Não sabia que o Gojo tinha uma prima tão fofa (sim, tenho uma queda por mulheres com pinta no rosto), mas com certeza imaginava que a saúde do avô seria usada em algum momento na trama a fim de provocar alguma situação, nesse caso, o mal-entendido entre os protagonistas.

Mal-entendido esse que acabou ajudando no desenvolvimento profissional do garoto, afinal, fazer cosplay para seres humanos não é o mesmo que confeccionar bonecas hina, mas satisfazer um cliente é. De quebra, a Marin foi fofa e virou a Shizuku-tan, melhor impossível!

Nesse episódio me identifiquei demais com o Gojo porque sei como é ter parente idoso (sei como a gente fica desnorteado quando acontece algo com ele, por menor que seja) e sei como é tentar fazer trocentas coisas ao mesmo tempo (nisso ele parece ter se saído melhor que eu).

A diferença entre nós é que na idade dele eu não tinha tanto pepino para descascar, então é ainda mais significativa a sobrecarga que ele sofre, ainda mais quando ela o faz se defrontar com o medo de fracassar na carreira profissional que escolheu para si, que é a mesma do avô.

Nisso acho que o episódio foi excelente, pois trouxe a experiência do velho afim de animar o protagonista, mas também lembrá-lo do ônus de seu ofício. Quem trabalha produzindo coisas para as pessoas tem um compromisso quase sagrado com a satisfação do cliente, não é mesmo?

Claro que o anime torna tudo “lúdico” ao apelar para sorrisos e a ideia de se esforçar ao máximo pelo cliente, mas a verdade é que sem isso é difícil um profissional se sentir realizado, sem saber que atendeu as expectativas depositadas em seu trabalho, que faz seu serviço bem-feito.

E isso é muito importante com outra questão que o roteiro aborda, que é quando algo do qual se gosta se torna obrigação. Não dizem que quando vira trabalho tudo perde a graça, mesmo quando é um hobby que você adora? Como evitar cair nessa “armadilha”?

Não é uma resposta exata, mas focar no feedback do cliente e usar isso como combustível para o ego não me parece ruim. Digo, não é só por satisfação pessoal que a pessoa trabalha, mas isso com certeza ajuda muito e ser alguém que se satisfaz com esse retorno é algo bem razoável.

Deixando essa questão de lado e focando no mal-entendido, em circunstâncias outras seria uma forcada de barra bobinha, mas em um cenário no qual um lado se preocupa, mas não quer incomodar (a Marin) e o outro estava extremamente focado (o Gojo), achei compreensível.

Até porque, convenhamos, isso maximizou a reação da Marin, assim como não desperdiçou o esforço do Gojo, afinal, tudo o que ele mais queria era vê-la se realizando com o cosplay pronto e vestido. E foi gratificante demais vê-la agradecendo e admirando o sorriso dele.

Desde o segundo episódio o anime vem dando pequenas pistas de que ela pode estar começando a gostar dele e nesse não foi diferente, sendo que pontuo principalmente a pergunta dos cílios, o que não era algo tão óbvio pensando justamente que ele faz bonecas.

Não que a pergunta fosse maliciosa, me pareceu algo mais inconsciente, é só que é legal ver como o anime se preocupa em não só ilustrar a atração (praticamente inevitável) que ele sente por ela, como também o apreço crescente que ela vai sentindo por ele.

E um dos momentos-chave para o fortalecimento dessa relação foi a primeira prova do cosplay, não que ela fosse odiá-lo se demorasse mais, mas toda a dedicação do garoto com certeza foi comovente e estreitou os laços entre cosplayer e cosmaker, uma dupla formidável.

Prova disso é o resultado final, um cosplay belíssimo que pode até precisar de ajustes, mas à primeira vista está soberbo. E o mais legal é como os dois se atentaram a cada detalhe; desde a maquiagem até o cabelo, passando, é claro, pelos mínimos detalhes do deslumbrante vestido.

A Marin vai aprender a interpretar para encarnar a personagem? Não sei. O decote vai ser um problema? Duvido. O anime segue um amorzinho? Com certeza. Teve cenas dela seminua pondo a roupa, eu sei, mas ela já fez coisa “pior” no anime, prefiro admirar a sua Shizuku-tan perfeita.

Até a próxima!