Phantom World realmente parece estar se redimindo em seus últimos episódios! Isso é tão formidável que nem consigo mais criticá-lo por sua falta de foco em uma linha de enredo central ou por qualquer um dos “problemas” que tanto apontei no decorrer da temporada. É claro que essa redenção de que falo não significa que o anime agora está incrível, mas é inegável a superioridade do conteúdo que Phantom World tem nos oferecido nas últimas semanas, se comparado com o que estávamos nos acostumando a ver. Talvez essa evolução não seja o suficiente para deixar o público empolgado para uma possível continuação, mas já é uma doce recompensa para quem não desistiu dele até agora.

O episódio em questão surpreendeu por vários motivos, mas o principal deles foi ter usado as frustrações de infância do Haruhiko para desenvolver a Mai. Através disso, vimos ser criada uma proximidade emocional entre os dois personagens e ainda ficou em evidência uma bela metáfora sobre a importância de se desprender de seus fantasmas mentais.

♪ ka-ka-ka-kawaii! ♪

♪ ka-ka-ka-kawaii! ♪

Em um belo dia, Haruhiko acordou com seu corpo e mente de volta ao que era quando ainda estava no ensino fundamental. Foi como se o seu eu do passado tivesse sido trazido diretamente para o presente, fazendo com que ele passasse um bom tempo sem entender o motivo de não estar reconhecendo boa parte das coisas e pessoas ao seu redor. Por sorte, ele acabou sendo levado ao clube de caça aos Phantons e suas amigas logo se empenharam em contar quem ele realmente é, e prometeram tentar ajudá-lo. Para tanto, as garotas foram até a casa do Haruhiko procurar pistas do que causou essa “transformação” e tentar revertê-la. É aí que o triste passado do protagonista começa a ser revelado: ele teve que se acostumar a ficar sozinho quase o tempo inteiro, mesmo ainda sendo apenas uma criança, isso porque sua mãe decidiu sair de casa e seu pai viaja a trabalho constantemente. Essa situação o obrigou a amadurecer muito cedo e a ter uma postura diferente das outras crianças da mesma idade. A solidão que ele sentia, o fez procurar refúgio nos mais diversos livros pois todo esse conhecimento “inútil”, como diz a Ruru, o ajuda a não deixar seus pensamentos sempre fixados em frustrações. Essa estratégia que ele criou é saudável e positiva, mas existem momentos em que é impossível substituir o carinho e atenção de uma pessoa querida, por qualquer coisa que seja. A Mai sabe bem disso.

A Mai sempre teve uma postura de irmã mais velha diante do seu grupo: sempre se preocupando; se colocando na linha de frente nas batalhas; implicando; dando conselhos ou até mesmo servindo de inspiração aos seus amigos. Antes eu acreditava que isso era apenas um reflexo da postura que se espera de alguém na posição de senpai, porém esse episódio revelou a grande admiração que ela sempre sentiu por sua mãe (apesar de não ter deixado claro o que aconteceu com ela) e que essa vontade de ser como sua mãe, foi de suma importância para a Mai formar a personalidade que tem hoje. Graças a essas atitudes de “irmãzona”, foi ela quem ficou com a responsabilidade de cuidar do Haruhiko versão fofura master infantil. A evolução do relacionamento fraterno deles foi tão envolvente e verossímil que conseguiu fazer os momentos de comédia funcionarem muito bem e aumentar exponencialmente a tensão e o drama dos minutos finais do episódio.

Apesar de seus problemas serem muito semelhantes e terem conseguido amenizá-los ao compartilhar bons momentos juntos, pareceu injusto apenas a Mai ficar ciente das mágoas do Haruhiko e ele não se lembrar de nada. Ou seja, para ele é como se nada disso tivesse acontecido, enquanto que para ela foi quase como ter ganhado um irmãozinho que, ao mesmo tempo que precisava de todo carinho e atenção que ela pudesse oferecer, também a ajudava a superar suas próprias frustrações. A julgar pelo comportamento envergonhado que os dois demonstraram assim que o Haruhiko voltou ao normal, é provável que a relação deles ficaria estranha se ambos continuassem se lembrando de tudo. Bom, talvez o anime simplesmente preferiu não correr o risco de sacrificar um dos possíveis pares românticos, dando a entender que o protagonista poderia enxergar uma das garotas apenas como uma irmã e nada mais. Acho isso desnecessário, mas não posso dizer que seria novidade nesse tipo de anime.

Só é possível entender de verdade a dor do outro quando você se imagina sentindo o mesmo.

Só é possível entender de verdade a dor do outro quando você sabe bem como é sentir o mesmo.

Por fim, é válido comentar o quanto a existência dos Phantons e dos poderes para combatê-los, consegue abrir infinitas possibilidades de temas a serem explorados. Na maior parte dos episódios a temática estava voltada à comédia nonsense, utilizando os Phantons como criaturas “sobrenaturais” ou literalmente trazidas para o mundo através da imaginação humana, demonstrando uma narrativa mais distante e descompromissada. Já em episódios como esse, mais complexos, esses poderes relacionados aos Phantons ganham um significado mais real. Afinal, são de fácil identificação emocional. O fato do Haruhiko ter ficado física e mentalmente preso em um momento quase traumático de sua infância, aproxima seus poderes “sobrenaturais” no anime aos poderes genuínos que nossa mente possui. Há vários estudos que abordam esse assunto e é impressionante como uma mente saudável consegue ser benéfica ao corpo e, da mesma forma, como uma mente que tem dificuldades para contornar situações ruins encontra problemas seguir em frente e se desenvolver normalmente. Enfim, espero que o anime consiga se manter nesse nível porque tem sido muito agradável acompanhá-lo. Obrigada por ter lido até aqui, até o próximo episódio!

  1. Um Artigo no mesmo dia que lançou o episodio 12 , Cara, veja esse episodio, tá simplesmente épico, bem diferente do que veio mostrando, foi uma virada muito bacana e radical pra mim. Pena que seu artigo do ep 12 é só depois de 1 semana :/
    OBs: Ep 13 Vai ser interessante d+ , que venha logo!

    • Olá, obrigada pela visita! 😀
      Nessa temporada eu não consegui publicar os artigos em um dia fixo. Ainda não assisti ao ep 12, mas com certeza o artigo deve sair antes do final de semana acabar 😉
      (oh God, como eu amo feriados! hahaha)

      • Enquanto eu nem sei O que é folga haha, estou sempre visitando o blog, acho muito bacana o conteudo, já assistiu o ep 12? Deu tempo de ver essa maravilha já, caso tenha visto, vc achou ele tão foda quanto eu? *-*

  2. Ainda não vi, e agora você deixou minhas expectativas lá no céu! :O rsrs
    Estou meio enrolada então acho que só vou conseguir assistir amanhã… ^^

    • Poxa :/ , quando vc assistir, volte aqui e poste oq vc achou tá? Precisa explicar mt n , guarde suas ideias pro artigo. Só queria uma opinião por enquanto ^^

      • Agora eu entendo perfeitamente o que você disse! Eu tô surtando muito!!!! :O :O :O Não sei se choro de alegria ou de raiva por terem deixado para começar um arco tão incrível no penúltimo episódio!!! #Socorro

  3. Poderia ser Cedo de mais para cogitar uma segunda temporada?
    pq com esse final , acho q dá pra imaginar q pode ter uma segunda temporada já bem diferente

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