[sc:review nota=3]

Mais um episódio semanal monstruoso, mais peculiaridades sobre esse mundo de monstros imaginado na mente de um japonês que tem um gosto bastante … incomum. A essa altura já aceitei o fato de que esse anime quer estimular níveis saudáveis de constrangimento e náusea em seus espectadores, então meio que não me incomoda muito mais. Ou melhor falando, incomoda mas eu sei que não poderia esperar diferente. Pelo menos há alguns momentos engraçados (poucos) ou ligeiramente emotivos (ahn, sinceramente não lembro de nenhum, mas acredito que deva ter tido um ou dois pelo menos) que, se não compensam, ainda assim divertem.

Esse episódio decidiu apostar todas as suas fichas tentando embrulhar o estômago da audiência. As garotas são monstros (daí o título do anime, sacou?), e monstros não são seres humanos. Há um esforço para a convivência entre monstros e seres humanos, e isso se dá em nível social, intelectual e emotivo, mas no fim do dia um monstro continua sendo um monstro. Está ficando confuso, não é? Então vou usar uma comparação. Hoje em dia cada vez mais pessoas tratam seus animais de estimação como se fossem membros da família. Alguns chamam seus cães ou gatos de “filhos”, conversam com eles e criam laços afetivos não muito diferentes dos que criariam com qualquer outra pessoa. Mas continuam precisando dar alimentação especial, varrer os pelos que caem por toda a casa e limpar o cocô deles. Então o que quero dizer é isso, assim como pessoas e seus animais de estimação no mundo real, em Monster Musume pessoas e monstros tentam viver como iguais, mas continuam sendo diferentes.

De cara, monstros possuem organismos diferentes e necessidades diferentes. Miia, sabe-se desde o primeiro episódio, tem o sangue frio e isso afeta o metabolismo dela como esperado. Para Mero foi necessário construir uma piscina dentro da casa. Suu não pode usar roupas de tecidos normais (mas dá pra levar ela pra passear dentro de um balde, o que … não é vantagem nenhuma, só acho engraçado e digno de nota). E por aí vai. Nesse episódio explorou-se peculiaridades biológicas mais íntimas e nojentas.

A Miia trocou de pele, como serpentes fazem, só que ela estava com as mãos queimadas e ao contrário de uma cobra normal ela não serpenteia para fora de sua pele velha, mas a descasca com suas mãos humanas. Sem poder se descascar sozinha, o protagonista de olhos de rascunho teve que dar uma mãozinha para ela. Mas essa nem foi a parte que me fez revirar os olhos, não. O que me incomodou mesmo foram as esperadas piadas eróticas, os ângulos de câmera safadinhos mostrando as partes mais sensuais do corpo de uma anaconda cor-de-rosa, e como ela curiosamente possui vales na altura de sua genitália que parecem nádegas, na parte de trás, e uma virilha e coxas, na parte da frente.

Não querendo ficar atrás, Papi lançou mão de sua própria idiossincrasia potencialmente nauseabunda: ela precisava botar um ovo! Todas as demais garotas ficaram imediatamente enciumadas, pensando que, bem, você sabe o que elas pensaram, mas ela é inocente e nem pensou em provocá-las, apenas esclareceu que ela bota ovos não fecundados também, como algumas aves (ou todas? Sim, todas! Confesso que fiquei curioso e fui pesquisar – todas as aves fêmeas botam ovos independente de fecundação, é o seu equivalente ao ciclo menstrual; Monster Musume também nos estimula a estudar!). Mas, ela garante, isso só acontece muito de vez em quando, ao contrário de galinhas que botam ovos todos os dias. No final, isso acabou sendo bem menos nojento do que poderia ter sido, e infinitamente menos sexualmente inadequado também. Na verdade, não foi nem um pouco dos dois (bom, a Papi gemeu como se estivesse tendo uma relação sexual ao invés de grunhir de dor como uma mulher em trabalho de parto, mas foi só isso). E isso Monster Musume não poderia deixar barato: no final, a Miia por engano cozinha o ovo da Papi para todos comerem.

Essas besteiras sozinhas já renderiam um episódio, mas havia mais um elemento a ser introduzido: assim como há fetiche para todo tipo de esquisitice e nojeira humana, também os há para monstros. E é um mercado particularmente lucrativo porque há pouquíssimos monstros e é difícil conseguir a colaboração deles. Entra em cena um … cara que eu não lembro nem me importo de lembrar o nome. Vou chamá-lo de “tarado por monstros”. O tarado por monstros bateu na porta do protagonista de olhos de rascunho, porque a casa dele, com tantas monstros de espécies diferentes, é obviamente seu sonho molhado. Fingiu ser um documentarista respeitado trabalhando para retratar a vida conjunta de monstros e humanos, mas só queria filmar as partes baixas das monstros e recolher tantos troféus quanto pudesse para vender mais tarde. Desmascarado pelo poder de ler mentes da Suu, que convenientemente só agora foi revelado, ele é surrado menos do que merece e sai de lá com as mãos abanando. E entra em cena a monstro aranha que desde sempre aparece na animação de abertura, que de alguma forma vive com ele. Mas não fique muito ansioso porque o próximo episódio será sobre aquelas garotas monstro que aparecem no encerramento. Ou fique ansioso porque o próximo episódio será sobre aquelas garotas monstro que aparecem no enceramento, sei lá.

  1. Adorei esse anime e especial quando ele é sequestrado pela Harpia que é assim uma gracinha de garota. O pior acontece quando Smith, aquela agente do governo explica sobre a aparência das harpias.
    O anime é bom. Mas, existe outro anime de garotas monstros. Um anime que se passa numa escola e um professor tentar entender e compreender aquelas garotas e a situação delas. O nome deste anime é Demi-chan Wa Kataritai (Nome Alternativo: Interviews With Monster Girls). É um anime que muitos podem assistir. Sua classificação é de 14 anos. E não faz feio perante esse aqui em momento algum.

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