É hora de Major 2nd 2 em dose dupla no Anime21!

As circunstâncias da Anita foram esclarecidas e com isso deu para entender ainda mais a “marra” dela, sua competitividade com os garotos e desejo de ser uma titular. Segundo ela, foi o machismo que a fez perder a vaga, mas não foi essa a impressão que tive com o diálogo com o técnico. De toda forma, ela não mentiu exatamente, mas também não contou toda a verdade porque queria cavar um lugar no time, do jeito errado, é verdade, mas seguindo adiante no aprofundamento da personagem consigo entender ainda melhor a sua personalidade. Na verdade, a Anita é muito é imatura!

E isso é ótimo. Sério, eu acabei gostando ainda mais dela após esses dois episódios, porque a construção da personagem foi encaixando ao passo em que ela foi sendo posta a prova, fraquejando, mas encarando seus traumas. Com o apoio de seus companheiros e, principalmente, do capitão e treinador, ela assumiu o papel que tanto queria, mas no fundo não tinha toda essa coragem para o desafio, o que acaba caindo em algo tão recorrente quanto instigante das narrativas japonesas, a ideia da responsabilidade, do peso que tudo têm. Só olhar para o próprio umbigo não ajuda…

A Anita falta (ou faltava, pois esteve forjando isso em meio ao jogo) habilidades necessárias para ser uma boa receptora, saindo do campo da técnica, indo para o campo do trato com as pessoas e a inteligência no jogo, a “visão” que o Daigo demonstrou nesses dois episódios, sendo assim capaz de coordenar ações e liderar balanceando a pressão e o apoio moral. É nele que ela deve se espelhar para evoluir como receptora e acredito que após o final da partida ela deve refletir sobre isso. Aliás, a reação dela ao rebater e a jogada de mestre do Daigo ao mentir foram ótimos trechos.

O Daigo sabia bem que eximi-la da pressão naquele momento só atrapalharia o ganho de confiança que a garota precisava ter ao jogar, porque só jogando que ela poderia encarar o que quer que a aflingisse. Foi o teste mais inteligente que ele poderia ter dado a ela, pois só tendo chance de fraquejar, mas se recuperar na partida, que ela ganharia experiência e sentiria na pele o que um receptor precisa para realmente ajudar o time. Enfim, a afirmação da Anita foi um ponto alto do nono episódio, e sabe o melhor? Não foi tudo um mar de rosas, pelo contrário, o caminho foi tortuoso!

Adentrando a segunda parte do episódio, acho que o jogo mostrado em flashes passou muito bem a ideia de qual era a “característica” dele, um embate entre estratégias, bem mais que um jogo plástico baseado mais em talentos individuais. O coletivo trabalhando em harmonia é a chave para vencer esse tipo de jogo, um em que o time testa o estilo do adversário e tenta se aproveitar de suas falhas, seja jogando a pressão para o outro lado ou tentando surpreender e evitar ser surpreendido. Eu até acho que esse jogo pensado é mais interessante pelas intenções que pelas ações.

Digo, todas as ações precisam de um propósito forte ou acabam atrapalhando mais que ajudando. Até o cadenciamento da partida e a intensidade dada em um momento posterior (mais para o fim do episódio) combinaram demais com isso. É como se os times precisassem saber a hora certa de segurar e atacar, pois de outra forma se arriscariam a perder a partida. E claro, faltavam mais adversidades, trazidas à tona com o esperado desgaste físico da bateria e a lesão da receptora. Uma hora o Daigo tinha que brilhar não só nos bastidores e achei muito boa essa “transição”.

Eu acredito que nesse momento da trama a Anita e o Nishina são mais relevantes que a Sakura e o Daigo, mas promover a troca de receptor foi bem legal para dar mais um momento de cumplicidade entre o herói e a heroína, assim como dar o lugar dela ao Nishina serviu como a carta na manga meio inesperada a ser acessada em um momento de dificuldade na partida. Tudo isso enquanto o Daigo avaliava o jogo e tomava decisões adequadas dentro de campo, mas que nem sempre davam certo, mostrando que mesmo com mais maturidade, ainda assim, o capitão pode falhar.

E não só isso, afinal, um time não joga sozinho. Errar ou ter o erro forçado a si pelo adversário faz parte do esporte competitivo e acertam em não só exaltar as qualidades do Daigo, mas também expôr quais suas limitações e fraquezas. Isso que faz desse confronto mais um ótimo momento do anime, e um em que há animação de qualidade, bastante consistente, ainda que nem tão exigida, além de apreço em dar tempo de tela aos pequenos detalhes, seja no pensamento dos personagens ou nos movimentos que fazem em campo, realçando as estratégias por trás das ações.

