A Tamao-chan já falou um pouco sobre essa cena em seu artigo sobre o oitavo episódio de Fukumenkei Noise, então posso ser mais sucinto aqui.

Nino passou seis anos da vida dela correndo atrás de Momo, seu ex-vizinho e querido amigo de infância, que desde que era pequena ou talvez em algum momento mais tarde por causa da saudade e da obsessão (acredito mais nessa hipótese) ela passou a amar. Como uma pessoa razoavelmente simplória que ela é, praticamente tudo o que fez durante tudo esse tempo foi com o objetivo de reencontrar Momo.

Quando ela finalmente conseguiu, porém, a decepção: não apenas Momo disse que gostava dela no passado como ele disse que gostava de outra garota agora. O coração de Nino se espatifou. Seis anos jogados no lixo. Em que pese eu considerar que Momo estava se referindo a própria Nino quando falou de seu “novo” amor, o fato é que Nino não entendeu assim e é isso o que importa nessa cena.

Ela finalmente alcançou Momo. Ela correu a vida inteira e agora está ao lado dele. Está andando de mãos dadas com ele, e no mesmo lugar onde haviam estado quando crianças. Mas a cena é triste, é dolorosa, Nino está chorando desesperadamente por dentro (o que ela colocaria para fora ao final do episódio). É o fim da linha. Ela não pode mais continuar – e o semáforo, elemento simbólico bastante comum em animes, está indicando exatamente isso.

Eu pessoalmente nunca vi uma chuva de estrelas cadentes. Deve ser muito bonito mesmo, ver todas aquelas luzinhas brilhantes cruzando o céu noturno. Mas a realidade talvez não seja tão poética assim: estrelas cadentes nada mais são que pedregulhos siderais entrando em combustão e sendo pulverizados pelo calor gerado pelo atrito da entrada na atmosfera terrestre. Uma beleza efêmera cujo destino é a aniquilação.

Mas quem assiste um fenômeno desses do solo não vê nada disso, mas apenas lindas luzes correndo sobre o manto celeste. Uma beleza inesquecível.

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