Se lutar em um torneio de artes marciais não case. Se for adolescente não case. Melhor, se tiver um pingo de juízo não case, faça como a Mira, acabe com o casamento antes mesmo de acontecer. Com você, The God of High School aqui no Anime21!

Tenho sentimentos mistos sobre essa ideia “criativa” de meter um casamento no meio de um anime de torneio. Primeiro, a “quebra” não foi meio abrupta? Segundo, a situação aproveitou bem o background da personagem? Terceiro, não seria melhor ver luta?

A proposta de casamento surgiu do nada, ainda que tenham justificado o pedido mais perto do fim. Ao mesmo tempo em que conhecemos mais o passado da heroína, fica ainda mais evidente o quão simples ele é e, na mesma medida, é clichê. Seria melhor luta!

Quando tem ação o anime consegue compensar um pouco a história mediana, quando isso fica mais de lado para investir nos personagens dá problema. Por exemplo, foi legal o desfecho da situação, eu adorei ver a Mira metendo a porrada e divando, mas e daí?

Do que adianta a garota encarar o dilema de “vender” a alma para salvar o estilo de espada da família se na primeira oportunidade que tem de mostrar seu valor ela sofre uma surra unilateral? Eu terminei de assistir o episódio pensando que foi tempo perdido.

Melhor seria uma luta em que o estilo dela é posto a prova e, devido também a falta de uma espada (nada contra o carinha querer ela), a garota perde, mas não é humilhada. Independentemente dos problemas do Han, escrotizar para fabricar hostilidade é medíocre…

Sejamos sinceros, o Jin e a própria Mira vão perdoar o Han, a gente sabe disso, e ser violento ou não não vai mudar em nada a situação dele, porque ele perder para o Jin é o esperado. Aliás, quero ver como ele e a Mira vão ser aproveitados após suas eliminações.

O ponto é, gastaram um tempo com a Mira que não foi bem aproveitado a curto prazo. A médio e longo prazo, entretanto, ela ter desistido de se apoiar em alguém para alavancar o estilo de espada da família pode ajudá-la a fazer isso, dar sequência, ela mesma.

Inclusive, a breve, mais estilosa, lição que ela dá no noivo picareta mostrou o quão forte e determinada a garota pode ser. Além disso, ela se deu conta de que ela é a razão de existir do estilo, não é a espada ou o sucesso instantâneo e sim o legado deixado pelo pai.

Acredito que o caminho para a afirmação do poder que essa simpática personagem feminina tem está em processo, ainda que a situação apresentada e a forma de resolvê-la não tenha sido nada demais. Ao menos o tio e a irmã se tocaram de sua infelicidade.

Ela mesma não dramatizou tanto a situação, tentou encarar de forma objetiva, mas devido ao que dar esse passo significava para ela, e o que o próprio estilo significava, não teria mesmo como não mudar de ideia. Outro ponto bom, sem forçar um romance.

O Jin foi quem se esforçou mais para abrir os olhos dela, mas o Han também ajuda e no fim tudo acabou em boas risadas e o fortalecimento de uma amizade, infelizmente, desnecessariamente desgastada com uma violência gratuita. Alguém pagou ele por isso?

Tudo bem, ele quis cortar relações para evitar que as emoções prejudicassem sua vitória, eu entendo isso, mas o quão nocivo isso seria após o que foi todo o episódio não foi posto na balança? Além disso, acho que não era só eu que esperava mais dessa luta, né?

Como ação foi um episódio meio decepcionante. Eu curti a trilha sonora, acho que foi condizente com os momentos, alternando entre o drama e a comédia de forma sutil. O trabalho de voz foi bom e a direção não mandou mal também, o problema foram as escolhas.

Não tem muito o que esperar de melhor do roteiro, então culpo as questionáveis escolhas narrativas para o episódio ter me agradado no clímax, mas ter me desagradado bastante no pós e antes, enquanto a situação se desenrolava, ter achado bem mediano.

Por fim, há mais algo a comentar? Ainda tem a luta do Jin para chegar a final, mas depois dessa semi decepcionante não dá para esperar muita coisa. The God of High School fez o básico aceitável (com uns méritos), mas aos 45 do segundo tempo foi vacilar…

Menos mal que se arrebentar nesse anime não quer dizer muita coisa e que ao menos há semelhanças entre os cultistas e os organizadores do torneio. Os dois lados são compostos por usuários de Stand de corrente política diferente ou ambos são picaretas?

Aliás, aqui só o que tem é picareta, não importa o lado… Na Coreia, ao menos na do anime, não parece ser tão diferente. Só nos resta descobrir o papel do Jin nisso tudo, saber qual será o destino dos amigos dele e torcer pela volta da pancadaria de qualidade.

Até a próxima!

P.S.: A Mira realmente ficou muito fofa de noiva, mas muito mais importante que isso, deram um vislumbre bom, ainda que sem aprofundar tanto, do quão difícil é para uma mulher vencer praticamente sozinha. Não que teria tantas facilidades a mais se não fosse uma mulher, mas tenho certeza que sua mentalidade seria diferente e sua cobrança interna (olha o tio) também.

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