Um episódio de convencimento e promessa. Um episódio “elétrico”. É hora de Dr. Stone no Anime21!

A eletricidade é muito importante por ser facilitadora de diversos processos que impulsionam diretamente o desenvolvimento humano. Sendo assim, como Asagiri Gen não se convenceria de que o melhor lado no qual estar seria o lado da ciência ao presenciar a primeira lâmpada de Edson em milhares de anos? Se ele não deu seu sim nesse momento, só o que faltava era um empurrãozinho, ou seria uma tentativa de assassinato?

O fato é que, como sempre nesse anime, todos os acontecimentos foram se encaixando para um resultado favorável. Certamente contando com justificativas “racionais”, mas nem por isso menos convenientes, é verdade. Contudo, não fogem do que a obra retratou até aqui.

Asagiri Gen é um trambiqueiro de carteirinha, ardiloso e precavido, então consigo imaginá-lo usando o artificio que o livrou da morte certa. O que pega é ter funcionado tão bem, mas deixando isso de lado sua tentativa de assassinato foi útil para inserir de vez o Magma no hall de antagonistas da trama, ao menos até a disputa de poder na vila se resolver, e propiciar a situação do acordo tênue.

Sorriso de Firmino, talento de Neymar?

O Magma quer melar o barato do reino da ciência por seus próprios objetivos escusos. Ele deve usar a desculpa de que os forasteiros não são permitidos na vila e farão mal a ela para tentar frustrar os avanços do reino da ciência e deter o poder. Vai funcionar? Certeza que não, mas força bruta não deve ser desprezada. Aliás, com uma vindoura derrota de Magma adicioná-lo ao trabalho braçal seria ótimo.

A Grande Luta vai ser um arco de torneio descarado, mas, ainda assim, Dr. Stone não é um battle shonen, então não se anime pelas lutas, espere por muita zoeira e imposição da ciência sobre a força bruta, ou quem sabe o uso da ciência a fim de extrair o melhor dos aliados. Força bruta é importante, claro, mas um psicológico forte também. Vai ser o arco em que a ordem de poder na vila será decidida!

Uma história de amor melhor do que Citrus.

O vencedor desposar a sacerdotisa da vila seriam costumes retrógrados não fosse o desenvolvimento primitivo da comunidade, então entendo esse tipo de circunstância, o que eu espero é um desfecho criativo em que a imposição de casamento não ocorra.

Eu torço pelo Chrome e a Ruri, e pela Kohaku e o Senku, mas sei que não é o foco do anime, então não espero muito, ou quase nada, nesse sentido. Aliás, e a Ruri sequer gosta dele? Não sabemos, então ainda não tem muito o que esperar desse casal. Mas isso não me impede de achar bonitinha a obstinação do Chrome em salvar a Ruri e assim torcer para que ele seja bem-sucedido.

Ele persegue esse objetivo desde criancinha e isso me lembra que as peripécias do Senku podem até acontecer rápido, mas há um tempo de preparação considerável para que muitas de suas criações; na verdade, réplicas inusitadas dos avanços tecnológicos da humanidade; ganhem vida. Não são conquistas feitas do dia para a noite, assim como é a ciência em um certo nível.

“Eu prometo que um dia eu curo você!”

Quem diria que uma coca, certamente a Coca-Cola é o que Gen tem em mente, salvaria o mundo um dia? Escrevi isso em um artigo anterior, a superficialidade de Gen é a arma de quem quer usá-lo e eu sei que não foi só o refrigerante que o fez cooperar com o reino da ciência, mas esse item supérfluo simboliza o que o avanço científico representa na vida das pessoas. Não é fácil abrir mão desse mundo.

Um mundo cheio de facilidades e prazeres, o mundo em que vivemos hoje, denota muito das habilidades de vários indivíduos diferentes e de uma organização extremamente complexa que não pode ser alcançada sem o uso irrestrito da ciência. Sendo assim, como o Asagiri Gen lutaria ao lado de quem quer abrir mão de tudo isso?

É claro que se chegar a um empasse, a vida dele ou um mundo desenvolvido pela ciência, tenho certeza de que ele escolherá o primeiro, mas, sejamos honestos, quais as chances de Stone chegar a isso? O tom cômico e leve que a obra tem, apesar da seriedade em alguns momentos, denuncia que o drama não é o forte. A tendência é que essa aliança tênue simbolizada pela promessa de uma coca seja mais que o suficiente para as pretensões do genial Senku.

O que você achou do vislumbre dado dos aliados do Tsukasa no final do episódio? Eu vi muita força bruta, pelo menos um guerreiro talentoso em uma área específica, o arqueiro, e mais nada de tão interessante. Cadê o Taiju e Yuzuriha? Eles não fazem parte da “alta cúpula” da utopia Tsukasiana? Ao que parece não e isso faz sentido, o Tsukasa não deve confiar neles.

Se for mesmo esperto ele trabalha com o cenário em que Senku e os amigos ainda estão trabalhando juntos. Mas se é assim, por que ele não vai logo atrás do Senku? Por que usar o Asagiri Gen, um homem tão superficial que trocou de lado pensando em um refrigerante, para isso?

Ele não quer se expor e, no pior dos cenários, talvez meter a mão no que Senku criar para derrotá-lo? Pode ser. E mesmo que o Tsukasa esteja acreditando no Gen, o quanto isso vai demorar? Certamente menos do que o herói gostaria e isso deve agitar mais a trama.

Por fim, curti o episódio, foi um bom momento de transição no qual a adição definitiva do Gen como aliado deve não só dar tempo para Senku trabalhar, como aumentar seu leque de possibilidades, o que é necessário visto que ele precisa “conquistar” uma vila, depois derrotar um super vilão e então despetrificar o mundo. Os desafios são os mesmos, mas agora há mais alternativas para lidar com eles.

Até a próxima!

P.S.: Eu não tomo refrigerante há quase dez anos, e não é nem por não gostar, mas por saber o quanto faz mal. Por isso a capa é a expressão fechada da Kohaku. Apesar do título não estar assim errado, né?

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