Ou Made in Abyss – ep 3 – Partida

A tão aguardada partida dos nossos queridos protagonistas rumo ao desconhecido chegou. Até esse episódio tivemos um prelúdio que preparou (muito bem, diga-se de passagem) o espectador para a derradeira jornada de Riko e seu companheiro Reg (Regu), onde eles desbravarão aquele temível abismo.

O Nat é um grande amigo, pois mesmo ele tendo sido contra a ida de Riko ao abismo, ele a ajudou mesmo assim

A ausência de Riko e do simpático menino robô criará um vazio naquele orfanato, em especial para seus amigos íntimos (Nat e Shiggy) e seu líder. O momento da despedida foi inevitável, devido ao objetivo da nossa heroína estar nas profundezas do abismo, e ao mesmos tempo marcante e triste, pois existe uma separação e incertezas quanto ao futuro.

A partida marca o início da jornada ou marca o fim? Quem é tragado pelo abismo se aproxima cada vez mais da morte, e o que a menina está fazendo é praticamente uma aventura suicida, afinal ela não é capacitada para encarar essa empreitada complicadíssima.

Riko deixou tudo para trás em prol de um grande objetivo, pois para conseguirmos algo, às vezes é necessário abdicarmos de várias coisas durante o processo. De início, ela deixa a segurança e o aconchego de um lar ignorem o fato dela dormir numa antiga câmara de tortura e principalmente a companhia e amizade do Nat e do Shiggy, além das lições e supervisão do líder.

A jornada de Riko e Reg começa agora

Existem inúmeros animes em que o protagonista deixa o seu lar para embarcar numa aventura, que muitas vezes tem riscos. Um exemplo no qual me recordo nesse momento no qual vos escrevo é o exemplo do Ash (protagonista de Pokémon), que assim como a Riko, deixou a segurança de um lar e uma vida aparentemente sem muitos riscos para embarcar numa aventura ao lado de um rato elétrico onde não ele não tinha a menor garantia de que iria alcançar seus objetivos. Outro detalhe curioso é que esses dois personagens iniciaram suas jornadas muito novos.

Se para o Ash, ser determinado, esforçado e contar com a ajuda dos amigos é o suficiente para alcançar sua meta de ser um mestre pokémon, a situação da protagonista desse anime é bem mais delicada, pois quanto mais ela descer, ficará cada vez mais próxima da morte. Portanto não basta força de vontade e coragem, ela precisará de muito mais que isso para chegar até a sua mãe.

Ainda seguindo a linha de comparações, mas dessa vez eu não vou usar personagens de animes como exemplo, e sim irei fazer um paralelo um pouco inusitado com uma figura muito conhecida (principalmente no meio religioso) que é Abraão. Segundo os relatos bíblicos, ele também saiu em uma jornada rumo ao desconhecido. Antes de sair em busca da “Terra Prometida”, esse famoso personagem bíblico tinha uma vida boa em um lugar bastante desenvolvido para os padrões de seu tempo.  Mas o que diferencia Riko e Abraão é que o segundo recebeu uma ordem e tinha garantias de que sua jornada seria bem-sucedida, bastava apenas crer, ou como dizem, ter fé. Aliás, a título de curiosidade, ele tem o título de “Pai da Fé” segundo a Bíblia. Já no caso da protagonista desse anime, ela tem inúmeras incertezas no que diz respeito a sua empreitada no tenebroso abismo, e a sua única certeza é a crença de que sua mãe está a esperando no fundo deste. Isso ajudará ela a não desistir do seu sonho de rever sua genitora. Como abordei um pouco de religião, vale lembrar, a título de curiosidade, que a Riko já encontrou os restos mortais de alguém rezando, indicando que ainda pode existir esperança, mesmo que muito pequena, dentro desse lugar assustador e sombrio.

Esse episódio foi muito emocionante e marca o início da jornada de Riko em direção ao abismo. Os cenários como sempre estavam lindos, e a excelente trilha sonora acrescenta ainda mais qualidade a este show. Sobre a história, acho que dispensa comentários, pois seu desenvolvimento está bom e a diversão estará garantida até o final.

O momento da partida chegou, e emocionou os espectadores

O artigo fica por aqui, e até a próxima!

