Ou ErOtaku #1 – O que as palavras contam

He~ya!

Sorry o delay para postar hehe! Mas, já queria dizer muito obrigada pela recepção à proposta da coluna e por todo o incentivo! (Vocês são uns fofos e fofas <3).

Well, prontos? Feitos os devidos agradecimentoS, bora inaugurar a ErOtaku (in)decentemente ;]

Trocadilhos baratos à parte, quero começar com um assunto sério. Tipo, digo “sério” porque, apesar de a discussão a seguir ter um quê de descontraída, não diminui sua importância.

Sabe, me recomendaram começar com “algo mais leve”, porém, devo admitir que meu crivo não é dos melhores. Assim, eu tenho uma boa noção, contudo, também não queria botar panos quentes ou dar a impressão de vir com mimimi. Acho que a intensidade com que sentimos determinado assunto tem a ver com o impacto que causa em nós e como lidamos com ele. Logo, vou tentar trazer as questões e reflexões de maneira não tão crua, mas também não tão mastigada. Adianto isso pois esse nosso espaço se destina a exercitar o pensamento crítico, ou seja, serão algumas iscas e discussões para se construir um conhecimento, uma elaboração. Por vezes, pode não possuir uma resolução – talvez um viés ou opinião – entretanto, cabe a você, caro leitor ou leitora, elaborá-la.

No mais, vamos ao tema de hoje: “prazer feminino”.

Prazer. Substantivo masculino – o que já começa com ironias, contrastes e complementos (aqui preciso fazer um desabafo: alguma vez vocês pararam para se perguntar qual a finalidade dos gêneros em gramática? Fora complicar nossa vida e de estrangeiros que querem aprender nossa língua? Er… Nossa língua que não é bem nossa. Enfim… É, foi o que pensei). Digo ‘ironias’ pois soa um tanto irônico começar definindo como enfoque algo masculino, sendo que a proposta é feminina. Ou será que é uma conspiração que o ‘prazer’ pertence apenas ao universo ‘masculino’? Sarcasmo

Seguindo na definição, seus significados são: 1. Estado de satisfação dos sentidos ou da mente (importante!), alegria, contentamento, júbilo; 2. A causa ou a fonte desse estado; 3. Boa vontade ou disposição favorável, agrado; 4. Sensação que resulta de uma diversão ou distração frívola; 5. Gozo sexual.

Está aí. Cinco definição direto do Dicionário Michelis On-line de língua portuguesa. Achei importante colocar essa nota inicial para enfatizar o quão ampla pode ser uma interpretação e significado de uma única palavra para aquém de diferentes contextos e sinônimos. Entretanto, porque ainda vemos ela ser traduzida e entendida de maneira tão resoluta? O que está implicado nessa singela ação? sarcasmo Quase que mecanicamente, de modo recorrente, igualamos ela a somente um dos númerozinhos acima (guess which one).

“Por quê?”, santo questionamento que todos deveriam se fazer acerca de várias coisas no mundo – mas por ora fiquemos com o nosso tema de hoje. Por que tão recorrentemente ‘prazer’ é associado a um tema sexual e, por ainda muitas vezes, masculino? Por que não falar de prazer, em sentido amplo? Por que não falar de prazer E feminino? Não, não. É bem-estar feminino… Ô caramba! Bem-estar é um bem comum, passar bem. #amotrocadilhos

Ah, sim. Tia Megu, e ‘sexual’ é o quê? Já que tá sendo aula de gramática… Olha só que bacaninha, sexual preza igualdade de gêneros. É adjetivo feminino E masculino, masculino E feminino – não, a ordem não importa. (E retorno a minha pergunta de qual a finalidade dos gêneros em gramática.)

Bem, deixemos as minhas neuras sobre gramática e afins de lado. São só neuras, né? Quem liga para isso? Não deve ser importante… Será? Afinal, o que essas sutilezas nos comunicam?

Ok, deixando paranoias e inconformidades de lado – até porque eu mesma não saberia como resolver todas elas e nem estou propondo uma reforma gramatical. Ressalto a importância do olhar atento para sutilezas e particularidades da língua porque elas revelam muito de uma determinada cultura. Tudo bem, essa é uma coluna dedicada à fãs da cultura oriental, no entanto, de que adiantaria somente ficar na cultura “deles” e não ver como ela se reflete na “nossa”, como nos impacta e nos une em uma cultura de nicho, uma “cultura (er)otaku”? (As aspas são porque acredito que também transpassa a questão da cultura globalizada mas, novamente, apenas é uma neura minha).

E já que estou brincando com palavras, vamos ver a palavra Otaku – que é, claro, masculina. Aliás, ressalvas, como ‘otaku’ vem do japonês ela tem uma particularidade diferente. Curiosamente, na língua japonesa temos termos referentes aos dois gêneros, todavia, também temos os neutros. Não sou nenhum perito da gramática japonesa, no entanto, acho de extrema delicadeza terem a preocupação de chamarem as pessoas pelo nome – e não,de “você”, ele, ela (just saying).

Voltando aos otakus. Quem é um fã minimamente curioso já foi atrás da origem do termo. Para os que não conhecem, eu conto.  Na realidade, ‘otaku’ é uma denominação para fãs de qualquer coisa em excesso – e, geralmente, tem um cunho pejorativo. No Japão, por exemplo, não é nada legal chamar alguém de otaku. (E, de forma recorrente, eles têm uma visão mais ou menos formada do que seria o estereótipo de otakus – vide vários animes e mangá).

Entretanto, aqui no Brasil e em vários países, o termo passou a ser sinônimo de fãs de animes e mangás – até tentaram fazer uma variação pro feminino, só que ‘otakas’ não colou muito. Logo, vamos assumir que ‘otakus’ segue sua origem pelo menos em sua neutralidade e fiquemos com ele.

Esse texto mais pareceu trava-línguas de uma pessoinha complexada, peço desculpas por isso. Porém, achei a sopa de letrinhas necessária para no próximos podermos entrar mais profundamente no tema.

Por hoje, deixo vocês refletindo. Inté!

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