Genjitsu no Yohane: Sunshine in the Mirror é um spin-off de Love Live! Sunshine!! que nasceu de uma piada (se não me engano de uma pegadinha de primeiro de abril), que de tão curtida pelos fãs, mas tão curtida, acabou gerando um anime praticamente independente.

Você precisa ter visto a segunda geração (cada uma é independente) do melhor anime de idols escolares para ver esse daqui? Não. Mas sim, ajuda, pois assim você pega melhor certos temas e construções que comentarei a seguir. É bom estar de volta!

Ah, a sinopse? Então…

 

“Na história acompanhamos Yohane, uma jovem de 16 anos aspirante a cantora que trocou Numazu, sua cidade natal do interior, pela cidade grande, mas volta em uma verão cheio de ranço, mas também nostalgia, e um clima de mistério. Que tal acompanhar um anime de idols, que não são exatamente idols aqui, com uma pitadinha de magia, tecnologia (WTF???) e um típico drama da juventude?”

 

Antes de mais nada, sim, afirmo que as ligações com o material do qual o anime é derivado são inúmeras, seja pela ideia de dar um protagonismo inusitado a “chuunibyou” do grupo Aqours ou aos dramas (e eu diria mais aos desenrolares) que a cercam.

Yohane é um pouco birrenta e petulante, mas nesse anime ela é bem menos caricata, bem menos exagerada, que a Yohane (a versão metida a gostosona da Yoshiko) do Sunshine, ainda que essa estreia tenha nos martelado o suficiente com sua aversão a terra natal.

Por outro lado, a conversa com a mãe, assim como os fatos que se sucederam ao retorno para casa, aprofundaram razoavelmente bem essa aversão. Yohane está meio perdida quanto ao que fazer e com quem fazer, mas bota a culpa no lugar, por que será, né?

Sinto que já vimos esse drama antes (exceto se você for novo em animes slice of life com personagens dessa idade), mas que mal tem isso? Sunshine in the Mirror se sai muito bem tanto visualmente, quanto narrativamente, enquanto slice of life com sua parcela boa de drama.

Contudo, esse drama não é inócuo, e muito menos exagerado. Você consegue entender a jornada dela, partindo do pressuposto de que nesse mundo (meio mágico, meio o nosso) é normal garotas de 14 anos partirem sozinhas para a cidade grande atrás de um sonho.

Sair e voltar, e com isso retomar lembranças do passado, sentimentos e uma sensação de fracasso (talvez estagnação seja a palavra certa) é o que tornam o desenvolvimento da personagem promissor, e tem muito o que a gente pode extrair dele.

Atrelado a isso temos as outras nove personagens, com as quais o anime acertou nessa estreia, pois não teve pressa em introduzi-las, apostando mais em alicerçar uma amizade que é muito, mas muito forte e importante no anime que dá origem a este.

A Yohane é a melhor amiga da Zuramaru (deixa eu zoar minha come e dorme favorita, por favor kkk) e vice-versa, tendo a Ruby ali do ladinho. A diferença é que a Ruby já tem a irmã (que nesse anime é uma fadinha), restando a dupla “come e sonha” uma dinâmica bem divertida.

Essa estreia não a explorou a fundo, mas é inegável a boa construção de roteiro, ainda que simples, que levou a Hanamaru a elogiar a Yohane, expor a inspiração que ela lhe foi e, com isso, ressignificar (ainda que apenas em primeiros estágios) a relação da heroína com a cidade.

Numazu tem algo para a Yohane e as pessoas que gostam dela, e até pessoas que não são pessoas, como a fofa e provocadora Lailaps, uma mascote que não faz apenas “figuração,” mas serve uma interação divertida e bem útil no que se refere a “mover” a personagem principal.

Somemos a isso uma apresentação solo belíssima e um ar de mistério que denota adversidades futuras para as nove heroínas e temos um slice of life com drama consistente e perspectivas boas, sejam de desenvolvimento de personagem, sejam de desenvolvimento de roteiro.

É claro que ainda é muito cedo para falar, pois pelo que sei o anime até tem web mangá, mas duvido que com a robustez da animação, então não sei mesmo o que esperar. Mas isso por um lado é bom, pois posso genuinamente me surpreender com personagens que já amo tanto.

Por fim, indico Genjitsu no Yohane: Sunshine in the Mirror? Demais, pois achei a estreia funcional e divertida, seja como slife of life, seja como drama, seja como musical e até um pouco como mistério. Foi muito fofo ver a Yohane tomando os holofotes e espero mais das outras também.

Até a próxima!

P.S.: Em detalhes achei o roteiro bem amarrado e singelo, com boas interações, uma heroína com uma personalidade animadora para o tipo de drama que se quer propor e aquilo que todo fã esperava: boa música. O anime é um presente para todos, fãs e não fãs. Não deixe de conferir.