Your name, ou mais conhecido como Kimi no Na Wa pros chatos que preferem o nome japonês – como o Akunji -, é um filme que entrou no catálogo do Netflix e que ganhou bastante espaço nos últimos tempos. Então, pensamos em fazer uma análise a respeito desse filme e dos principais pontos observados por nós. Lembrando que todos os comentários idiotas são de responsabilidade total do japonês que ajudou neste artigo.

Esse post é um oferecimento de Bella e Akunji, ou seja, contém opiniões dos dois, agora, quem falou o quê, eu (nós) não sei (sabemos). Comentem o que vocês acharam, quem sabe não acaba existindo mais artigos como este futuramente.

Tendo isso em vista, não esquecendo que ninguém aqui é um expert no assunto e que tudo o que está escrito neste artigo é apenas uma de nossas alucinações da madrugada – ou quase madrugada, depende de quem diz – tomamos como um ponto central a análise dos principais arquétipos desse filme. Se você tem costume de ler os artigos deste blog pelo menos há mais de um ano é possível que você reconheça o Akunji como o escritor de arquétipos daqui, então já sabe de quem é a culpa se o artigo acabar sendo um desastre.

O principal arquétipo no começo do filme é o “Loss of Innocence” (Perda de Inocência). Ou seja, é quando um personagem sai da zona de conforto e é obrigado a se adaptar ao desconhecido, sendo um dos exemplos disso o momento em que os dois trocam de corpos, passando a viver uma vida totalmente diferente do que estavam acostumados, partindo do fato de que estariam encarando uma existência em um corpo do sexo oposto – onde claramente percebemos o fascínio do Taki ao ter peitos -, até o fato de que originalmente eles viviam em mundos praticamente opostos, sendo Mitsuha uma sacerdotisa do campo, enquanto Taki era um garoto de Tóquio. O detalhe é que normalmente quando esse arquétipo é usado, os envolvidos já sabem o que está acontecendo na história, o que foi diferente neste caso, já que até certo ponto nenhum personagem sabia de fato o que estava acontecendo. Isso pode vir a ser um ponto negativo, pois quem assiste não tem noção do foco da história.

Porém, outro uso desse arquétipo é mais voltado para o choque de realidade, que é quando você descobre outra face da realidade, onde é possível observar o grande plot twist, quando percebemos que os personagens não estão no mesmo momento da linha do tempo, o que é particularmente complicado de se pensar, ainda mais para mim, Bella, sendo uma adoradora de histórias envolvendo viagem no tempo e de teorias sobre as consequências disso.

Imagino que se nos aprofundarmos nesse ponto teríamos um artigo bem extenso para escrever, talvez podemos pensar no assunto em algum momento futuro, porém não pretendemos fazer isso no momento. Só queria acrescentar aqui, que na minha humilde opinião, essa questão da viagem do tempo, neste caso, não fazer tanto sentido está diretamente relacionada ao fato de que a história de Your Name, por mais que tenha me feito procurar – ou esperar – um sentido lógico o tempo todo, é totalmente fantasiosa, do começo ao fim.

Esse arquétipo da Perda de Inocência é bem comum durante a história, já que ocorre sempre que eles trocam de corpos, o que pode acabar perdendo a graça, mas, pra contrariar esse fato, o autor utiliza outro arquétipo que é o “Human Year”, ou Ano Humano, traduzido literalmente. “Human Year” é composto pelos elementos principais do filme, como o local, o tempo, o clima, classe social, basicamente tudo que é ressaltado na história, indo além do que só o nome diz, já que apesar de estar focado na ideia de construção de tempo, como o nome sugere, inclui outros fatores que acabam sendo moldados e que possuem características que surgem a partir dessa ideia socialmente construída de tempo. Sempre que os dois trocam de corpo você pode notar diferenças tanto nos personagens principais como nos secundários, que acabam indicando mudanças no rumo em que a história toma, de acordo com a interferência de cada um na vida do outro.

Algumas diferenças são muito óbvias, como quando as amigas da Mitsuha lidam com ela quando o Taki está em seu corpo, ou quando os amigos do Taki estranham o jeito dele quando a Mitsuha está no corpo dele, pelo fato dela ser mais certinha. Logicamente o autor usa isso para mostrar outros lados dos dois personagens, como o fato da Mitsuha achar legal as coisas de Tóquio, enquanto o Taki se aventura na roça. Ou até coisas mais comuns do dia a dia, como quando a Mitsuha ajuda o Taki a ir em um encontro com a garçonete do local onde ele trabalha, ou o Taki usando o lado extrovertido dele pra fazer a Mitsuha ser mais sociável. O filme faz um bom uso do Ano Humano para apresentar os personagens. É uma forma diferente de apresentar suas características, usar um personagem pra descrever o outro.

