Olá pessoas, eu aparentemente ainda existo e estou de volta para dar continuidade aos meus artigos (infelizmente esse fim de ano foi mortífero para mim, mas agora vai). Acho que nada melhor para celebrar o meu retorno do que a choppada de hoje a noite  esse artigo tão lindo sobre um dos animes que é, na minha opinião, um dos melhores da temporada (inclusive um dos únicos 7 que ainda acompanho). Nesse combo de episódios de Yuri on ice, nós temos um desenvolvimento imenso de vários personagens que basicamente só estão aí para perder pro Yuri (ou será que não?). Em uma manobra um tanto ousada, Yuri on ice tenta dar caracterização nesses dois episódios para não 1 ou 2, mas 4 personagens que supostamente deveriam ser tão marcantes quanto o Minami foi no episódio 5, o que…francamente, simplesmente não deu muito certo. Sem mais delongas, Shall we skate ?

Foram 5 personagens principais que dividiram a tela com o Yuri nesse episódio. Além do próprio Yuri, com sua apresentação romântica, tivemos seu animado amigo Tailandês Pichit que, como todos sabiam, foi o deuteragonista da competição; o Americano otimista Leo de Iglesias;  o pessimista, porém esforçado Chinês, Guang Hong ji; o stalker Russo Georgi Popovich; e o pervertido Canadense Christophe Giacometti. Nesses dois episódios, aprendemos mais sobre o passado de cada um deles e de suas motivações. Com alguns a impressão foi bem efetiva enquanto outros são instantaneamente esquecidos no momento que saem da tela.

Primeiro vamos analisar um dos personagens de menor impacto. Não é exagero dizer que Guang, depois desse arco, vai ser completamente esquecido. Se me perguntassem sobre ele antes de eu re-assistir esses episódios, eu seria completamente incapaz de falar qualquer coisa sobre (o que simplesmente não se aplica ao Christophe e ao Georgi, por exemplo). Esse jovem prodígio Chinês, que participou agora de uma copa pela primeira vez, tem por temática de sua performance, “Violência e Amizade”, e para demonstrar isso nada melhor do que a música do filme fictício Shangai blade, que fala sobre um assassino Chinês que enfrentava sua derradeira missão (no caso do Guang, a participação no Grand Prix) e que em meio ao seu processo morre, com um sorriso no rosto, protegendo um companheiro. Similarmente, para Guang, a derrota iminente (tropeçara no meio da performance) não o abalou. Enquanto se preparava para finalizar a performance, Guang sabia que tendo apenas 17 anos e uma vida pela frente, poderia simplesmente mostrar uma apresentação ainda melhor na próxima vez (até porque, apesar do protagonista ter morrido, Guang não se deixaria abalar por algo simples como a morte, a abraçando e seguindo em frente).


Em seguida, temos Leo Iglesias. Ele é um jovem Americano simples, que gosta de dançar e quer mostrar ao mundo as coisas que ele gosta da melhor forma possível. Na apresentação “Still alive”, ele nos mostra uma canção que com sua otimista visão de que “a música dita o caminho da alma e a leva por sobre a vida” o permitiu sempre seguir em frente independente do quão difícil a situação viesse a se tornar. Uma canção inspiradora dessas casa muito bem com a parte final da canção de seu amigo Guang, no episódio seguinte, enquanto estivermos vivos podemos nos esforçar e sempre melhorar. Não à toa, mesmo tendo sido o último colocado na competição, Leo tinha certeza que a Nacional Americana seria seu próximo objetivo. Aliás, colocação essa inesperada para alguém que era uma promessa tão grande quanto ele (tendo vencido o Skate Americano, ele era um dos grandes favoritos para a final do Grand Prix), o que só enaltece que o estilo de Leo exige que ele seja um com a música que está fazendo (talvez se “Still alive” tivesse sido sua última música ele tivesse tido mais sorte).

