O principal objetivo do Conselho de Turismo da cidade de Manoyama é o de atrair turistas (não importando os métodos) a fim de fomentar a economia local e revitalizar a cidade. Entretanto, antes de pensar em atrair turistas, Manoyama tem que ser, primeiramente, uma cidade atrativa para os seus próprios moradores.

Quando me referi no parágrafo anterior que a cidade onde se passa o anime tem que ser atrativa para os seus moradores, eu não quis dizer no sentido de entretenimento, mas me referir de uma forma geral, como qualidade de vida, oportunidade de emprego, entre outras coisas. Creio que vocês, caros leitores, devem saber que no Japão existe uma baixa natalidade, e as cidades do interior são as que mais sofrem com esse fenômeno. Dá para notar que Manoyama é uma cidade cuja população está envelhecendo e tem poucos jovens, ou seja, num futuro não tão distante pode se tornar uma cidade fantasma. Essa questão populacional não é de competência do Conselho de Turismo, mas se o mesmo conseguir que o lugar gere renda, isso pode ter reflexo positivo nessa área.

Em episódios passados podemos notar várias coisas que refletem os problemas populacionais que a cidade tem. Um exemplo é que várias lojas do centro comercial estão fechadas, não só por falta de clientes, e sim porque não tem pessoas para abri-las. Um bom exemplo sobre o envelhecimento da população e o fato dos jovens estarem se mudando para ter uma vida melhor em outro local é o caso da família da Shiori. Os pais dela cogitam em vender suas propriedades caso ninguém da família tome conta, pois já estão ficando velhos para continuar trabalhando na lavoura. A Shiori e sua irmã seriam as candidatas naturais a herdarem as terras, mas aparentemente nenhuma delas tem interesse naquilo. A Sayuri, por exemplo, deixou Manoyama para trabalhar em outra cidade. No caso da Shiori, pode-se dizer que existe a questão da baixa natalidade, pois ela está mais focada no seu trabalho do que casar, ter filhos e, consequentemente, tocar a fazenda ao lado de seu cônjuge.

Ao ver algumas de nossas heroínas de férias eu pensei na questão de enxergar a cidade como um lar. Querendo ou não, tanto para Maki, Yoshino e Sanae, Manoyama faz parte da vida delas, e sair de lá causa uma sensação estranha como no caso da Sanae e da Maki. Para Yoshino, a cidade também se tornou algo importante, mas ao mesmo tempo se tornou sinônimo de incertezas, pois ela não sabe o que fará depois de seu contrato terminar. Ao nos depararmos com a irmã mais nova da protagonista, podemos notar o contraste entre as duas personagens, pois a irmã dela, apesar de mais nova, é mais madura e simples, enquanto a irmã mais velha é sonhadora e indecisa.

Seguindo numa direção oposta, temos os casos da Shiori e da Ririko. Ambas nunca foram embora da cidade e não têm vontade de sair de lá. Shiori ama sua cidade e não é à toa que ela quer vê-la revitalizada. Já a Ririko não sai porque não quer abandonar sua vó que é a sua parente mais próxima e querida.

Não importando a razão de cada uma delas, Manoyama é um lugar para se chamar de lar. Tal definição também é válida para o público, pois ao acompanhar esse anime por mais de 3 meses (e ainda tem muitos episódios pela frente) podemos afirmar que essa cidade é aconchegante e boa para morar. Nunca iríamos padecer de tédio com os divertidos e peculiares moradores que só Manoyama pode nos oferecer.

No episódio 15 percebemos a preocupação com a hospedagem (durante o festival houve problemas em relação a isso), além do fato da cidade receber um grupo de turistas estrangeiros, o que remete a uma outra questão que é a da comunicação. Para receber turistas, ter guias turísticos que possuem conhecimento em várias línguas (pelo menos em inglês, que é considerada a língua universal) é fundamental numa cidade, especialmente aquelas que têm vocação para o turismo. No caso do anime, vimos que houve um pouco de dificuldade na comunicação com os turistas e que o Conselho de Turismo resolveu essa barreira na base do esforço.

Apesar da vinda dos turistas estrangeiros ser algo considerado bom para os personagens, Yoshino levanta a questão se é esse tipo de turista que a cidade quer atrair. Na verdade, o Conselho de Turismo tem lançado mão de todas as estratégias possíveis para atrair turistas, ou seja, eles não têm um perfil definido de turistas, então não importa se os turistas são atraídos pela culinária local ou vem em busca do Chupacabra. Lembro de um fato interessante que é que os moradores se assustaram com aqueles turistas amantes de criaturas místicas (sobrenaturais ou espaciais). Tal fato significa, que por menor grau que seja, pode existir preconceito ou no mínimo desconforto com quem vem de fora. Mas no geral, a cidade é acolhedora para com os seus visitantes.

Vale destacar que o final do décimo quinto episódio deixa um mistério no ar que está relacionado com o passado de alguns velhos moradores de Manoyama, o que me parece algo muito interessante. Afinal, é bom ver outros personagens sendo desenvolvidos.

Kadota e Doku pensando no passado

Este artigo vai ficando por aqui. Até o próximo!

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