  1. Antes de mais, parabéns por ambos os títulos do artigo, ambos caem que nem uma luva para descrever os acontecimentos deste episódio 3 de Made in Abyss. Quanto à nota que destes ao episódio, estou bastante de acordo (se bem que o meu lado de fanboy daria 6 estrelas a este episódio).
    Começando pelo começo do episódio, se eu mal vi uns 5 minutos do primeiro episódio de Made in Abyss, eu já era fã da animação dos objectos e dos cenários, mas o detalhe incrível daquele livro com os detalhes das camadas deixou-me estupefacto.
    O episódio inteiro, foi basicamente o planeamento da fuga e inicio da jornada da Riko, mais as despedidas. Eu já gostava bastante do Nato como personagem, mas depois deste episódio, passei a achar que ele é dos melhores personagens do anime. O Nato junto do Shiggy são as vozes da razão do grupo, a Riko mereceu as palavras duras que o Nato lhe dirigiu. A Riko naquele momento só estava a pensar nela, nem por um segundo pensou nos sentimentos dos seus amigos e companheiros de aventura. A Riko está cega, pela vontade de explorar a sua mãe e de desbravar as camadas inferiores do abismo, esquecendo-se dos sentimentos dos seus amigos (principalmente do Nat que gosta dela). A reacção da Riko, às palavras duras do Nat, só mostrou o nível de imaturidade que ela está.
    Depois disto, a parte onde mostra o Regu a procurar relíquias, serviu perfeitamente para aliviar a tensão do começo do episódio. O Regu, mesmo sendo um robô, ele comporta-se tal e qual como o humano. Cada vez mais ele começa a demonstrar o ponto de Aquiles da Riko, que é a curiosidade. Mas ainda assim, ver a cara de interesse do Regu ao pegar relíquias comuns foi muito bom. Além da pergunta pertinente que ele fez ao Nato, sobre os corpos que aparecem a rezar no meio das camadas do abismo.
    A parte em que o Regu, um dos que tem a cabeça no lugar, aceita acompanhar a Riko na jornada , por um lado foi tranquilizante, pois o Regu é muito sensato e habilidoso, mas por outro, o orfanato nunca mais vai ser o mesmo sem a Riko lá.
    A fuga também foi muito boa, aqueles braços do Regu são muito úteis para qualquer situação. Por falar em Regu, gostei bastante do esforço que ele fez para se despedir do irmão mais novo do Shiggy, eles são amigos para a vida toda. Até ai tudo bem, mas a aparição do líder das crianças Gilo, deixou um pequeno clima de tensão no ar. O líder nos primeiros dois episódios parecia ser alguém bem distante, mas na verdade ele se preocupa muito com as crianças daquele orfanato. Preocupa-se tanto que faz vigias nocturnas no orfanato. A conversa entre ele e o Regu foi normal, mas é muito difícil enganar um ajudante de apito azul. Além que o Líder topou que algo não estava certo com a atitude da Riko e do Regu, ao ponto de colocar no bolso do Regu ao carta para a Riko.
    Mas foi a parte final, que deixou o meu coração de pedra emocionado. Se eu já respeitava o Nato, depois daquilo que ele fez para ajudar a Riko, mesmo sendo contra a jornada dela e ainda e aquela despedida emocionada dele com a Riko, foi muito emocionante. E juntando aquela ost linda, foi impossível não verter uma lágrima na despedida emocionada do Nato e da Riko.
    Por falar em despedida, aquele local,onde eles se despediram era muito creepy, as pessoas que moravam lá pareciam zombies.
    Agora passando, à parte que mais me interessou no artigo. A tua comparação entre a Jornada do Ash de Pokemón e a Jornada de Riko de Made in Abyss, elas têm muito em comum. Neste caso, usaste o exemplo do Ash, mas podias ter usado o exemplo dos irmãos Elric de Fullmetal, ou mesmo da Kino de Kino no Tabi. Todos estes partilham do mesmo estereótipo da Jornada do Herói, mas o teu exemplo com o Ash ficou melhor para explicar o que acontecerá na jornada da Riko. O sonho do Ash desde de novo era torna-se um mestre Pokemón, um motivo meio fútil se comparado aos motivos da Riko, mas ainda assim condicente com a situação da fuga e começo da jornada da Riko ao abismo. Ambos são bem determinados e corajosos, mas tanto no caso do Ash e da Riko, só isto não será suficiente para alcançar os objectivos. Tal como o Ash a Riko vai ter que aprender muita coisa e receber treinamento, pois na condição actual dela, atingir o fundo do abismo para encontrar a mãe está bem longe da realidade.
    A tua outra comparação também foi boa, quando te referiste a Abraão. No caso de Abraão, como bem referiste no artigo, este quando iniciou a sua jornada para o desconhecido ele já tinha a confirmação que tudo iria correr bem, Já a Riko, ao longo da sua jornada, terá muitos altos e baixos, cairá muitas vezes, mas como ela é determinada ela vai sempre se levantar e seguir os seus objectivos (vamos ver se a sua maior crença que é encontrar a mãe lhe dará forças para chegar ao fundo do abismo).
    Antes terminar o meu comentário, gostei bastante da forma mais descontraída como escreveste este artigo. A piada com o Pikachu foi excelente, afinal quem nunca achou que este parecia um rato que dava choques, que atire a primeira pedra. Mas também dava para fazer piada com a inutilidade de mais uns pokemóns e mesmo do Ahs, mas isso fica para outra hora.
    Como sempre, mais um excelente artigo de Made In Abyss Flávio. Espero que mantenhas a excelente qualidade dos artigos de Made In Abyss, como fizeste neste.

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