Great Pretender é um anime de vigaristas e vigarices. A produção é do Wit Studio e tem roteiro original, 23 episódios programados para sair em bloco na Netflix e também serem exibidos no bloco +Ultra da TV Fuji.

Na história acompanhamos Makoto Edamura, um vigarista que vivia de pequenos golpes até conhecer um estrangeiro que o envolve em uma tramoia muito maior e mais perigosa do que ele jamais imaginou.

Great Pretender se inspira na versão da música do genial Freddie Mercury, uma das melhores vozes que esse mundo já teve o prazer de ouvir, não à toa é ela que agracia nossos ouvidos no encerramento.

Só por isso com certeza já gostaria do anime, mas não foi só pela música que ele me fisgou, e sim por sua bela animação, roteiro sensacional e ótima ideia. Quem não gosta de um vigarista que ache a carteira!

Poder torcer pelo mocinho que na verdade age mais como um vilão é um dos maiores baratos da ficção, não à toa não me sinto mal de torcer pelo Edamura, ainda mais porque o anime faz a gente gostar dele.

Talvez não ao ponto de se apaixonar pelo vigarista em apenas um episódio, mas o suficiente para ver bastante potencial em sua história. A coisa escala muito rápido, mas ele foi levado àquilo, que mal tem?

Inclusive, só assim para levar a sério o cara sair do país “fugido” por via aérea e, ainda por cima, acabar em um negócio da China, tão falso quanto certos produtos chineses que eu sei que você já comprou…

Edamura não é um peixe grande ao ponto de ser alvo de uma agência de polícia, pelo menos não de uma importante como pareceu, mas é um fino malandro capaz de se adaptar, dançando conforme a música.

Foi o que ele fez e esse foi um dos momentos mais divertidos do anime, superou até a ideia perspicaz de tacar o foda-se para a tradução. O que faz sentido se o protagonista consegue se virar com seu inglês, né?

O anime quase todo falado em inglês seria estranho, então virar esse chave de maneira descontraída e abraçar de vez a loucura foi a melhor saída possível para dar uma boa remexida na trama, afinal, é disso que o povo gosta, ainda mais se tratando de personagens que querem passar a perna em alguém, se precisa, uns nos outros. A cena inicial e final deixaram bem clara a ardilosidade do “meio”.

Essa pegada mais descontraída e incerta, com uma sequência de acontecimentos que escala em uma velocidade assombrosa, é a cara do cinema americano e às vezes cai muito bem em anime.

No caso de um anime original produzido pensando no mercado mundial (o bloco no qual ele sai tem contrato com a Netflix), é ainda mais fácil dar certo, a liberdade para aproveitar essa vibe é até maior.

Enfim, Great Pretender diverte sem compromisso, é meio exagerado e tal, mas a graça é justamente comprar essa loucura. Imagino eu que sem tanto apego a personagens e mais às situações malucas.

Vigaristas e vigarices são muito atraentes na ficção e a trama confirma isso com muita desenvoltura. É o tipo de anime que só por um episódio indico a qualquer um, mas também não sei onde pode parar.

Pode focar no “plot twist” ou ir além. A única certeza é que o protagonista vai precisar aprender novos truques se quiser se dar bem no final, assumindo assim a imagem de grande vigarista que vende.

Aliás, talvez essa seja a grande sacada do anime, um vigarista que diz ser o tal, sem realmente ser, não será mesmo fodão caso convença a todos dessa mentira? Se ele acreditar em si… eu quero acreditar, e você?

Dê uma chance a Great Pretender, ainda mais por no final poder ouvir o clássico do Platters em uma das mais belas vozes de todos os tempos. Agora me despeço fingindo que você ainda está por aqui…

Até a próxima!

  1. Ao ler estas primeiras impressões, começo a sentir que estou a gostar mais do que devia deste anime.

    Começando pela animação e até onde eu vi (episódio 11) não me desapontou em nada, a trilha sonora é competente, só a opening que não me agrada muito é um jazz muito agressivo, prefiro jazz parecido com a opening de Cowboy Bebop. Agora vamos ao negócio real, a ending, sou fanboy dos Platters, a versão deles de The Great Pretender é uma obra prima que quiçá só ligeiramente é superada pela versão cantada pelo grande Freddy Mercury (sempre fico com calafrios quando ouço a ending do anime, Freddy Mercury foi e sempre será a melhor voz da sua geração).

    Passando aos personagens, simpatizo bastante com o Edamura, ele não nasceu vigarista os azares da vida dele e a sociedade onde ele cresceu que o tornaram um vigarista. É até meio risível ele se considerar o maior vigarista do Japão, quando na verdade ele próprio era enganado por outros vigaristas. Simpatizo bastante com a Cyntia também, mas sobre ela não me alongarei mais para evitar spoilers. Por fim, o Laurent esse sim é um vigarista a sério, ele parece até um génio na arte de aldrabar e manipular. A Abby tenho a certeza que até ao final do anime será das melhores personagens da obra.

    Para terminar, acho muito engraçado quando o Edamura tentou falar inglês, o sotaque dele que dificulta tudo.

    Como sempre, mais um excelente artigo de primeiras impressões Kakeru17. Espero ver uma resenha final do anime pelas suas mãos.

  2. Essa homenagem a música e ao Freddie com certeza foi matadora, para conquistar ainda mais o público ocidental, já que só pelo primeiro episódio não tem como não se divertir com o anime e criar alguma expectativa. Inclusive, é por isso que vejo até mais potencial no Edamura do que gostei dele, porque seria fantástico ver um vigarista que se acha mais do que é acabar se tornando mais do que ele mesmo um dia pensou ser possível. Em uma história de vigaristas só ri por último quem passou a perna em todo mundo, né.
    Acompanhar semanalmente não vai ser possível, infelizmente, mas eventualmente pretendo sim escrever a resenha, só espero que ninguém me dê uma rasteira até lá rs…

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