Depois de tanta espera, a batalha final começa e já deixando a ansiedade aflorar, porque nessa briga de cachorro grande a coisa está séria, quem tiver o melhor truque leva a melhor – e logo no começo.

Acho que posso dizer que a longa espera acabou valendo a pena, porque se por um lado amaciaram bastante nossa calma com episódios expositivos e com troca de estratégias ou resoluções pessoais – como foi o caso da Chika -, em apenas alguns minutos a animação conseguiu acelerar o coração de muita gente, praticamente jogando um clímax tenso nos primeiros segundos da disputa.

O episódio 10 ainda é um pouquinho mais “leve” que o 11, pois continua um pouco da vibe estratégica do anime, só ganhando um certo fôlego na segunda metade, porém ainda assim é possível catar algumas coisinhas interessantes que ao menos para mim tiveram alguma significância.

Primeiramente destaco a recepção do Osamu e do Kuga, diante da decisão da Chika. Ao longo de todo esse tempo, os dois fizeram questão de blindar a amiga contra o que fosse – o que não é errado -, porém seu desejo de proteger a impedia de descobrir a fonte de seu problema.

O ultimato do Hyuse teve sua função nessa trama interna, e foi bacana ver como ela se manteve firme – ainda que tensa – e foi apoiada. Da parte do Osamu ainda tem uma certa resistência, mas compreendo isso como um cuidado prévio, dado que nessa partida será a primeira vez em que a menina de fato vai lutar de frente e para valer.

Para quem se lembra, a experiência da Hatohara é uma prova de que uma pessoa fragilizada e mal orientada pode sofrer, então mesmo que ele ainda esteja reticente, acho que é bom manter esse alerta ligado para perceber como a Chika reage a sua própria mudança.

Aproveitando que citei a ex-sniper do Esquadrão Ninomiya, o outro ponto curioso que peguei está exatamente no líder do time. Eu tenho um pé atrás com o Ninomiya e já tinha dito isso artigos antes, porém o Osamu me convenceu de que por trás daquela pessoa rude e seca, existe alguém tão sentimental quanto qualquer um dos outros.

O capitão ainda parece afetado pela desistência de sua parceira e algo que fica muito claro é que ele sente que a saída dela, principalmente por cogitar que essa se deve a influência de alguém de fora. Talvez até os pequenos toques que ele deu ao Osamu, sejam exatamente na intenção de fazer com que ele esteja pendente da situação psicológica de seus amigos, para apoiá-los.

Diferente da fachada que expõe, o rapaz soa bem menos racional que o imaginado. Claro que não estou pondo em xeque a inteligência dele em batalha, até porque isso já é comprovado e ele tem bastante, porém como o protagonista expõe, é possível notar sua “emotividade” nos detalhes.

Não muito diferente do Ninomiya, o Esquadrão Yuba também tem o seu fardo pessoal relacionado a um colega de equipe e talvez esse seja o mais difícil dos dois casos, porque o Kanda decidiu fazer uma faculdade e aparentemente o que lhe impede de oficializar a saída, é o status decrescente da equipe com o seu desfalque – mesmo sendo muito bons.

O time sente que precisa dar apoio ao amigo, ainda que isso represente deixar ele seguir com seu caminho. É interessante como o próprio Yuba lida com o fato de querer ter o parceiro por perto, mas ao mesmo tempo ter a nobreza de não impedi-lo de fazer o que quer.

Acho que seria mais legal para esse pouco desenvolvimento do grupo, ter conhecido o Kanda, mas infelizmente não dá para ter tudo nessa vida, então fiquemos satisfeitos com o que temos. A propósito, foi só eu que curti o visual e a personalidade da operadora deles? Em apenas 1 mísero minuto, ela conseguiu me ganhar, pena que não é uma coadjuvante de mais peso.

Seguindo para o que interessa, eu confesso que não esperava ver logo de início os desdobramentos que essa batalha teve, especialmente porque basicamente já temos dois grandes confrontos sem qualquer economia de tensão. Quem imaginaria que o Hyuse cairia num cerco fechado e sozinho, enquanto a Chika tem uma troca de chumbo direta com o Ninomiya?

Bom, para não ser tão exagerado, a coisa ainda não pegou como devia porque querendo ou não ainda é o começo de uma longa luta, mas acho que pode-se dizer que o Ninomiya já sentiu a pressão da sniper, porque ele é temido e ela não, mas na disputa a menina claramente engoliu ele, só não tendo resultados porque ambos se protegeram e estavam sem qualquer campo de visão.

Os ataques que o Hyuse sofreu serviram para nós vermos que algo errado não está certo e isso pode significar duas coisas: o sucesso do plano misterioso ou o fracasso inesperado em pouco tempo de partida, algo semelhante ao Osamu quando pegou o Ninomiya pela primeira vez.

Quando penso nesse tal plano, acredito que existam duas possibilidades ali, com a primeira sendo a mais viável, caso queiram manter o Hyuse com o status de pontuador da equipe e ameaça. Considerando o cerco e o número de inimigos, visualizo que numa possibilidade mais positiva, o Hyuse executa um super escudo em volta de si, para que a Chika “chumbe” toda a área com seu Hound e ele sobreviva – ou não.

Já na possibilidade 2, existe a chance de que ele próprio dê um bail out, para que os outros acabem se eliminando com seus ataques, ou então que a sniper e o Ninomiya mandem tudo pelos ares também – o que daria na mesma já que praticamente todos perderiam.

A grande questão é: o anime teria coragem de eliminar o Hyuse sem mais nem menos, em nome de deixar os três protagonistas se virarem pela vitória? Por um lado seria interessante porque podem explorar todo o potencial da Chika como atacante, assim como exigir mais do Osamu e quem sabe dar a ele a melhora que precisa.

Por outro lado, talvez isso seja abusar demais do protagonismo e até desvalorizar um personagem que agora tem o mesmo status dos demais, e que curiosamente vem criando uma expectativa em torno de algo que veio escondendo exclusivamente para esse momento.

Não sei o que pensar, mas confesso que minha ansiedade foi lá em cima por conta do gancho deixado pelo Hyuse emboscado. Vai dar merda ou vai ser sucesso? Aguardemos pelos próximos capítulos.

TRIGGER ON!

    • Olá José, fico feliz que tenha gostado porque World Trigger é uma obra que gosto muito e acho que merecia mais amor do que muito shounen por aí.
      Apareça mais vezes pra comentar comigo e fique ligado que logo, logo sai o artigo comentando o episódio 12 e a batalha que tá pegando fogo. Ainda bem que ainda temos mais dois episódios pra tudo terminar redondinho do jeito que a gente quer, porque só esse primeiro momento já foi dinamite pura.

      Obrigado pela visita e volte sempre!

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