Olá pessoas, eu aparentemente ainda existo e estou de volta para dar continuidade aos meus artigos (infelizmente esse fim de ano foi mortífero para mim, mas agora vai). Acho que nada melhor para celebrar o meu retorno do que a choppada de hoje a noite  esse artigo tão lindo sobre um dos animes que é, na minha opinião, um dos melhores da temporada (inclusive um dos únicos 7 que ainda acompanho). Nesse combo de episódios de Yuri on ice, nós temos um desenvolvimento imenso de vários personagens que basicamente só estão aí para perder pro Yuri (ou será que não?). Em uma manobra um tanto ousada, Yuri on ice tenta dar caracterização nesses dois episódios para não 1 ou 2, mas 4 personagens que supostamente deveriam ser tão marcantes quanto o Minami foi no episódio 5, o que…francamente, simplesmente não deu muito certo. Sem mais delongas, Shall we skate ?

Ler o artigo →

Sacrifício é uma palavra que pode ter tantos significados. Alguém pode se sacrificar por algo, como já foi o caso em diversas ocasiões em Gundam Orphans. Alguém pode sacrificar algo ou alguém, como também já foi o caso. E alguém pode ser sacrificado. Nessa breve e inútil guerra entre SAU e Arbrau, dois dos blocos econômicos terrestres, a filial terráquea da Tekkadan acabou envolvida. Ou melhor: foi manipulada a se envolver.

Às vezes lutamos por nossos próprios objetivos. Às vezes lutamos pelos objetivos dos outros. E às vezes não sabemos direito porque estamos lutando. A Tekkadan foi para a guerra em um misto de emoções que mais ou menos se resumiam a vingar o Chad pelo ataque terrorista que ele sofreu, mas a coisa toda era confusa. Estavam lutando contra os agressores do Chad? Não era o caso, lógico. Estavam, talvez, lutando pelo legado dele, que era o legado da Tekkadan terrestre: as recém-estabelecidas Forças de Defesa de Arbrau. Se elas fossem massacradas em seu primeiro teste de fogo, a Tekkadan passaria vergonha afinal.

Mas conforme a guerra se prolongou e parecia seguir rumos confusos, até mesmo isso se perdeu de vista. Vendo seus companheiros morrerem em ação, os garotos começaram a desejar apenas que a guerra terminasse logo. Uma guerra que começou por um objetivo difuso se tornou uma guerra apenas para que a guerra acabasse logo. Tudo isso já seria ruim por si só, mas acrescente a isso o fato de que a Tekkadan foi manipulada. Não é como se odiassem a Tekkadan e tivessem armado para eles. Antes fosse, não é? Existe ainda alguma dignidade em representar uma ameaça, obstáculo ou pelo menos incômodo para alguém. Mas não foi nada disso. Eles apenas eram convenientes para prolongar a guerra, afinal o exército de Arbrau realmente não teria conseguido suportá-la sozinho.

Se eles tivessem sido atacados diretamente, ou se tivessem sido pegos em uma armadilha, eles teriam sido devidamente derrotados. Sendo apenas danos colaterais de uma causa que não lhes dizia respeito, os garotos da Tekkadan foram apenas oferecidos em sacrifício no altar de interesses muito maiores.

Ler o artigo →

Mais um artigo sobre dois episódios. Não é preguiça não, só tive tempo de assisti-los na noite passada mesmo. A semana qua passou foi tensa em falta de tempo. E sendo um artigo de dois episódios, especialmente esses dois episódios, considero importante detalhar a nota: eu gostei do episódio 13. Gostei de verdade. E vinha gostando do 14 também no que ele era continuação e consequência do 13. Mas por motivos que logo ficarão claros no texto achei que o final foi covarde e menosprezou o que o próprio anime havia acabado de construir, dando uma saída fácil para o problema em que o protagonista estava se metendo, ainda que apenas parcialmente.

É, vou voltar a falar do Subaru, especificamente de seu desenvolvimento como personagem. Eu havia meio que desistido disso alguns episódios atrás mas Re: Zero colocou as falhas do protagonista em evidência ao levar o roteiro por um caminho inesperado, então sinto que ainda vou ter muito a falar sobre o humano perdido em outro mundo. Começando agora!

Ler o artigo →

Olha eu inventando mais uma categoria de artigo! Como no artigo sobre o episódio final de Haifuri não cabiam muitas imagens (é sempre difícil colocar mais do que 10 em um artigo de episódio normal) e depois dessa aventura eu achava absolutamente necessário mostrar todas as garotas, decidi criar um artigo só para isso. Quase sem texto mas com dezenas de imagens, espero que divirta-se!

Não sei se todas as garotas apareceram em todos os episódios, mas Haifuri no geral se esforçava para mostrar sempre várias delas exercendo suas funções à bordo e expressando suas próprias preocupações e anseios, e isso é legal, porque o fator humano é muito importante em Haifuri. No episódio derradeiro todas as garotas apareceram, e eu fiz questão de arranjar imagens de todas elas (algumas vão aparecer com mais frequência do que outras, naturalmente). Incluí também imagens de alguns outros personagens além da tripulação do Harekaze.

Ler o artigo →

Os episódios anteriores construíram uma tensão absurdamente alta para esse embate final: a própria vida de todo mundo estava em jogo. E mesmo se uns ou outros sobrevivessem, não conseguiriam mais do que apenas sobreviver. Parece um final bastante amargo para todo o povo do Koutetsujou que está desde o primeiro episódio buscando um refúgio seguro. E mesmo assim o anime conseguiu terminar com um clima positivo. Nem parece que eles ainda estão perdidos em um mundo horrível, com suprimentos escassos e sem saber se encontrarão abrigo ou auxílio em qualquer lugar. A essa altura eles mal sabem se existe alguém por aí que os possa abrigar ou auxiliar.

