A família do Subaru me agradou bastanfe tanto pela aparência e personalidade (eu acho que juntando os dois daria mesmo um Subaru), quanto pela maneira como abordaram a relação dos pais com o filho, um garoto com um problema bem pessoal e com o qual me identifiquei. (In)Felizmente, não o suficiente para ir parar num isekai. É hora de Re: Zero 2 no Anime21!

O Subaru é uma mistura dos traços mais grosseiros do pai com a sutileza do rosto e olhos da mãe, mas o mais importante é ele ter muito da personalidade do pai, mas não tudo, afinal, é tagarela como ele, um pouco menos invasivo, porém. A única coisa que me incomodou na construção da situação foi em nenhum momento ter sido explicado porque o pai do Subaru é tão “incrível”. Seria ele o alter ego do autor? Vai saber…

Enfim, o Subaru é complexado e eu entendo ele, mas ficou claro como não é pressionado pela família, ao menos se a representação dos pais foi fiel ao que eles são de verdade. Faz sentido que seja mesmo se pensarmos que o Subaru não é um baita exemplo de integridade, mas também não parece alguém a quem faltou amor, estabilidade e tantas outras coisas que associamos a “bondade” de uma pessoa.

Desde o início achei muito estranho ele não ter dado sinais de que sentia falta de casa ou não acreditava na realidade fantasiosa postada a sua frente, mas se a gente pensar no otaku que ele é e na complexidade do que o levou a abandonar a escola e se tornar um recluso, acaba que finalmente consegui “comprar” a ideia de que ele se agarrou a oportunidade de iniciar uma nova vida em outro mundo do zero, deixando os fantasmas do passado para trás, e os erros também.

Ou ao menos tentando… O importante é que como a história foi contada deu para entender bem porque o Subaru é como é, fugindo bastante do estereótipo de um recluso (e um otaku). Ele é um cara extrovertido e simpático que tem, ou tinha, dificuldades de construir relações devido ao jeito tolo que enxergava o mundo, sem perceber de que nem tudo se resumia ao que ele gostava ou não, como acessava a própria satisfação. Ao herói de Re: Zero faltava maturidade para viver de maneira emocionalmente inteligente, e por isso ruiu…

Ruiu ao ponto de não ver significado em ir a escola e se afastar do contato social, que geralmente é difícil, mas também pode ser prazeroso. O nível de reclusão dele não era tão grande, mas se fosse para fazer um amigo muito provavelmente falharia miseravelmente. De toda forma, o importante é que o episódio todo foi bastante feliz em justificar a ideia dele de recomeço, a qual até podemos chamar de sonhadora, mas nunca covarde, porque tentar mudar sempre exige coragem. Ao menos se é para melhor, buscando a felicidade.

No caso dele, tentar recomeçar mudando foi mesmo a melhor coisa a se fazer, pois só assim, com confiança nas próprias capacidades, é que ele poderia se achar pela primeira vez na vida. Ir parar em outro mundo foi de extrema ajuda nesse sentido, de outro jeito duvido que ele conseguisse avançar nisso, pois seguiria nas sombras nebulosas da expectativa, alimentando um monstro que, na verdade, nunca existiu, ao menos se, repito, os pais dele são tão compreensivos e amáveis como mostraram ser ao apoiá-lo dentro de seu “sonho”.

Inclusive, as cenas com os pais ficaram ótimas, principalmente as de teor dramático, porque tanto o roteiro não foi medíocre (há vários diálogos criativos, ainda que simples), quanto a direção foi bem feliz em adornar esses momentos, fosse com flashes da vida dele ou “pulsos” que o conectavam a seu mundo atual.

Deu para entender bem pelo que o Subaru passou e o fez se retrair, assim como pareceu realmente bom ele ter desabafado. Eu acredito que quando você divide um problema com alguém que se importa com você a chance de achar uma saída ou só criar a coragem necessária para encarar o problema aumenta. Foi o que vimos nesse episódio e resultou naquela cena final.

A roupa de colegial da Echidna foi só fanservice, nós sabemos disso, mas é um detalhe irrelevante, é bem mais relevante o quanto a experiência do Subaru no mundo do teste foi capaz de fortalecê-lo. Espero que dessa vez ele não se esqueça da Echidna, ou ao menos não esqueça os momentos que teve com os pais, ainda que estes fossem apenas o que o garoto sentia, bem lá no fundo, que seria a resposta deles.

E não é como se isso invalidasse seu medo, afinal, não é simples abrir o coração para quem você não quer decepcionar, sempre há a incerteza da reação, além de forte crítica interna, um sentimento de culpa. A gente sempre sente medo de magoar quem ama…

Sim, eu entendo um tantinho o Subaru. Não, não me pergunte o porquê. Só garanto que é bem difícil estar na pele dele, tanto que eu consigo acreditar em um recomeço “facilitado” pela ida a outro mundo. Enfim, fico na torcida pelo personagem, ainda mais agora que consigo entender ele melhor e me sensibilizar com sua história. Nada tão horrível, mas pesado sim.

Tanto que não o eximo de culpa, a culpa é toda dele pelo buraco em que se enfiou, o que não muda um fato: ele merece uma segunda chance. Na verdade, todos merecemos, ao menos se realmente existe desejo de mudança e esforço em prol dela. Eu quero mudar. E você? Não vou recomeçar do zero, mas vou me esforçar por um fim dos bons.

Até a próxima!

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