Malevolent Spirits: Mononogatari – Há um meio termo para tudo? – Primeiras impressões
Malevolent Spirits: Mononogatari é um anime de ação e fantasia do estúdio Bandai Namco Pictures que adapta o mangá de Onigunsou. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).
“Após muito se estressar com espíritos conhecidos como tsukumogami, Hyoma Kunato é enviado para viver com Botan Nagatsuki, alguém que o ajudaria a ver as coisas de forma diferente. Apesar de ambos fazerem parte de um clã que devolve os espíritos ao seu mundo original usando um poder divino, a experiência desses dois jovens com os seres de outro mundo não poderia ser mais diferente. Será que Hyoma pode mudar sua opinião sobre esses espíritos por causa de Botan?”
Uma estreia medíocre na acepção da palavra, mas, ainda assim, boa. Por quê? Porque ela não cometeu nenhum erro grave e fez o básico para alicerçar a trama, apresentou o herói, seu drama pessoal, quem deve mudá-lo e ainda deu indícios de como. Vamos falar disso?
Antes de mais nada, que animação mais mediana, né? A produção não está investindo muito no anime e acho que a história não ajuda também. Não lembro de nenhum título no momento, mas falar em seres folclóricos e a aceitação desses é uma abordagem meio manjada já.
Além disso, convencer com uma cena inicial trágica e um protagonista pouco ou nada expressivo não casou muito bem. Diria até que não adiantar os acontecimentos para explorar mais a heroína (a simpática Botan) e sua maneira de pensar minou o potencial dessa estreia.
Ainda assim, não posso dizer que desgostei do primeiro contato do jovem exorcista com os tsukumogamis da garota. Por quê? Porque seria previsível e sem graça se eles fossem “bonzinhos” e evitassem a todo custo bater de frente com o pentelho que quer exorcizá-los.
A altivez com a qual os tsukumogamis foram apresentados plantou a semente de boas perspectivas quanto a relação do protagonista com esses seres, que tem autonomia para ir e vir, selar outros tsukumogamis e até mesmo machucar humanos com os quais não vão com a cara.
Tudo trabalhado em um tom que me pareceu adequado, nem a passar a impressão de que o protagonista está certo em sua paranoia (reflexo de um trauma justificável), nem a passar uma ideia de docilidade que contrariaria a humanização desses personagens.
Se na casa Nagatsuki humanos e tsukumogamis convivem em harmonia, em igualdade, é natural que se olhem, se reconheçam, em pé de igualdade. E sim, a Botan é a mestra a qual eles devem respeito e obediência, mas duvido que ela os trate como meras ferramentas.
Até porque, convenhamos, o avô não teria enviado o moleque para passar uma temporada lá se essa interação fosse apenas reforçar seus preconceitos. A cautela e desconfiança dele é justificável, mas passa a ser perigosa quando vai ao extremo de desumanizar as criaturas.
E tsukumogamis são interessantes justamente pela ideia de sua existência, de que são objetos que assumem forma e personalidade humana após muito conviverem entre os humanos. Aliás, essa fabulação folclórica japonesa é sempre um charme, mesmo não sendo nada de novo.
Meu questionamento é, será o suficiente para sustentar a trama? Se a animação e o senso de urgência não forem, restará ao drama e o slice of life essa importante missão. Eu devo dar uma chance, quero ver como a relação com a Botan e os tsukumogamis mudará o herói.
Até a próxima!
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