Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru – ep 2 – As medidas do coração
Em seu segundo episódio Sono Bisque Doll investiu no fanservice e na tensão do protagonista frente ao corpo exuberante de sua parceira de cosplay, além disso também teve muita comédia e comédia romântica que é do que muito otaku (eu incluso) gosta.
Por ora, o que descobrimos foram não as três medidas da Marin, mas quase trinta, o suficiente para fazer qualquer cosplay sob medida digno de ganhar o campeonato mundial de cosplay, que eu nem sei se existe. Mas eu sei que existe esse anime e é sobre ele que falaremos agora.
Apesar da comédia gerada pelo nome e a premissa do jogo, além da forma apaixonada como a Marin fala dele, ter sido o foco da primeira parte, consigo extrair um paralelo interessante que quebra preconceitos ao mesmo tempo em que abre alas para o ecchi que se segue.
A Marin gosta de um eroge, quer fazer cosplay de uma personagem dele, e se não aparenta gostar pela putaria (como o Gojo também não dá sinais de ser chegado em material pornográfico), pelo menos admite gostar de algo que ainda é meio que tabu fora do hentai e da avacalhação.
Sim, garotas podem muito bem gostar de material pornográfico, assim como garotos podem muito bem gostar de bonecas, o caso do Gojo. Não acho que isso foi pensado por acaso, afinal, permitiu a trama pisar o acelerador na comédia, mas sem perder de vista seu tema central.
Tema este que, inclusive, é a força motriz por trás da pressa da Marin em tirar suas medidas e assim poder ter sua roupa de cosplay o quanto antes. É por isso que a garota cerca o garoto e vai parar na casa dele, provendo o que foi o grande e longo “recheio” desse episódio.
Aliás, ela não poderia ter pedido ajuda para uma amiga não? Não se a sua intenção era não contar para ninguém além do Gojo. Mas por que ela faria isso se é tão cheia de si? Talvez para fazer uma surpresa para as amigas ou por que acha que elas são tão desastradas quanto ela?
Não sei. Só o que eu sei é que sim, dá para considerar um pouco uma forçada de barra o que ela faz, ainda mais se pensarmos que ela passa o tempo todo incólume as demonstrações de profundo embaraço da parte dele e só no final é que toma para si algo pelo qual se envergonhar.
Levemente (não percebi a princípio, só depois me avisaram) ele toca na calcinha dela, aí qualquer um se envergonharia. Eu só queria entender melhor a Marin, já entendi que ela é espontânea e meio tapada, mas não foi muita falta de noção ficar de biquíni no quarto de um garoto?
Talvez ela se sentiu à vontade pelo jeito do Gojo e o trato deles, que maximizou sua ansiedade e minimizou seu senso de autopreservação? Ficam os questionamentos se o anime quiser responder, mas mesmo se não fizer isso não vai invalidar a qualidade do episódio, que foi bem legal.
Ter ecchi não torna o anime ruim, até porque, repito, a trama vem se construindo para comportar e explorar esse elemento, o que faz sentido em se tratando de uma comédia romântica entre dois jovens tão diferentes. Mas sim, é evidente que esse episódio foi bem “safadinho”.
Capricharam nas cenas em que ela aparece só de biquíni, que são inúmeras, apesar de eu não ter achado que ficou vulgar. Por exemplo, não houve a famosa mão boba ou queda em posições constrangedoras, além dela ter tido a noção de pelo menos medir a distância dos mamilos.
My Dress-Up Darling andou na linha (um tanto tênue, é verdade) e se tivesse que pontuar um defeito desse episódio foi justamente ter passado tanto tempo na medição. O envergonhamento dele, seu convencimento a continuar e a falta de noção dela formaram um ciclo repetido em loop.
A comédia funcionou comigo, não vou falar do ecchi para não me comprometer, mas é verdade que exploraram demais esse momento como se a fazer um mea-culpa e entregar o ecchi puro e simples que vai atrair e manter público independentemente da análise crítica em cima disso.
E não, não sou como a Marin ou o Gojo, que veem pornô pela história hahaha, mas sei também que não deveria me excitar pela figura seminua de uma adolescente por mais linda e gostosa que ela possa ser (claro, enquanto personagem 2D) e imagino que você saiba disso também.
Então sim, tento ficar no lado consciente do público, que faz a ressalva sobre a sexualização do corpo feminino, mesmo que eu também entenda a proposta da obra e as demandas do mercado. No fim das contas, quer seja questionável ou não, Sono Bisque Doll se manteve “aceitável”.
Confesso que peguei spoilers ainda mais provocativos do que foi esse episódio (vira e mexe uma página de facebook compartilha uma página do mangá sem explicar o contexto) e temo um pouco pelo anime, mas a história está tão bacana que já vou preparando meu pano aqui…
Zoeiras (ou não) a parte, não poderia deixar de elogiar a comédia desse episódio, que comigo funcionou principalmente no começo e no fim. A cena do avô perplexo com a atitude do neto perante o que estava em tela foi outra sacada excelente para fechar o episódio com chave de ouro.
Até a próxima!
P.S.: A Marin é tão sem noção que até brinca com o Gojo, até por isso sua mudança drástica (que ele nem percebeu) foi abrupta. Quanto a ele, foi só malícia minha ou a dor de barriga foi uma desculpa para mascarar uma ereção? Mas também, não o julgo se tiver se descuidado no fim…
Ronaldo
Cara, é sério que você não percebeu porque ela ficou envergonhada? O protagonista, sem querer, na hora em que ia medir a perna, encostou o dedo na vagina dela. No manga isso é mais explícito, mas dá pra perceber no anime também, até pelo som que foi feito na hora em que ele encostou.
Kakeru17
Pois não é cara, lesei e não percebi, mas já corrigi no artigo, vlw pelo aviso! Acabei vendo os últimos minutos do episódio com pressa e aí esse detalhe me escapou.