O palco está armado, os atores sobem as muralhas da sobrevivência para interpretar os seus papéis. Não é apenas de rei a que o tabuleiro pulsa, mas de coragem, de ímpeto pelo futuro. O reino está preparado para o sacrifício.

 

 

Nesse desenlace do conflito, Xin, Ten, Heki e os demais generais de prontidão repelem a escalada da conquista. Sei, por sua vez, só pode registrar as constantes baixas, o incansável assassinato de seu povo.

Li Boku se retira e deixa a cargo dos soldados a tarefa árdua, quatro muralhas, um cerco de chuva perfurante. De escadas, avanços e quedas, o ciclo do sangue se mantém por horas, cada corpo empilha o fracasso da ascensão para o sucesso.

 

 

Heki, que de vento tem por inimigo, de mãos atadas, assiste as flechas de pouco fôlego fracassarem em sua função. No entanto, Ten, que habilmente prevê as fragilidades que o tempo cobra, reforça a defesa com as tropas do rancor.

O general sorridente está morto, mas os seus companheiros ainda não. Por atrito, quem ousa subir há de descer, arremessado para o submundo que não vê vergonha em nenhuma morte. A aposta é certeira, a estrutura se sustenta.

Para o decisivo valor, os camponeses se apresentam como resolutos, firmes, sangram sem recuar, tombam sem se arrepender. Um dia de superação. Sob comando e adequadamente orientados, de vida em vida são o escudo, o alvo e o obstáculo.

 

 

No impasse, que se faça o empate. O brado da superação que adentra pela tarde soturna e vitoriosa, as perdas são incalculáveis, mas ninguém recua um passo sequer. Pela noite adentram na expectativa de descanso.

Por tortura, o inferno urra, o ataque não cessa, que na umbra cega as sombras bradem. A tática do grande inimigo é o desgaste, o blefe, o alerta da exaustão física e emocional. A resistência foi exitosa, cabe agora ao ataque dobrar a aposta.

As muralhas varam em euforia enquanto as energias de seus oponentes, segmentados e em revezamento, descansam. Ao raiar do sol, a tolice da farsa se revela. Ten, encarregada do destino de todos, lamenta sua própria inexperiência, quem poderia a culpar.

 

 

O segundo ato é iniciado após um dia que não cessou, a pressão continua. Dessa vez sobem ao palco os protagonistas, o encastelado que faz fronteira na conquista, o espadachim que retalha os comandantes sem que sejam realmente um desafio.

Xin, caçado como um inestimável pilar de resistência, é sugado pela dança de lâminas, retalhado pelo estilo hábil, o suspense paira frente ao duelo, e não distante, Ten, fisgada para o campo ensanguentado, coordena as carcaças que ainda respiram para que continuem respirando.

Em tempo, é um panorama tenso que engaja a simpatia, estamos no olho da tempestade onde sabemos bem o quanto nossos queridos mocinhos se encontram no limite da aniquilação. A atmosfera é injusta e fria, o oponente é grandioso demais. O ápice abandonado à própria sorte, enquanto a coalizão e as tropas do reino de Chin se encaram sem mover um dedo, o povo agarra com as próprias mãos a responsabilidade de nutrir em morte a herança de seus filhos.

 

 

Nos vemos na próxima, em expectativa esperamos os novos lances desse desolador conflito entre os reinos combatentes.

Comentários