A cidade que não Taki mais

O final do filme acaba se tornando apenas uma grande mistura dos arquétipos citados anteriormente. É uma junção dos dois, Perda de Inocência com o Ano Humano. Perda de Inocência quando o Taki percebe o real problema, o clímax de toda a história, onde ele descobre que a Mitsuha que ele conhece está morta por causa do cometa que caiu em sua cidade há três anos e a causa deles pararem de trocar de corpos, que foi porque ela foi solada pelo meteoro.

Já o Ano humano é quando ele percebe que tinha uma viagem no tempo envolvida, cujo fato deles trocarem de corpos se dá por conta deles estarem em um ano diferente, já que para que o Taki pudesse cumprir seu destino, que seria salvar a Mitsuha, ele precisaria saber previamente o que tinha acontecido no passado que fez com que todos morressem, mesmo que ele tenha demorado para entender e se lembrar que aquilo tinha acontecido ali, naquela cidade. Esse é o ponto onde toda a história se complica mais ainda, já que é muito estranho pensar no fato de que ele passou tantos momentos naquela cidade sem se preocupar em descobrir onde de fato ela se encontrava, ou procurar saber o seu nome, levando-o assim a descobrir que na verdade aquela cidade não existia mais.

Será que tudo, no final das contas, era realmente culpa do destino?

Isso pode ser explicado pelo fato de que eles não tinham uma memória muito clara sobre o que tinha acontecido durante o “sonho”, porém é um pouco difícil compreender isso, já que, aparentemente, no final da história é apontada a questão de que ele passou a possuir uma grande ligação com a história daquele lugar e pesquisou bastante sobre ele. O que, consequentemente, também explicaria o fato dele ficar tão maravilhado com tudo que ele via ali. Na falta de uma explicação séria, eu, Bella, só desejo pensar em uma explicação fácil para isso: simplesmente ele sofre de alzheimer – a Mitsuha também – por isso não consegue nem se lembrar do nome da menina que ele estava literalmente dividindo a sua vida.

Fora isso, podemos ver que quando eles percebem que precisam salvar a vila da chuva de meteoros, ambos começam a virar o arquétipo de herói, que é um arquétipo de personagem. Arquétipos de personagem são usados quando, geralmente, o personagem começa a cumprir um papel específico, que pode ser encontrado muitas vezes em diferentes histórias. Eles são bem comuns e variados, porém os mais conhecidos são os de herói/heroína e o vilão, ou personagens antagonistas.

O fio vermelho que conecta os heróis dessa história

Não coincidentemente, os protagonistas desta história só começam a virar heróis quando o Taki descobre o futuro da vila, que é quando ele sofre a Perda de Inocência, ou melhor dizendo, um choque de realidade. Em outras palavras, você pode falar que a história fica mais séria a partir desse ponto, porque tem toda essa tensão de cumprir o “papel” de herói tanto do Taki  quanto da Mitsuha, já que ele precisa salvar ela, que consequentemente precisa salvar a sua cidade, mesmo que na metade do tempo ele esteja no corpo dela, salvando a cidade também, tornando a história cada vez mais complicada de ser explicada, mas acho que deu pra entender até aqui.

No geral esse filme é uma mistura de arquétipos com a história dos “Fios Vermelhos” do folclore japonês. Nela cada um tem o seu fio vermelho que te liga a pessoa que você está destinada a passar a vida, o que é representado ali pela pelo cordão trançado que a Mitsuha usava em seu cabelo e que futuramente entregou para um Taki que não fazia ideia de sua existência. O legal do filme é que ele leva esse conto um passo além, fazendo esse fio ultrapassar as barreiras do tempo.

O lacinho viajou mais vezes que eu

É legal ver como ele usou os arquétipos para descrever os fios vermelhos, toda aquela história do Ano Humano pode ser usado aqui. O fato deles serem adolescentes e que, geralmente, a maioria das pessoas nessa idade estarem procurando o amor de suas vidas, é um bom exemplo de como usar o Ano Humano. Adicionando o fato de que é legal ressaltar que a história consegue ser cômica e ao mesmo tempo meio tensa. Ela flutua entre um slice of life bem light pra um drama bem pesado sem perder o sentido no mundo deles.

Dá pra usar no cabelo ou transformar em uma pulseira

Por fim, consideramos Your Name um bom filme, apesar de não apresentar uma história tão revolucionária. A construção de seu roteiro foi feita de uma boa forma, já que prende quem está assistindo, apesar de ter um início mais tranquilo. Porém, ainda assim, nos faz querer descobrir o motivo daquilo estar acontecendo e o que virá após isso. Nos traz uma vontade de descobrir mais sobre o que aconteceu, principalmente quando recebemos o grande plot twist da história.

  1. Parabenizo a empresa Netflix por mandar dublar o filme, ‘Qual é o seu nome mesmo?” em português BR, mais pessoas irão se apaixonar por animes e mais animes serão dublados até chegarmos a meta de 100% de todos os animes serem dublados, é uma meta arrojada, mais tem que ser assim,até a próxima.

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