A Cayna é como eu, cura a tristeza com comida, mas somos diferentes na forma como tratamos nossos NPCs. Eu converso até com livro, para você ver. Na verdade o caso dela é mais de não considerar o mundo em que está vivendo como realidade, o que muda nesse episódio.

Acho mesmo que o anime é bem agradável quando promove o contraste do anão sisudo com a mão melosa. É uma amenidade que sempre funciona comigo e que, analisando mais objetivamente, é motivada justamente pela seriedade do Kartatz. Já com seus irmãos rola o oposto.

Um desses, o Skargo, sofre a ameaça de ter sua personalidade atual descartada e trocada por uma outra, algo hediondo na vida real, mas nada escandaloso em um jogo. O problema é que a Cayna não está mais em um jogo e esse episódio trouxe esse choque de realidade para ela.

Vimos o primeiro passo prático em direção a essa aceitação (não ficar deprê na cama dizia respeito somente a ela), que foi o pedido de desculpas aos filhos elfos. Por um momento achei que ela seria fofa com eles, no momento seguinte sua careta punitiva só me fez rir mesmo.

Em todo caso, isso não é bem um problema, pois o importante era ela começar a voltar a se envolver com esse mundo, agora com uma nova mentalidade. A quest de viagem entre cidades estava demorando para acontecer e vai ter surpresinha para ela quando chegar.

Para quem a Mai-Mai mandou a carta? Pareceu alguém próximo. Será algum parente ou amigo? A Cayna também conhece? E se não conhecer, não seria essa uma ótima oportunidade para fincar ainda mais as raízes da heroína nessa Leadale do futuro? Veremos o que o anime entregará.

E pensando no contraste entre sua desenvoltura com os poderes e a personalidade ainda um tanto infantil e desligada, fico imaginando como pode ser interessante tê-la como influência, como exemplo, para alguém. Coisa que, aliás, ela já fez um pouco com a garotinha e a maga.

Sobre a quest, honestamente, não tenho muito o que comentar além do velho clichê da surpresa com as coisas incríveis que ela consegue fazer e o resultado disso. Posso comentar que mesmo sendo manjado, não é necessariamente ruim, ainda mais quando a situação tem alguma serventia.

Dessa vez teve, pois o ataque dos bandidos surgiu justamente para mostrar a Cayna o ônus do mundo real em que ela vive, o peso de uma morte e a possibilidade da perda, o perigo real no qual ainda não havia pensando, pelo menos não com toda essa preocupação, até o momento.

Esse tipo de momento, por mais básico que seja na vida de uma aventureira, calhou bem agora pelo que ele trouxe de compreensão a Cayna a fim de botar na balança as coisas boas e ruins de sua vida nova. E ela o fez, não retrocedeu diante da ideia de matar alguém. Por quê?

Porque, por mais duro que isso possa soar, há um bônus para isso. Eu sei que essa ainda é uma lógica de game, mas não é como se ela tivesse aplicado essa lógica ao refletir sobre a situação. O anime não dá a entender isso, é só o caso de eu usá-la para defender o meu ponto mesmo.

Por fim, essa compreensão sobre o peso da realidade veio no momento certo e penso que daqui em diante a Cayna se apegará e se acostumará cada vez mais com New Leadale. Se não promete ser incrível, o anime dá a entender que seguirá sendo fofo e gostosinho como ele sabe ser.

Até a próxima!

Comentários