Fim de cour. Começo de outro. Dr. Stone passou algumas semanas longe do blog devido a minha dedicação a outros artigos, mas antes tarde do que mais tarde, né? É hora de Dr. Stone no Anime21!

Gostei bastante desses dois episódios, pois o primeiro problema, que precisava ser superado para que o grupo realizasse outros feitos, foi resolvido de forma dinâmica, mas sem pular etapas, e sabendo trabalhar bem com a quebra de expectativa tão valiosa para a comédia.
Antes disso, como não rir da reação da Kohaku as declarações do Senku de que os “ingredientes” para sua receita eram perigosos? Aliás, a ciência é muito interessante também por isso, porque a depender do processo mesmo produtos perigosos podem ser usados para elevar a qualidade de vida das pessoas.
Como o próprio álcool pelo qual os heróis lutavam, apesar de que a função desse álcool certamente tem um viés mais “lúdico” para a vila, se é que você me entende…
Legal que quando se trata de algo que dá prazer imediato ao ser humano e é culturalmente aceito, até mesmo incentivado, o conhecimento é passado de geração em geração sem se perder. Engraçado, né?

Adoro essas zoeirinhas hihihihihi…

Você percebeu como foi só o Senku pisar na vila que a coisa começou a desandar? Foi a primeira vez, não a última, assim como foi a primeira vez que uma conexão entre ele e a Ruri foi levantada, não a última.
Por que a sacerdorisa sabe o nome do protagonista em uma vila sem essa cultura? Aliás, qual costuma ser mesmo a função desse tipo de figura para uma comunidade isolada?
A resposta da segunda pergunta praticamente responde a primeira. Sendo assim, isso é assunto para ser melhor explorado no próximo artigo. Por ora, vou focar no torneio.
A disposição das lutas ao meu ver foi um dos pontos altos desse evento, pois cumpriu bem seu papel de tornas os combates interessantes e abriu espaço para adversidades, tão comuns a essa história.
A primeira luta, Kinrou versus Magma poderia muito bem ser a grande final, mas que graça teria se tudo fosse resolvido na base da pancadaria? Pouca em uma história que se vale tanto da capacidade que a ciência tem de igualar diferenças e possibilitar reviravoltas inimaginadas sem algum aparato.
E foi exatamente isso o que aconteceu, o Kinrou só conseguiu usar o máximo de suas habilidades com a visão ajustada e o Magma que só tinha força bruta só usou isso mesmo.
Gostei de como o antagonista nesse ponto da trama se mostrou menos ameaçador do que os próprios personagens faziam parecer. O Magma é só um cara grande, forte e truculento; pouco inteligente e muito confiante; não me estranha um jovem forte, esforçado e inteligente conseguir botá-lo nas cordas.
Como também não me estranha um jovem ingênuo ser golpeado pelas costas, perdendo uma luta praticamente ganha. Foi justamente a honestidade o que tirou dele a vitória, uma escolha narrativa quase cruel, mas inegavelmente acertada. A crítica do Kinrou ao modo de pensar do Senku foi a sua ruína.
Além disso, ele perder após chegar tão perto foi o tipo de reviravolta que eu espero desse tipo de obra. Foi tudo bem ajustado e como a ação nunca deve ser um elemento relevante aqui, o que importava mesmo sempre foi mais a comédia, o drama e o uso criativo do tema principal: a ciência.

O Kinrou não é Power Ranger, mas mitou igual!

Nova abertura. Novo encerramento. Nada de novo é a união do grupo de heróis e os valores que eles carregam. A Kohaku caiu fora da disputa justamente por isso, o que creio ter sido a melhor decisão tanto para aproveitar melhor o elemento científico, quanto para evidenciar esses valores a serem incentivados.
O mangá de Dr. Stone sai nas páginas da Jump semanal, deixar um companheiro para trás não é uma opção. Bom que antes mesmo da Kohaku voltar e perder sua luta coisas interessantes aconteceram, como a ajuda que a Suika deu ao Kinrou e a luta do Chrome com o nanico trapaceiro.
Na verdade, a segunda luta não foi grande coisa justamente por ter sido apenas um movimento estratégico de um dos lados, ao mesmo tempo em que seria até estranho não haver um confronto assim em um torneio tão polarizado. Só o primeiro adversário do Ginrou estava fora das “panelinhas”.

“É assim que vamos ganhar, não lutando contra o que odiamos, mas salvando o que amamos.”

A terceira luta não existiu e a quarta me divertiu bastante, mas também foi menos relevante. O tal dopping claramente foi um elemento trazido para contrabalancear a falta de confiança do Ginrou e acho que serviu bem a esse propósito. Nada do que foi usado não teve utilidade para a trama.
Inclusive, acho Dr. Stone um bom anime nesse quesito, pois quase tudo nele é muito bem contextualizado. Tirando a suspenção de descrença que o enredo pede em alguns momentos, no geral eu consigo “comprar” o que a história está vendendo, como foi esse reforço psicológico que o Ginrou teve.
A primeira luta das semi-finais já foi o grande momento dessa dobradinha, o confronto daquele que queria o poder pelo poder e aquele que queria o poder para salvar alguém.
Ainda que o Chrome perdesse, a hora do Magma chegaria, só que pensando bem, o quão mais significativo seria ele perder para alguém que tanto menosprezava e com este usando conhecimento científico, ainda mais depois de descobrir que sua tentativa de assassinato havia falhado?
Certamente a derrota aqui, assim como a vitória do outro lado, seria mais pungente como desfecho. Para trabalhar a favor do Chrome o Gen apareceu e cumpriu bem o seu papel de ganhar tempo, o tipo de estratégia que só funcionaria mesmo em alguém tão ignorante como o Magma. Conhecimento é tudo!
Para reforçar a frase de efeito, o Chrome usou do seu conhecimento para vencer em uma situação que pede sim da sua suspenção de descrença, mas nada muito diferente do que o anime faz o tempo todo. Nem o cálculo do Senku achei absurdo, afinal, ele é um gênio. Não esperaria é menos dele.
Eu curti o Chrome ter aproveitado o que a situação ofertava, a máscara quebrada no chão, para traçar seu plano. Sua velocidade de raciocínio, foco e resiliência me pareceram artifícios suficientes para igualar e por fim superar a força bruta e soberba do antagonista.
Pensei em questionar a existência de um arco de torneio em uma obra que não é um battle shonen, mas isso é uma besteira, afinal, escolher o chefe de um grupo primitivo pela força bruta faz sentido.
Além disso, foi a oportunidade perfeita para fazer o Senku ser aceito na vila, curar a Ruri e partir para outro arco. Me refiro a esses pontos como algo concretizado porque sei que é o que vai acontecer e se você já assistiu aos dois episódios seguintes sabe também.
Não à toa os heróis comemoraram logo, com a derrota do Magma o caminho está aberto e é a vez de tanto explicar porque a Ruri conhece o Senku sem nunca tê-lo visto, como curá-la e trazer o problema Tsukasa a mesa mais uma vez.
Até a próxima!

Eu vivi para ver um Magma quebra-nozes…

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