E então “The Seasons” virou “Given”. Eu já fazia ideia de que isso aconteceria, mas nem passou pela minha cabeça que seria logo após o primeiro show da banda, apesar de que faz todo o sentido os caras passarem a levar ainda mais a sério após a explosão de sentimentos que foi a apresentação do Mafuyu.

Esse grupo tem potencial, já o anime é uma realidade, assim como o que os protagonistas sentem um pelo outro. É hora de Given no Anime21!

A irmã do Uenoyama parece não cansar de levar fora do Akihiko e isso rendeu uma cena de dramalhão que parece boba para uma universitária, mas veio em boa hora para fazer o Uenoyama acordar e passar a pensar racionalmente passado o calor do momento.

Ele beijou o Mafuyu. Ele está apaixonado pelo amigo. Mas o que o garoto que compôs uma música pelo amor que perdeu sente por ele? Nós do público já sabemos, ouvimos o Mafuyu dizer em primeira mão, mas o Ue não e foi divertido ver ele se preocupando.

Aliás, como é bacana ver Given tratando o florescer de uma relação homoafetiva como ela deve ser tratada na ficção e deveria ser tratada na vida, como a coisa mais normal do mundo!

Claro que existe preconceito, mas por ora acho que não faria sentido trazer essa questão à tona na obra. O importante é que o Ue aceita o que sente sem se achar um “esquisitão” por estar amando outro homem, sem se deter ante a qualquer preconceito que poderia estar chafurdando dentro dele.

O Ue não fica com a cabeça nas nuvens, mas à deriva no espaço sideral.

Gostei de ver a garota de cabelo curto elogiando a coragem do Mafuyu em subir no palco para botar seus sentimentos para fora. Acho que depois disso qualquer reação desagradável da menina que gosta do Ue tem menos chances de acontecer. E já tinha poucas, afinal, ela se tocou da besteira que havia feito.

Conhecendo os boatos elas sabem para quem foi escrita a música e que é muito difícil que sentimentos tão honestos e intensos tenham a capacidade de fazer mal da forma como foi suposto. Sendo assim, creio que a “importância” delas acabe por aqui. Para o bem, felizmente.

O Mafuyu ter ficado doente já acho até normal depois do desgaste emocional que ele teve, além de que, em animes e mangás japoneses gripam como cearense come baião de dois. É sério, é o tempo todo.

A entrega do vídeo ao vivo da música nova foi engraçada, o Take deve ter se empolgado com a apresentação e por isso fez a gentileza, assim como o que o Ue pensou antes de chegar à casa do Mafuyu, mal sabia ele que também era correspondido.

Mas divertida mesmo foi a reação dele na entrada do apartamento. Foi uma daquelas típicas cenas de comédia romântica que sempre agradam os fãs. Já a reação do Mafuyu em querer que ele ficasse por perto um pouco mais que fosse já denunciava o que o Uenoyama suspeitaria se fosse mais atento.

O carinho com o qual o Uenoyama tocou o rosto do Mafuyu seria mesmo aceito tão naturalmente em outro cenário? É divertido perceber que o ocorrido no final esteve sendo construído o episódio inteiro, e sem estragar a “surpresa” expondo algum trecho de pensamento do Mafuyu. Foi tudo bem orquestrado!

Quanto à música que o Mafuyu escreveu, ela ajudou o Ue a tanto definir seus sentimentos, quanto reforçar eles, afinal, o Mafuyu esteve incrível cantando e isso o impactou profundamente. Enquanto o Ue ainda está hesitante, o vocalista que cantará suas canções já sabe bem o que quer fazer!

O Japão faz parecer que as pessoas ficam mais bonitas com febre, que loucura…

Felizmente, isso passa a valer para toda a banda, que reconhece a qualidade bruta do que foi capaz de apresentar a certo nível de improviso e quer mais, sabe que pode e deve mais. E nada mais normal que simbolizar uma nova fase com um novo nome, né?

The Seasons caia bem para o trio instrumentista, mas para o quarteto não, e as palavras honestas do Mafuyu deixam o Ue surpreso, mas são aceitas com tanta naturalidade pelo resto do grupo que só consegui sorrir ao ver como a obra trata de forma madura o que jamais deveria ser tratado diferente.

Pouco importa o sexo da pessoa da qual Mafuyu herdou a guitarra, o relevante é seu sentimento de gratidão por aquilo que lhe foi dado e que ao se misturar as estações contidas nos nomes de seus companheiros dá origem a “Given”.

Usar esse episódio para mostrar essa parte da “carreira” da banda foi super adequado e dinâmico, não muito distante da personalidade dos quatro. Foi ótimo ver o grupo dando passos mais largos e também foi bem bacana ver o Mafuyu seguindo em frente ao mesmo tempo em que se acerta com seu passado.

Os amigos de infância do Mafuyu estão torcendo por ele, sem mágoas, apenas por querer ver ele bem. Só falta exporem as circunstâncias por trás do suicídio do Yuuki em mais detalhes e vou terminar de ver o anime satisfeito com o personagem que o Mafuyu foi, é e pode ser, afinal, a história não acaba na quinta-feira.

Tenha amigos que chorem de felicidade com as suas conquistas.

O passeio dos protagonistas foi um encontro? Sim. E o mais legal é que foi o Mafuyu quem tomou a iniciativa e propôs, assim como foi ele quem deu o primeiro passo para esse romance dar certo.

Se fosse depender do Ue quem sabe quando a coisa tomaria forma, e o mais engraçado é que o Mafuyu, o aparentemente reativo, foi tudo menos isso nesse episódio. Aliás, com o passar dos episódios ele se tornou cada vez mais proativo em tudo que envolvia a música, e em tudo isso está o Ue.

Gostei muito de como a confissão aconteceu, pois, o Mafuyu falou com naturalidade, além de ter sido no momento certo, nem tarde demais, nem no calor do momento. Só espero que não fique o dito pelo não dito, que a relação deles avance nesse sentido romântico, ainda que não ganhe ares de namoro de cara.

Quanto a nova música que o Mafuyu quer escrever, certamente ela vai falar sobre o que ele sente pelo Uenoyama. Vai ser uma maneira simbólica e muito bonita de encerrar o anime. Não precisa de letra ou melodia, a intenção já basta.

O Mafuyu está seguindo em frente e sabe bem o que quer. Esse episódio nos deu a certeza disso de forma gradativa, com tranquilidade e tendo a tomada das melhores opções narrativas por perto do roteiro e da direção.

A confissão, declaração, do Mafuyu pode até ter sido previsível, mas mais porque o episódio construiu a situação nos pequenos detalhes (aliás, o anime, já que isso vem desde o episódio anterior) do que por ter sido uma construção medíocre.

Wonderwall é a magnum opus da banda britânica Oasis, um ícone do britpop e uma banda que marcou profundamente a minha vida. Você já deve conhecer a música, mas se não conhecer que seja ela a salvá-lo(a)!

Enfim, o episódio foi ótimo. Espero um final de acordo para Given, o anime da banda mais prática e simpática do ano de 2019.

Não consigo dizer adeus, ainda estou à deriva com seus ecos.

Até a próxima!

E nós gostamos de você, Given-kun!

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