Teria sido muito mais adequado Kabaneri terminar de forma trágica. Combinaria muito bem com o que foi construído nesse arco. E por mais que eu esteja acostumado a mocinhos milagrosamente se safarem, sobreviverem e salvarem a todos os bons ao seu redor (e eventualmente alguns maus também) simplesmente porque se esforçam bastante, não foi o que aconteceu aqui. O Ikoma se esforçou, o Kurusu se esforçou, todo mundo se esforçou, até a Mumei se esforçou, mas eles jamais teriam o final feliz que tiveram se três pessoas não os tivessem ajudado de forma consciente e deliberada: o cientista que o Kurusu tinha feito de refém (não lembro o nome dele), o Uryuu, e o próprio Biba.

E o pior é que, com exceção talvez do Uryuu, nenhum deles fez sentido. Acho que esse é o preço a se pagar quando se tem vilões subdesenvolvidos, não é?

Ler o artigo →

Haifuri acabou. Pela sinopse e pelo material de divulgação inicial eu não dava nada por ele – parecia só mais um anime de garotas fofas, afinal. E militar também, para atender dois fetiches com um enredo só. Lembro de quando Girls und Panzer foi anunciado. Eu não dava nada também, mas desde o começo eu queria assistir porque a sinopse dizia, afinal, que a guerra usando veículos blindados pesados era um esporte. Pelo menos era criativo pra caramba, não é? Eu recomendo Girls und Panzer se não tiver assistido, vale a pena.

Mas Haifuri era diferente, ele parecia se levar a sério. Aí logo pensei “como pode uma história sobre colegiais pilotando navios de guerra ser séria?” e esperei pelo pior. Logo no primeiro episódio Haifuri provou que era, sim, muito sério! Além de ter uma animação espetacular em fluidez, detalhes, ângulos de câmera, tudo. Quem fez as cenas de batalha em Haifuri sabe o que as pessoas querem ver em batalhas navais. E mesmo que o grande mistério do anime tenha se revelado um pouco frustrante as relações humanas e as batalhas emocionantes de Haifuri foram mesmo dignas de uma lenda. Mas o que afinal faz uma lenda?

Ler o artigo →

Essa é uma cena chave, talvez a grande cena chave do episódio final de Kuma Miko. Já faz mais de uma semana que o anime acabou, então quem se importa com spoilers não deve ter mais problemas a essa altura, não é?

Machi escutou sem que Yoshio soubesse o discurso dele sobre como a garota tinha uma obrigação, como sacerdotisa da vila, de se sacrificar por ela – e em tempos contemporâneos isso significa, segundo ele, se tornar uma idol mesmo que ela tenha fobia social severa. É um discurso forte e duro vindo de alguém em quem (apesar de tudo) ela confia. Ela é a sacerdotisa e mesmo nos dias atuais isso significa que ela é um sacrifício.

Depois que Yoshio e Hibiki partem, Machi se move até a grade do topo do prédio onde se encontra, e é esse quadro que destaco nesse mini-artigo. Melancólica porém resignada, Machi já entendeu seu destino, já o aceitou. Mesmo que não goste, está presa a ele, e essas grades representam isso muito bem. No final das contas ela, a caipira sacerdotisa de sua vila não pode mesmo fazer parte dessa cidade, e ao mesmo tempo está presa em um destino que a traz para dentro dela.

Olhe a expressão no rosto de Machi: a dolorosa resignação ao seu destino

Olhe a expressão no rosto de Machi: a dolorosa resignação ao seu destino

Não, não acho que Ushio to Tora seja realmente uma desconstrução de Calvin e Hobbes (ou Calvin e Haroldo, se preferir). Talvez Kazuhiro Fujita, o autor de Ushio to Tora, até conheça as histórias do garoto e seu amigo imaginário tigre de Bill Watterson, e não seria impossível imaginar que ele criasse seus protagonistas em Ushio to Tora como homenagens aos do cartunista americano, mas convenhamos, mesmo isso já é improvável, quanto mais uma desconstrução.

Mas funciona! Imagine um garoto real que conhece um tigre falante de verdade. Ora, no mundo real, um tigre falante não pode ser outra coisa senão um monstro! Por que eles se conheceram em primeiro lugar? Como se tornaram amigos? Todo o resto deriva daí. Até o resultado final, também idêntico ao esperado para os bonitinhos e inofensivos Calvin e Hobbes mas que nunca aconteceu oficialmente (mas não falta produção de fãs que retrate isso).

Ler o artigo →

O mais notável desse arco final de Kabaneri é como ele abraçou definitivamente a forma em detrimento do conteúdo. Não que o conteúdo seja ruim, nada disso. É apenas o mínimo necessário, é apenas ok, e acaba sendo bastante previsível. Mas a forma! Ah, a forma. Uma trilha sonora incrível, efeitos de som, enquadramentos, expressões faciais, o tempo em que tudo acontece. Está tudo milimetricamente calculado para maximizar os efeitos dramáticos da história, de modo que sequer a alternância entre cenários parece afetar o andamento do episódio ou mudar o clima do ponto em que o cenário anterior parou. E deixando o espectador mais arrebatado pelo anime menos atento para eventuais furos no enredo – e para algumas cenas com animação de pior qualidade.

Além disso e conectado a isso Kabaneri está usando e abusando da simbologia visual. Vou citar alguns exemplos nesse artigo, e creio que o principal do episódio seja esse que citei no título.

Ler o artigo →