O terceiro destaque do episódio se encontra em Georgi, A sombra de Victor , que esbanjando de sua imensa falta de vergonha na cara, baseou toda a sua performance do mundial de patinação transmitido para o mundo inteiro, no fora que tomou de sua ex-namorada, que diga-se de passagem, estava na plateia. Com seus 27 anos, Georgi está no fim da carreira e têm poucas perspectivas de continuar, porém, devo dizer que no mínimo ele não perdeu o fôlego. Com uma apresentação temática montada por sobre “bela adormecida”, foi da competência de Georgi passar toda a primeira parte de sua apresentação amaldiçoando sua ex, fantasiado de Carabrose (ou malévola, como a Disney gosta de chamar) e a última conclamando seu amor como o príncipe que agora queria encontrar sua amada para salvá-la da maldição (a traição) posta por sobre ela, a perdoando e despertando com um beijo, para que, junto dele, vivesse em um mundo à parte dessa dura realidade onde os dois não mais estão juntos.

Infelizmente, suas lágrimas derramadas e declarações de amor só serviram para a risada de seus companheiros na Rússia e para a tremenda vergonha alheia que sua ex foi forçada a sentir, se levantando e saindo no meio da performance, o que o abalou e o fez cair, perdendo assim para Christophe, que conseguiu o 3º lugar. Georgi se viu forçado a encarar a realidade de frente, porém, não quis assumi-la, continuou insistindo em um amor que não existia e que somente ele conseguia ver. Naquela noite, não era a bela que estava adormecida, mas sim seu príncipe, que de um sonho longo acordava não com beijo, mas com o imenso repúdio de alguém que não o amava.

 

Pois bem, chegou a vez do último personagem realmente novo a ser apresentado, Chris, o ser mais erótico a ser visto em Yuri!!! on ice desde…sempre, pra falar a verdade. Com uma apresentação de personagem que teve direito a aperto na bunda do Yuri, Chris não deixou sua apresentação por pouco, representando o máximo de sua sexualidade que pôde. Nas palavras da professora de Yuri, Chris “transborda sex appeal” e não tem medo de usá-lo em um Eros maduro, que prende a plateia e a enfeitiça, assim como enfeitiça a si mesmo, tratando a dança como uma forma de se satisfazer, não só mentalmente, como aparentemente sexualmente (não me pergunte como…). Chris tem um objetivo bem claro em mente, o de finalmente vencer o Grand prix (que sempre perdia para o Victor) e de trazê-lo de volta aos rinques para poder competir com ele novamente, para que dessa vez possa vencê-lo. Se para Chris a patinação é como o sexo, Yuri, com sua entrada na competição, acabou de tirar dele o melhor dos parceiros e o único capaz de acompanhar seu ritmo incessante.

Finalmente, vamos analisar o Pichit e, gostaria de dizer, ele sem dúvida é o rival com menos impacto que vimos até agora. Se Yurio é selvagem e centrado em si, sendo o contraposto perfeito ao Yuri, que constantemente dialoga com a plateia como um ser superior, e Christophe é basicamente um patinador no estilo Yuri, só que com Eros em esteroides ao ponto que a plateia fica com vergonha alheia dele, Pichit é sem sal, ele representa o típico rival que busca a melhora de si mesmo com uma disputa amistosa usando suas habilidades. Seu diálogo com a plateia é bom e consistente e isso em uma narrativa como Yuri on ice, onde constantes renovações são necessárias e diferenças são enaltecidas como vantagens, ter seu único diferencial como “o único Tailandês que dançou uma música Hollywoodiana”, apelando assim para a quebra da tradição, não é o bastante. Não à toa, a música que ele tanto sonhava em representar se tratava de um canto de superação e de como a patinação liberta o espírito. Sua apresentação final usou uma música que tratava sobre as aventuras em uma terra desconhecida, um tema que apesar de ser muito bacana, nem se compara a significância de diversos secundários desse mesmos episódios (mesmo assim, Pichit é extremamente capaz, o que o deu a 1ª colocação na competição).

