Zambi é um dorama de 10 episódios do começo de 2019 que mexe com a temática de zumbis, temos um ótimo artigo sobre o assunto que você confere aqui, e gosto de categorizar como terror com foco no público infanto-juvenil, pois é o que ele realmente tenta ser.

Contudo, não é o típico terror que se popularizou no ocidente por se apoiar no jump scare como muleta, não só isso, é algo mais climático, mais horror que terror exatamente, só que menos perturbador do que costuma se ver em mangás do gênero, por isso considero terror teen, mas por isso ele é ruim? Leia e saberá qual é a minha opinião!

Depois que o ônibus da excursão quebra as estudantes da Academia Freesia – colégio interno só para garotas – passam a noite nas proximidades da vila Zambi, um local abandonado que guarda mistérios que desafiam a compreensão humana, e eis que um grupo de meninas quebra o selo que escancara a porta do mundo dos vivos para as criaturas zambi.

Nem vivos e nem mortos, em 7 dias os zambis irão fazer essas jovens sumirem desse mundo, cabendo a Kaede e suas amigas tentar quebrar a maldição!

Um detalhe interessante é que cada episódio do dorama tem cerca de apenas 23 minutos, então sim, você pode assisti-lo rápido, como em uma noite, e dada a temática indico que faça isso, pois facilita a imersão dessa forma.

Enfim, seguindo para a história, nela Kaede é a protagonista, é ela quem nota a mudança de comportamento da amiga depois de voltarem da vila, local soturno no qual ela encontra um repórter que parece saber demais e a certa altura volta a trama para ajudar as garotas.

Asumi é a primeira a se transformar em zambi e então começa a transformar outras garotas. Uma coisa legal da primeira parte da série é que há várias cenas nas quais a direção induz o público a achar que o que se desenrola aos olhos de Kaede é apenas um delírio, não ocorreu de verdade, quando mais à frente faz o contrário.

As cenas de manifestação dos zambi acontecem as claras e são presenciadas por Kaede e as amigas que ela faz no processo, outras garotas que também vão se dando conta de que há algo de muito estranho acontecendo.

Então sim, fica subentendido que tudo que ocorre de sinistro é real e é gradativo, aumenta de proporção e antes da metade dos episódios passa a envolver a escola toda no que desemboca na última noite, no sétimo dia, frisado pela produção como sendo o último delas.

No que tece ao desenvolvimento para essa reta final o que se “destaca”; ou nem se destaca, mas é mais relevante; é o laço que Kaede forma com Hijiri e Minori, aquelas mais próximas a ela e que compram o que a garota estava tentando alertar as colegas de escola.

Três amigas e uma infestação zambi.

A “foto fantasmagórica” é o detalhe que solidifica todas as suspeitas e, apesar de não saber lidar assim tão bem com o problema, elas tentam descobrir quem virou zambi e os detalhes sobre a vila e como quebrar a maldição por ela provocada.

Revelações vão sendo feitas e as coisas vão acontecendo, o que estreita a amizade formada entre as três, é verdade, mas até isso não é tão aprofundado e quando é depende muito de cenas especificas, não fica tão natural.

Mas também darei um desconto devido a situação, afinal, elas não tinham como viver uma vida normal a partir do momento em que se dão conta do que está acontecendo, então de qualquer forma fazer uma amizade ali seria algo indissociável do terror que as assombrava. Só se elas sobrevivessem é que poderiam se aproximar mais normalmente.

Aliás, a atuação das atrizes não é de se elogiar em profusão, mas elas cumprem bem os seus papeis, quanto a isso o que vacila é o roteiro, e um pouco a direção, porque a evolução da situação não parece muito natural, o normal era alguém capaz de fazer alguma coisa perceber que algo estava muito errado mais cedo, e, principalmente, nas cenas em que os zambi atacam fica claro o baixo orçamento da produção.

Contudo, não diria que ela chega a ser trash, mas deve muito a uma série ocidental – o que eu não estranho, é normal ser assim no Japão.

Para os padrões japoneses essa pode ser sim uma série que faz a cabeça do público alvo…

Outro detalhe digno de nota são os próprios zambi. Acredito que “zambi” seja o trocadilho com zumbi mais óbvio já feito e, de certa forma, eles são mesmo zumbis, a diferença é que como são criaturas tanto vivas quanto mortas, e ligadas diretamente a vila, acaba não sendo o padrão de zumbi ao qual as histórias ocidentais com tal elemento nos acostumaram.

Nem explicam a origem do nome, mas relacionar tudo a zumbi a partir das semelhanças fica mais fácil, então acho super coerente essa explicação.

Por fim, grande parte da série se passa na última noite em que quase toda a academia se vê transformada e as poucas garotas que ainda não viraram zambi buscam sobreviver se escondendo principalmente. Lutar se torna uma opção apenas se for para sobreviver e o que acontece são situações óbvias em que o risco de vida dá vazão a natureza de cada uma.

Digo óbvias porque nesse tipo de história é sempre o que acontece – Battle Royale é uma prova disso. Tem aquelas que se viram umas contra as outras, aquelas que apenas seguem quem se impõe, aqueles que não sabem como encarar essa situação, e por isso viram alvos fáceis, e aquelas que tentam chamar a responsabilidade sem ter intenção de salvar apenas a si, tentando ajudar a todas.

