Diz o ditado que não se deve julgar um livro pela capa e acredito que nesse episódio isso fica mais do que claro e aplicado. Estando agora um pouco mais “confortáveis” com toda a sua situação, os protagonistas começam a revelar as camadas escondidas pela sua superfície e com isso mistérios e futuros problemas começam a tomar forma.

Paca aparece com um novo desafio e aqui os protagonistas são apresentados as “pacameras”, que são as responsáveis por fazer toda a cobertura visual do streaming deles. Somado a isso, o anfitrião ainda explica sobre a liberdade que eles possuem e a sua extensão. Esse trecho tem uma grande importância para o enredo porque destrincha um pouco melhor a questão dos riscos que os protagonistas correm e mais pro final do artigo eu farei umas considerações sobre o assunto.

Achei interessante que mesmo continuando sem uma noção clara do perigo que os ronda e agindo de forma infantil, o grupo sabe usar sua inteligência, já que analisam as melhores opções para executar a missão, dentro das habilidades de cada um e a possibilidade de sucesso. Isso demonstra que existe também um esforço em fazer essa experiência dar certo e acabar o mais rápido possível, logo os levando a pensar como se deve.

O jogo expõe mais das personalidades de cada um e admito que foi bem engraçado ver o resultado dessa mistura. Iride não tem muitas nuances aqui e Anya até então permanece raso, com isso o espaço maior se abre a Himiko e Makino. Ela é do tipo de pessoa doce e acolhedora que se esconde pela timidez, mas que também surpreende pela iniciativa e habilidade de liderança, fora sua “persona” agressiva quando ofendida ou provocada.

Makino literalmente conquista apenas com o “olhos nos olhos”, porém é aquele que menos se comunica e reage ao que acontece, permanecendo uma paisagem a maior parte do tempo. Ainda assim o garoto é bem perceptivo, visto que ele capta as emoções no ar e sabe a hora de agir – tanto para ele quando para a “fazendeira”, essas são características curiosas dadas as suas especializações em games.

Admito que gostei bastante das ideias e momentos cômicos do episódio, muito disso por conta das maluquices do grupo que estava tentando criar a filha perfeita para fazê-la amar e ser amada. Murasaki é um verdadeiro amor de garota monstro e se pudesse até eu a levaria para casa, mas a pobre coitada é fruto do desequilíbrio de cada um e isso fica evidente com as interações entre eles, que só rendem aborrecimentos a Himiko.

O personagem a ser conquistado também foi uma sacada interessante, já que ele não possui a personalidade padrão para protagonistas desse gênero e acaba dando um twist legal na proposta, mas um ponto que me chamou bastante atenção na fase final do desafio foi a eliminação de Anya.

Ainda não dá para saber qual o efeito real da possível derrota de alguém durante um jogo, mas com a saída dele deu para ver que se abrem muitas possibilidades. Primeiro porque ele foi lançado em algum lugar aleatório daquele mundo e segundo porque não envolve a desclassificação definitiva, o que é bom para o grupo – aparentemente não se perde até que todos de fato sejam derrotados -, então vejamos no que dá.

O episódio em si é bastante revelador e misterioso, porque fora o jogo de namoro bobo que acontece ali ocupando a maior parte do tempo, os protagonistas criam mais duas subdivisões intrigantes que tem um papel bem mais importante. Onigasaki desaparece sem aviso e é observado por Zakuro que faz o mesmo – ambos apenas voltando no final sem muitas explicações.

Enquanto isso, Karin e Yuzu acabam entrando em situação no mínimo estranha e que expõe uma informação perigosa. Ouso dizer que a estrela real desse episódio foi exatamente ela, a Yuzu, pois em poucos minutos sua personalidade imprevisível conseguiu imprimir em mim a tensão que o desafio não exigia aos demais – que estavam alheios as suas ações.

Apesar de ser amistosa a garota já evidencia seu lado calculista e sagaz quando interage com Karin, tentando matar dois coelhos em um único golpe. Yuzu e Iride já comentaram sobre sua amizade antes do “sequestro”, no entanto não se dava pra ter noção da força disso, até o ponto em que ela questiona a nova amiga.

Esse momento deixa claro que ela tem um interesse diferente nele e a sua reação além de despertar nossa curiosidade para o que ela pode fazer, ainda serve como catalisador de views que ela sabiamente usa a seu favor. A pincelada final vem quando ela abre seu armário, mostrando que pode haver uma yandere letal no meio dessa turma, só aumentando o risco lá dentro.

Bom, a conclusão do jogo da vez é positiva e ao fim a panda Murasaki consegue atingir seu objetivo, mais uma vez protagonizando uma bela cena que explora a humanidade dos personagens principais e principalmente Iride. Esse tem chamado atenção com sua personalidade muito serena, positiva e despreocupada, me intrigando a cada dia e fazendo pensar que alguma coisa errada não está certa com ele, mas vou esperar e deixar que a série me revele mais essa incógnita.

Relação do Anime com o Mangá

Algo que pretendo trazer de agora em diante – sempre que possível e preciso – é a adaptação que vem sendo feita nos capítulos do mangá, porque caso queiram ler, isso ajudará bastante a entender uma ou outra coisa que o anime deixe passar e que certamente é um complemento bem vindo.

A estreia cobriu os três primeiros capítulos do mangá, enquanto esse episódio se encarregou do quarto ao sexto. Até aqui o diretor tem mostrado sua competência ao inverter a ordem de várias cenas e capítulos, o que não tira o dinamismo da obra e creio que num certo ponto até melhora, porque não deixa cortes abruptos.

Em relação a esse episódio, no mangá existem alguns momentos de interação extra entre alguns dos personagens, que ajuda a entender melhor a relação que estão formando, como no trecho das termas entre Yuzu e Karin, que tem alguns cortes de diálogo mínimos – em compensação a última cena do anime foi um acréscimo da direção, acredito que para impactar mais.

Nesse episódio também não foi trabalhado o sumiço de Onigasaki e Zakuro – o que creio e espero ver no próximo -, enquanto no mangá existe uma explicação bem desenvolvida e que tem uma função importante posteriormente, mas prefiro não explicar agora para evitar os spoilers desnecessários.

Outro elemento visual que martela em minha mente é a questão numérica do contador, pois no anime os números de views são inferiores aos do original em todas as cenas – na passagem de fase temos uma diferença bem drástica, sendo 3,5 milhões atingidos em um e 4,4 milhões no outro -, logo me levando a dúvida quanto a intenção do autor na história com essa diferenciação.

Enfim, apesar de parecer bobo e menos dramático do que se propõe o enredo, Nakanohito Genome tem mostrado seus pontos fortes, criando curiosidade, me prendendo a história, aos personagens e espero que assim continue e evolua. Agradeço a quem leu e até a próxima fase!

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