Kaina of the Great Snow Sea (Ooyukiumi no Kaina) é um anime original (na verdade, um projeto multimídia) de ação e fantasia (ou seria sci-fi?) do estúdio Polygon Pictures idealizado pelo mangaká Tsutomu Nihei (Sidonia no Kishi, Blame!). Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

Um mundo diferente, onde um “mar de neve” se espalha por toda a superfície planetária. Humanos vivem em condições precárias numa Membrana nos céus, amparada por uma gigantesca árvore de proporções galácticas. E quando Kaina, um jovem dos céus, encontra Liliha, uma princesa do mar de neve, eles embarcarão numa aventura que mudará este mundo moribundo para sempre.

 

Sabe quando você vê um anime e pensa que gostaria de vê-lo no cinema? Foi o que senti com a produção idealizada pelo mangaká Tsutomu Nihei (que não ilustra o mangá, mas cuida da história) em parceria com seu companheiro de longa data, o estúdio Polygon Pictures.

Nem tanto pela parte visual, cujo CG achei bem bom, e mais pela produção como um todo, trilha sonora, designs de personagens e cenários; além da trama de sobrevivência em um futuro bastante hostil em que a natureza é o maior obstáculo encarado pela humanidade.

Na história acompanhamos dois jovens que têm um encontro predestinado e a partir dele devem se ajudar a mudar suas realidades. Primeiro a de Kaina, o aparente último jovem da sociedade dos céus. Depois a de Liliha de Atland, a princesa de uma nação em frangalhos?

É a impressão que a trama deu em sua estreia que pouco explicou, mais mostrou, e acertou ao guardar mistérios e maiores explicações para depois. O máximo que podemos inferir sobre o mundo e a problemática da trama é que eles precisam lidar com a escassez.

A escassez de quem vive encima, mas também de quem vive embaixo. Aliás, outro ponto que aguçou meu interesse foi entender melhor como essa cisão se processou e quem são os vários personagens que aparecem na abertura e no encerramento; ambas excelentes.

E é a escassez não só de recursos, mas também de pessoas, que nesse primeiro momento me pareceu muito ter a ver com as visões dos personagens sobre suas situações; cenário que certamente mudará com a relação de Kaina e Liliha, afinal, um almeja pelo mundo do outro.

Contudo, no meio do caminho há ignorância sobre o estado do outro mundo, e não só isso, mas expectativas que foram criadas e precisarão ser reajustadas a fim de que ambos consigam resolver seus problemas, ou melhor, o problema, que é sobreviver.

Para não dizer que não falei de flores, a amostragem foi pequena, mas gostei da cena de ação no mar de neve, das quebras cômicas do velho “cientista” em sua constrangedora cena de interpretação equivocada das placas de trânsito e do “macro” também.

Antes da Liliha entrar na história tem uma sequência muito bonita, e muito bem amparada pela trilha sonora, que me fez querer ver mais daquele mundo. Principalmente do mundo dos céus, que é mais bonito, mas também do mar de neve, até para saber como surgiu.

Kaina of the Great Snow Sea tem tudo para ser um anime para lá de interessante de se acompanhar na temporada, mas não se engane, apresentar um mundo complexo e problemáticas pungentes exige muito da escrita também. Tsutomu-sensei estará a altura do desafio?

Não conheço tudo do autor, mas o pouco que conheço me faz acreditar que sim. Além disso, o anime comemora os 40 anos do estúdio, tem mangá saindo e filme previsto para depois da série de TV; oportunidade para que a história se desenvolva naturalmente não vai faltar.

Como último adendo, foi só eu que me impressionei com a abertura? Gostei do encaixe das cenas, mas o que me surpreendeu mesmo foi a música, que, como a trilha instrumental, tornou imersiva e mais satisfatória a experiência de acompanhar essa excelente estreia.

Até a próxima!

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