Steins;Gate: Youen no Valhalla é uma curta light novel escrita por Naotaka Hayashi, um dos escritores da visual novel original, e ilustrada por Juu Ayakura, um fã, como eu e talvez você. A obra funciona como um spin-off que cobre uma linha do tempo, a 0.334581%, dentro do campo de atração alfa. Para entender melhor o que isso significa, além de saber minhas impressões sobre a novel, indico continuar comigo no texto abaixo. Que se abra o Steins Gate!

A morte da Mayuri certamente é um dos pontos de maior impacto da história original, não à toa é aproveitando esse gancho que essa breve narrativa se constrói, se passando em uma linha do tempo na qual o Daru, o Okabe e a Kurisu são levados em cárcere aos laboratórios da SERN após a morte de uma das personagens mais fofas dos animes pela mão de um Rounder, aqueles que fazem o serviço sujo para a empresa europeia.

Tal plot certamente não é o final feliz desejado tanto por aqueles que jogam a novel, quanto por quem só viu o anime, mas se compararmos ao jogo, é apenas um trecho de história que cobre um dos muitos desdobramentos possíveis, e um bem interessante por sinal já que traz à tona toda uma discussão sobre até que ponto as ações dos personagens são resultado da vontade deles ou apenas fruto de uma convergência que não pode ser impedida.

Em meio a isso há a relação dos personagens Okabe e Kurisu, que separados por quase um ano e meio se reencontram a fim de pôr em prática a Operação Valhalla, uma tentativa de fuga que envolve até o nome, no caso o nickname, de um personagem de Chaos;Head, outra visual novel da série Science Adventure da qual Steins;Gate faz parte. Como fica mais no campo da citação não acho que você precise conhecer a outra obra para ler essa novel.

Aliás, Chaos;Head, assim como as outras obras dessa série, compartilha do mesmo universo de Steins; Gate, só que até onde eu sei é só seu maior sucesso que mexe com viagem no tempo.

Enfim, é necessário que pelo menos você tenha assistido ao anime até o ponto que descrevi como gancho, mas indico mesmo é que tenha o visto todo, pelo menos assim você sabe que deve haver um jeito de terminar tudo bem. Claro, melhor ainda se jogar a visual novel.

Porque sim, o plano arquitetado pelo Okabe desde o princípio parece cheio de furos devido a pesada vigilância que a SERN feita em seus cativos.

Desde o início o Daru conseguir contato com alguém de fora, ainda mais alguém disposto a ajudá-los, me pareceu conveniente demais, como se tudo fosse apenas mais um experimento e os protagonistas estivessem agindo como ratinhos de laboratório, embriagados pela ignorância, em uma peça cuja motivação era justamente provar que não importava o que fizessem, tudo resultaria no futuro do ano de 2036 retratado pela Suzuha.

E é aí que entra o trabalho de personagens já que não foi só o distanciamento físico que acometeu o mad scientist e sua assistente, mas também o distanciamento de convicções, e este é bem justificado, afinal, fazem a Kurisu presenciar os experimentos de viagem no tempo enquanto o Okabe apenas é isolado de convívio externo junto ao Daru, e é esta experiência que torna Kurisu mais cética sobre a possibilidade de mudar o futuro que os aguarda.

Ela percebe que as engrenagens do tempo, o que você também pode chamar de destino, não vão parar de rodar assim tão fácil e que apesar de querer acreditar no Okabe, há mais margem para dúvida do que o contrário.

Aí entra a capacidade de convencimento do herói, não o mad scientist eloquente e confiante, mas o humano falho que deseja ir até o passado para salvar a amiga de infância e por tabela deter as intenções da SERN.

A Mayuri é menos citada do que eu esperava nessa novel e o Okabe parece ter processado melhor a morte dela (nada como uma passagem de tempo, né), mas ele certamente não esqueceu e é em grande parte devido a isso que ele acredita que pode lutar contra a convergência de eventos que se apresenta.

Há esperança, ainda que esta contenha uma dose perigosa de inocência, nas palavras que ele profere a amiga e se ele não morrer é um sinal de que seu destino está traçado apenas para dali a 14 anos, também é uma oportunidade de usar esse tempo para construir uma máquina do tempo e se opor aos planos da SERN.

Tudo jaz em sua capacidade de contrariar o previsto, algo que um conhecedor da obra sabe muito bem que ele é capaz de fazer.

Youen no Valhalla é praticamente um fanservice para os fãs mais aficionados, ainda que seu desfecho fique apenas no meio do caminho para um final feliz, e certamente é um extra super válido de ser conferido, principalmente se você gosta da estrutura de rotas de uma visual novel.

Aliás, os principais games de Steins;Gate (o primeiro e sua continuação, 0), você pode encontrar oficialmente na Steam. Não tem mais desculpa para não jogar, hein?

Até o seguinte momento adquiri apenas a primeira visual novel, mas é só questão de tempo até comprar a continuação. Só é uma pena que não existam na plataforma outros jogos da série da qual Steins;Gate faz parte.

Claro que com o tempo isso pode mudar, e depende da venda de produtos relacionados, como os jogos de Steins;Gate. Aliás, Youen no Valhalla (The Distant Valhalla em inglês) ganhou sua própria visual novel criada por fãs. Olha que barato!

Eventualmente devo jogá-la, mas primeiro devo me concentrar nos jogos oficiais e nas light novels relacionadas a série. Quem sabe eu não traga mais artigos desse tipo por aqui? Assim será se for a vontade do Steins Gate

Brincadeirinha, gosto de acreditar que não existe convergência capaz de delinear nossos futuros, que nossos destinos apenas são frutos das escolhas que fazemos, e é com essa mensagem que me despeço aqui.

Até a próxima!

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