Depois de algum tempo ouvindo o Simon discursar sobre o garoto que não via cores na vida, pude agora compreender que sua fala ia além de uma metáfora que o ligava a protagonista. Agora que tem o caminho para a mudança em suas mãos, qual rumo escolherá?

Depois de muita pressão e recebimento de informações nos últimos episódios, fiquei até surpreso pela capacidade da Presidente de manter a sua cabeça no devido lugar, principalmente sabendo que ela própria é a maior fonte de problemas para a humanidade.

Como eu sempre faço questão de enfatizar, me sinto satisfeito vendo essa garota exalando delicadeza – e outros clichês do gênero -, sem deixar de ser prática e esperta quando precisa. O mais engraçado de toda essa situação é que tanto ela, como nós fomos enganados pela própria história, afinal os “distúrbios evolutivos” estavam um pouco além dos poderes recentes que exibiu, no que achei bem legal a forma como a moça saiu desvendando a lógica por trás desses eventos.

Sem o contato com aqueles que gosta e que lhe ajudam nas horas de perigo, é normal que ela não soubesse por onde começar, então compreendi a escolha do roteiro em causar aquela convêniencia básica, para que ao menos um deles aparecesse e felizmente foi o Simon.

Sendo honesto eu preferia que fosse outro – ele é o que menos simpatizo -, mas a minha razão para desejar que fosse o cientista, foi exatamente para que acontecesse o que a prévia induzia: a revelação da verdadeira identidade dele como membro ativo e importante da Black Swan.

Apesar de eu ter minhas ressalvas, acho que o personagem é interessante pela dualidade que traz dentro de si e é curioso ver que aquela questão do mundo monocromático, casa com o que ele representa em vários níveis.

Eu de fato achava que as coisas que ele dizia tinham um sentido figurativo para apontar uma mudança que a Presidente tinha trazido a sua vida, independente da questão dela ser a Rainha Vermelha. Eis que vejo um homem com daltonismo absurdo, de fato enxergando o mundo em tons de cinza e a moça como o único ser diferente e colorido ao seu belo par de olhos.

O ponto aqui é o seguinte, ela é especial por ter os poderes magnânimos de uma rainha e só isso, ou é colorida porque é uma pessoa que ele ama de verdade, daí os genes mutantes dele a identificam de outro modo? Eu estava com essa dúvida até os momentos finais do episódios, mas isso falo lá na frente.

A cena da perseguição aos dois protagonistas foi bem legal porque além de nos guiar para a revelação derradeira, nos deu a chance de enxergar de enxergar a mudança da protagonista ao longo dessa aventura toda.

Gostei bastante do bom uso que ela fez da sua habilidade e da sua própria força de vontade, mais uma vez evitando sangue desnecessário – ao menos até onde foi possível. Ela ter compreendido a sua clarividência e também desafiar o perigo com os agentes da Black Swan, mostra o quanto a personagem cresceu com relação a sua ingenuidade em meio a esse cenário de mistério e poderes sobrenaturais.

O Simon por sua vez sanou a curiosidade que eu tinha sobre seus poderes evol e me lançou outra, pois na hora da ação ficou mais do que claro sua versatilidade, com inúmeros poderes a sua disposição.

Como já tinha sido dito que ele foi fabricado, isso me levou a pensar que ele carregava vários genes de outros mutantes pegos pela organização, mas aí percebi que ele usou habilidades que tinha visto, ou seja, também pode ser um copiador – não que isso interesse ao plot principal, mas eu gosto de apontar esses detalhes.

Indo a parte que realmente interessa e surpreendeu a mocinha, o seu amigo que também é conhecido como Ares, se identificou como tal e deixou ela num estado de confusão que me chamou atenção.

De começo achei que a Rainha seguiria o padrão da pessoa que sofre com a mentira e fica depressiva, então ela vem e me choca, ameaçando se matar para acabar com o plano deles de vez – o que abriu a sua belíssima chance de fuga bem sucedida. Fechando com chave de ouro, a garota ainda diz que não tem tempo de remoer isso e precisa dar um jeito de resolver o que está pendente.

Bom, como eu não conheço o original, não sei se essa foi uma decisão rushada para o momento íntimo dos dois, mas acho que no geral ela foi eficiente, no sentido de dar continuidade ao enredo sem enrolações e de mostrar que ela é forte e sabe o que tem que ser feito, ponto.

Quanto ao Simon, não sei se foi uma impressão exclusiva minha, porém notei que quando “atua” como Ares, o rapaz tem uma certa alteração de personalidade, quase como se fosse outra pessoa, o que me faz questionar se essa possível mudança teria a ver com seus poderes não naturais, incluindo aquela coisa que ele sente no coração do nada – isso explicaria muita coisa.

Voltando ao ponto que citei sobre o “daltonismo” dele, a cena em que seus olhos sangram clarificam o que as cores da Presidente representavam, sendo isso realmente o sentimento bom entre ambos. Como brinde, acho que isso ainda elucida esse elemento da personalidade do Ares, pois para mim não há dúvidas de que agora ele assumiu por completo com a perda.

O resumo disso é que todo o grupo agora está praticamente separado e instável, só que o anime ainda nos trouxe mais uma novidade com o Zen indo parar no futuro graças ao seu evol descontrolado. Uma vez lá, o que ele irá descobrir de útil e como irá voltar, se não tem controle desse poder dimensional? Bom, eis a questão.

Agradeço a quem leu até o final e nos vemos no próximo artigo!

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