Porém, sem dúvidas, a maior das surpresas nesse episódio veio da interação Yuri e Victor, com a aproximação dos dois ficando cada vez mais nítida e clara, e com o relacionamento deles se tornando cada vez mais público, era só uma questão de tempo até que eles se mostrassem ainda mais. A pressão esmagadora da proximidade do Grand prix e a possibilidade de que caso perdesse, isso estragaria a carreira de Victor e todos os esforços que ele fez para treiná-lo, ao invés de treinar a si mesmo, causou em Yuri um estado de desespero que ele necessitava mais do que nunca de alguém para apoiá-lo, não simplesmente tentando animá-lo, mas estando do lado dele e acreditando nele. Esse sentimento, que Yuri já demonstrava desde o início da série, de que não basta somente gostar de uma pessoa mas estar disposto a acreditar nas escolhas dela, torna-se mais verdadeiro na medida em que ele demostra seu Eros e seu amor por Victor, não somente para que Victor repare nele, mas para que, por suas próprias palavras “todos se sintam bem”.

Esse amor que partilha os sentimentos e emoções pode não ser tão poderoso quanto o Eros maduro de Christophe, mas definitivamente é bem mais efetivo. Enquanto egoisticamente Chris buscava seu prazer em meio ao mundo da dança, Yuri, como uma mulher que seduz o seu galã, não quer parecer linda só para ele, mas para o mundo ao seu redor. Yuri quer que sua presença e dança cativem as pessoas tanto quanto cativam a ele e Victor. E, em meio a essa necessidade de demonstrar o amor e suas representações, Victor, já perdidamente apaixonado pela “donzela que tanto o cativou”, salta para cima de Yuri, beijando-o em rede mundial, pois era a única forma que restara para ele, o Galã que sempre se reinventava e tinha diversas cartas na manga, “o impressionasse a altura”.

  1. Estes dois episódios de Yuri foram muito bons, tenho pouca coisa a comentar, já que tu Iwan, escrevestes, detalhe a detalhe estes dois episódios. Quem diria que eu ia gostar de ver um anime, focado a 100% na patinação, mas não é que Yuri se tem provado um anime muito bom, tão bom que é um dos melhores da temporada de Outono de 2016. Uma das coisas que mais venho a gostar neste anime, é o facto de o foco não ser só no protagonista, mas também nos outros personagens, que digo já, gosto mais dos outros patinadores do que do próprio Yuri. O Yuri como personagem não é mau, mas aquela insegurança dele é meio irritante às vezes, isso e a dúvida se ele é ou não gay, eu sei que aquelas cenas entre ele e o Victor é só isco para as fujoshis, mas porra aquelas insinuações a toda a hora não, estraga o clima dos episódios. Yuri provavelmente é um dos poucos animes que já vi que está repleto de osts, e diga-se de passagem são todas muito boas (só me irrita que o protagonista use sempre a mesma), uma boa ost acompanhada com um boa coreografia, o que se pode pedir mais num anime deste género.
    Como sempre mais um excelente artigo Iwan, já fazia um bom tempo que não lia nem comentava um artigo teu.

    • já fazia um bom tempo que eu não escrevia um artigo lol.
      also, não vejo yuri como personagem isca pra fujioshi, a “indecisão” dele é só porque o anime teve fanbase demais para ser um yaoi mais explícito, o que afastaria o público, sou da opinião de que antes do primeiro blu ray vender a cena do “abraço” que o victor da no yuri era o óbvio beijo que o contexto gerava, mas, como vendeu demais inclusive entre homens tiveram medo de perder grana se mantivessem.
      não existem provas disso mas é a única razão que consigo pensar para terem censurado uma cena tão nítida de beijo.
      mas enfim, eu não gosto do yuri, nunca gostei pra ser sincero, sempre achei ele muito cheio de si porém pelas razões erradas e embora ache o desenvolvimento de personagem dele muito bom não consigo deixar de acha-lo muito meh se comparado a outros personagens (pelo menos ele é melhor que o pichit i guess…)

      • Sinceramente eu também não gosto do Yuri, ele é meio inseguro, arrogante e aquela dependência do Victor é meio estranha. O Pichit para mim de todos é aquele, que não sei se gosto ou não dele, mas tenho que admitir que o Yuri é um pouco melhor que ele. Para mim de todos os personagens deste anime, aquele que mais gosto é do JJ, ele é o completo oposto do Yuri e um excelente patinador.

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