, em contato íntimo com seus criadores e com anime bombando na TV – e lembre-se que a Selesia que lá está não veio do mangá, mas do anime! O Sota estava tentando assistir o anime quando deu a merda toda. Então por um lado é mais difícil porque ela não está em contato com os produtores do anime, mas por outro é mais fácil porque se ela conseguir esse contato (e através de seu criador deve ser possível) as alterações vão se refletir rapidamente e serão apresentadas a um público potencialmente muito maior do que seria o caso com mangá/light novel. Já a candidata menos óbvia é a Mamika.

    Você gosta de chamá-la e compará-la à Madoka, e se por um lado a situação dela em Re:Creators seja tensa, psicologicamente pesada (ela não sabia o que era sangrar!), claramente Mamika veio de um anime para crianças. Ela estava cercada por crianças e as lojas estão lotadas de produtos com rosto dela – lojas para pessoas normais, não para otakus. Isso significa que o potencial de mudança dela é muito maior, embora provavelmente ela ter contato com seu criador deva ser muito mais difícil. Mas isso me faz pensar em outra possibilidade: se para os personagens basta que seu público acredite para que eles mudem, então bastará que a Mamika acredite e convença diretamente o seu público (com o qual ela já estabeleceu contato direto sem nenhum problema, e como são crianças eles acreditam de verdade que é ela) para que ela e seu mundo mudem. Gostou da minha teoria? Hehe.

    Além desse comentário, que foi bem mais longo do que eu esperava, gostaria apenas de comentar aqui como foi divertido no episódio 4 seu tom religioso (com a Meteora falando de seu criador já falecido com termos que qualquer crente de qualquer fé poderia eventualmente utilizar) e mesmo metalinguístico, com comentários sobre o processo de criação, o amor de um autor pela sua obra em oposição ao criador que só faz qualquer coisa sem pensar muito a respeito, entre outros pequenos momentos brilhantes do episódio.

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