Que Deus abençoe essa amizade e os zambi…

Estas, claro, são Kaede, Hijiri e Minori; e nem me arrisco a dizer que elas não fazem isso. O problema é que ocorrem muitas idas e vindas e a Kaede é uma personagem que só no final me parece reagir de acordo, só no final ela chora e parece mesmo afetada por tudo que rola com elas.

O que eu posso considerar compreensível visto que ela precisava tentar sobreviver a qualquer custo, mesmo que isso significasse não ir atrás de uma amiga da qual se separou, mas só reforça a impressão que eu tive dela desde o início, de que a atriz que a interpreta é sim talentosa, mas não atua tão bem na maior parte do dorama, é alguém cuja consternação não me convenceu – exceto no final, mas ao menos nele ela teria que mostrar um pouco mais, né.

O repórter – não vou me prolongar na Kaede para que a resenha não fique tão grande – a princípio tenta ajudar, mas o seu papel de parede do celular e, mais indicador ainda, a sua atitude de não pedir ajuda a mais ninguém, e parecer saber demais, são indícios fortes de que tinha um interesse pessoal naquilo tudo e tal fator é confirmado quando ele promove um ritual de “redimissão” da maldição tentando usar a Kaede como sacrifício por ter sido ela quem rompeu o selo.

Até aí tudo bem, eu entendo também as garotas não terem pensado que havia algo de errado com ele, pois estavam desesperadas, mas, sem brincadeira, a enrolação dele para dar início ao ritual a fim de explicar a situação é exagerada, chega a ser irritante.

É uma clara conveniência de roteiro para explicar as circunstâncias da maldição, e dar a Minori tempo mais que suficiente para salvar a amiga.

Aliás, a série é repleta dessas conveniências no que se refere ao desenrolar das situações. Até mesmo no episódio derradeiro uma personagem é transformada em zambi, mas demora tempo demais a virar uma e luta contra a situação. A outra faz algo que não condiz com a transformação em uma cena que parece logicamente questionável, e não para por aí, mas acho melhor nem me estender no assunto.

Fato é que nessas minúcias a direção vai perdendo um pouco a mão da trama e no final tudo parece desesperador demais, e não só isso, mas também forçado em muitos pontos.

O final da obra me lembra o filme O Nevoeiro – baseado no livro do mestre Stephen King – que você encontra disponível no Amazon Prime e indico muito que assista, não só leia, pois, o final diferente é no filme – não é só o mundo do personagem principal que vira de pernas para o ar, mas o mundo todo.

Então não é um final feliz? Não é um final feliz. E é até final não fechado, o que me desagrada em parte, mas eu gosto da sensação de desespero e desolação que um desfecho dessas passa, então tenho sentimentos mistos sobre como Zambi acaba.

Não considero um desperdício de tempo ver o dorama, mas se você não gosta de terror/horror japonês, e quer ver algo com atuações de destaque, eu não indicaria Zambi a você.

Além disso, o apego com as personagens é sofrível, a protagonista então, não consegui me importar com ela mesmo no final. Vale mais a pena a Hijiri e a Minori, elas sim têm atuações um pouco melhores, mas, infelizmente, o final delas é como é para piorar as coisas para o lado da protagonista…

É, mesmo sem querer já dei indicações suficientes do que ocorre caso você ainda não tenha visto. Porém, não expliquei exatamente o que ocorre nesse final, né? Então, indico que vá lá e assista, mas vá por sua conta e risco. Zambi é no máximo mediano.

Eventualmente devo comentar outros doramas na linha de Zambi e filmes também. O terror/horror é algo que japoneses muito apreciam em suas produções televisivas e cinematográficas, então, sempre há o que se comentar nesse ramo.

Antes de eu sumir desse artigo irei lembrar duas coisas a você que chegou até aqui e quer consumir algo melhor que Zambi.

Primeiro, leia o artigo sobre zumbis do blog – ele é muito bom. Segundo, veja O Nevoeiro e se quiser assista a série da Netflix também – eu assisti ela e me divertiu, mas o filme é bem melhor.

Agora me despeço antes que vire zambi.

Até a próxima?

Em 7 dias elas podem não estar mais em lugar nenhum…

  1. Olá de novo, Kakeru. o/

    Zambi tem uns monstros bem zoados ksksksks e eu concordo plenamente contigo, é mediano. Quando minhas subs lançaram ele eu tava super no hype de assistir então acabei vendo em inglês, mas foi passando os eps e eu fui perdendo aquela animação toda. Mas dar para passar o tempo, por mais que seja meio zoado os monstro e é um terro que dar medo para eles e não para a gente como você citou, dar sim para assistir. Cheguei ainda traduzir os dois últimos eps onde no meu ver achei mais “legal” já que teve o draminha na cena final lá da mina (oq achei bem zoado tbm, demorou muito para passar a faca).

    Para mim no geral foi zoado kksskskksksk mas tem que goste.
    Não achei que iria ver ele por aqui, agradeço por isso bb. Sz

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