Fico com a sensação de que estou perdendo tempo que poderia ser gasto no jogo ao ver recapitulações tão longas, mas entendo que Major 2nd é um anime de audiência e assim é válido situar o telespectador sobre o que estava acontecendo. Me irrita um pouco, mas fazer o quê, pelo menos vem a abertura e daí o episódio engrena. Aliás, fico até dividido sobre qual foi o melhor, se o nono ou o décimo, pois enquanto um focou mais na Anita, o outro voltou o olhar mais para o jogo de maneira a desafiar mais os jogadores da Fuurin, assim como o Urabe e o Andy da Seiwa.

É uma pena que os colegas deles não tenham tido espaço, fosse para servir de alívio cômico ou botar lenha na fogueira, mas o inesperado sonho da sensei e até mesmo uma reação do Urabe, assim como do pessoal da Fuurin em certos momentos, trouxe uma leveza ao décimo episódio. Mas não demais, e nem teria como ser de outra forma com a classificação em jogo e não só ela, mas também o orgulho do Daigo como capitão e da baterial rival. Não foi assim tão direta a disputa entre os velhos conhecidos, mas fica claro o quanto o Urabe e o Andy se importavam.

Enfim chegou a vez do Nishina arremessar e gostei da forma como ele foi usado, explorando sua falta de experiência, mas sem desperdiçar a qualidade que o garota já havia demonstrado. Se Major 2nd fosse um anime ruim daria até para considerar um artifício de roteiro, mas passou longe disso, ainda mais porque foi bem produtivo dar espaço para o segundo novato em destaque realmente se destacar. Não deve dar tempo de desenvolvê-lo como a Anita, a partida deve acabar no próximo episódio, mas é interessante já ir aprontando o moleque para a sequência do torneio.

Porque eu acho possível e provável que esse time da Fuurin vença o jogo. O anime mais uma vez mostrou que é capaz de construir uma situação em que a vitória é condizente, mas a derrota também, e deixar esse suspense para o episódio final da peleja é a melhor coisa que podia ser feita, ainda mais após a sobrevida arranjada, pois qualquer que venha a ser o desfecho, ele vai ter o tempero no ponto certo. Não é como se ambos os lados não tivessem feito o suficiente para merecer a vitória até aqui, então, mais uma vez, vencer ou perder será definido no detalhe.

Por fim, esses dois episódios foram muito bons, só não dou cinco estrelas por causa das recapitulações e por acreditar que poderia ter sido ainda melhor. A decisão de tirar um pouco o foco da Anita teve uma repercussão interessante, mas tirou da trama um bocado do desenvolvimento de personagem que estava em voga naquele momento. Porém, o que foi entregue também teve seus méritos, além de não ter havido qualquer forçação de barra. A troca entre baterias; não só de titulares por reservas, mas de experiências; foi o ponto alto desses dois episódios e aguardo por um desfecho emocionante da partida.

Até a próxima!

  1. Só consigo dizer que anime maravilhoso tem sido a segunda temporada de “Major 2nd” e como consegue alegrar meus sábados de manhã. Analisando o andamento da partida, o Fuurin tem chances de passar, a não ser que o Seiwa mostre que ainda tem forças para competir de igual.

    Gostei de como abordaram a mentalidade da Anita, como o anime me enganou direitinho com o sonho da responsável do time do Daigo, achei que fosse real a derrota; não vou reclamar do quanto de espaço estejam dando aos personagens, porque ainda tem muito caminho a percorrer e estamos vendo o entrosamento do time a cada partida e obstáculo servindo de experiência para todos. Quer que ganhem a partida ou não, o Fuurin tem mostrado que é um time a ser respeitado.

  2. Verdade, a Anita tem sido uma personagem cada vez mais legal de acompanhar e o sonho foi tão abrupto que pensei ter sido problema no app da CR, como se tivesse cortado o episódio. Quando percebi comecei a rir, foi uma pegadinha perspicaz.
    Espero que o time siga na competição até para dar mais espaço as outras personagens e fechar bem a primeira metade da temporada, mas, de toda forma, tenho certeza que muita coisa vai ser desenvolvida até o final, tanto que adoraria ver mais de uma temporada só focando nessa fase do Daigo como capitão, sinto que as possibilidades são enormes.
    Mal posso esperar pelo desfecho da partida, não duvido que role algo surpreendente.

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