Animes ecchi tem lá seus excessos, mas no meio daqueles que não dizem muito, sempre aparecem pérolas – como Keijo – que trazem alguma inovação na sua proposta e principalmente, acabam tendo um bom desenvolvimento, se tornando divertidos de acompanhar.

Esse é o caso de Kandagawa Jet Girls, que conta a história de garotas que sonham ser as melhores no mundo do Jet Race, um esporte aquático com mecânicas bem interessantes e uma boa dose de sensualidade.
Rin é uma menina sonhadora, filha de uma competidora de grande prestígio no esporte, que acabou falecendo por motivos que ainda desconhecemos. Depois de anos morando com o pai numa cidade pesqueira do interior, agora vai para a cidade grande buscando realizar os seu sonho de ser a melhor no Jet Race.

Ela segue bem aquele padrão da menina burrinha, gente boa e animada que ama incondicionalmente o esporte e só quer se divertir nele. É até fácil se apegar a ela por sua simpatia e inocência, o que é bom porque se o protagonista for chato a coisa não anda, não é verdade?

Logo de cara, ela se atrapalha e encara um assalto, mas esse percalço é útil porque nos mostra suas habilidades natas. Rin tem um condicionamento físico muito bom e consegue perseguir o ladrão com facilidade e sem se cansar, o que já anuncia eventuais facilidades que ela venha a ter ao competir e aprender algo novo.

Esse incidente também serve para introduzir a segunda protagonista, Misa. Essa ama o Jet Race, e é especializada na arma de combate, mas demonstrou ter algum tipo de dificuldade que me parece estar ligada a questão de não conseguir arrumar uma parceira ideal. Penso que ela tenha algum trauma anterior, já que conhece outras competidoras do colegial, e sua relação com as mesmas não é bem das melhores.

Ela e Rin passam a morar juntas e com isso a protagonista passa a incomodar a colega com seu comportamento amistoso demais. Ela tem uns insights observando a maluquinha, mas permanece quieta, deixando que a ação de andar para alguma direção acabe vindo pelo acaso.

Falando nas demais, as garotas foram aparecendo aos poucos e no geral elas são duplamente estereotipadas – cada dupla tem uma caracterização conjunta -, tem a dupla samurai, as idols, gyarus, o pseudo casal e por aí vai. O único elemento que acredito ser comum a todas é o corpo avantajado – para o bem do service que provém das várias situações.

Fora o fator do terreno, o funcionamento do esporte em si me lembrou a sistemática que vimos em Two Car, precisando de dois componentes para correr num veículo, a diferença é que lá o segundo corredor tem a função de equilibrar, já aqui é de defender mesmo – com o uso das armas de água.

No finalzinho a dupla principal conhece a forte Shijuin e sua parceira anormalmente peituda, que querendo disputar espaço e provar seu poder, as desafia para um amistoso. Como é de praxe no mundo dos animes esportivos, isso na hora desperta o modo “oshigoto” da Rin, que aceita e arrasta a companheira junto.

A batalha teve pouca movimentação, mas no pouco que já mostrou, temos uma animação que apesar de fraca, consegue entregar o básico tanto no 3D quanto no 2D – embora eu não seja nenhum especialista no assunto. Fiquei com pena da Misa, porque o local em que ela levou os tiros foi cruel a maid é do mal.

O anime não explicou ainda quais são exatamente as regras do Jet Race, mas alguns detalhes despertaram minha curiosidade. Primeiro as roupas que são inteligente e se fecham sozinhas. Depois notei que durante os disparos, quanto mais a empregada acertava a Misa, mais a roupa de baixo dela tomava dano, até que fosse “abatida” e assim saísse do corpo da moça.

No caso a disputa não tem a ver com chegar mais rápido, mas sim com quem consegue deixar a adversária nua primeiro? Se forem as duas coisas, a criatividade está a todo vapor. Tudo ainda é incerto e o duelo também não acabou, deixando um gancho com a perda da primeira peça de roupa. Acredito que nesse quesito a diretor não fará feio – até porque ele é bem experiente na área – e vai saber lidar com o fanservice do jeito que muitos querem.

Resumindo tudo o que eu disse acima, essa foi uma estreia ok, onde o ecchi não perdia uma mísera oportunidade de aparecer. Admito que a obra me surpreendeu, pois eu não dava muita coisa e ela me entregou algo que pode divertir, se mantiverem uma qualidade aceitável e levarem minimamente a sério os elementos criativos que tem em mãos.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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