Sono Bisque Doll terminou como começou, muito bem. O anime me surpreendeu positivamente, tanto que o achei o anime da temporada de inverno (me refiro a popularidade e impacto, nem tenho como falar de qualidade, pois vi quase nada dessa vez).

Nesse episódio derradeiro o que vimos foi bem isso, um clima de despedida com vários momentos legais do casal, sendo o principal deles uma confissão muito da charmosa, mas que foi apenas preparação da heroína para o que ela deve fazer em uma eventual sequência.

Antes de mais nada, que beleza privilegiada a da Marin, hein? Se tem uma coisa em que o autor acertou (e o anime mais ainda) foi no design da heroína, o qual a torna irresistível para qualquer um, o que claro, é reforçado por sua personalidade cativante.

É bem difícil não se apaixonar pela Marin assim, o que acho que já aconteceu com o Gojo. A diferença entre os dois é que enquanto ela para e pensa mais sobre isso, dele só vemos o deslumbramento. Essa compreensão suavizou meu incômodo com a falta de “clareza” dele.

Quanto a sequência na casa dela, o filme de terror que eles veem foi claramente uma cena jogada para ser reaproveitada no final, o que se não quebra expectativas porque era óbvio que eles veriam Netflix e não fariam sexo, tornou mais natural a confissão dela/despedida da gente.

Porque sim, a direção foi perspicaz em entender o apelo da cena, não quebrou a quarta parede, mas deixou subentendido que a despedida era para a gente, o que, convenhamos, tem tudo para ser apenas um até logo. Sono Bisque Doll deve ter pelo menos segunda temporada.

Quanto a ida do colégio, não diria nem que foi fofo vê-lo a salvando de se afogar porque era o óbvio, mas o que se sucede com certeza me agradou bastante, afinal, se conectou a cena do início do episódio e a diferença de experiências que o Gojo teve no ano que está passando.

Assim como a Marin, ele quer se envolver com o que gosta mesmo que não saiba ou não domine a coisa. Contudo, não é como se ele fosse se conformar com isso. Vai ser bacana um dia ver a Marin nadando, assim como o Gojo aperfeiçoando sua arte de produzir bonecas hina.

Enquanto isso, por que não aproveitar a juventude? Essa diferença de vivências com e sem a Marin escancaram a importância que ela está tendo na vida dele, o que expande seus horizontes e o leva ao amadurecimento como pessoa e como artesão; pouco a pouco, naturalmente.

Nisso temos mais um encontro, dessa vez com outros clichês que não podem faltar em romcom: o festival e os fogos. Pelo menos nesse anime parece que a representação do yukata feminino ficou mais realista, e quanto a roupa do Gojo, é a de sempre, e caiu bem para o passeio.

Foi divertido ver o embasbacamento do Gojo ao ver a Marin com uma roupa e penteado diferentes, um charme todo especial que tem um forte apelo com os japoneses por conta da tradição, etc. E a direção mandou muito bem ao explorar os aspectos cômicos e fofos da cena.

Mas claro, o grande acerto foi nos fogos, que sem palavras, mas ótimos enquadramentos e uma bela insert song com letra pontual, nos passou todo o impacto do deslumbre do Gojo (ele está apaixonado, tipo muito), quebrado pela fofa cena da linguinha azul de fora dela.

Nada contra essa quebra cômica, até porque o melhor ainda estava por vir, e não foi a sequência em que ele a carrega nas costas e os dois conversam sobre os festivais, mas a promessa inocente que a garota faz, a qual reforça um laço, e claro, a confissão na calada da noite.

Trazer esse medo, que ela tentou esconder, à tona para justificar a ligação e a conversa dos dois não era exatamente necessário, mas, repito, tornou mais natural essa interação porque é difícil imaginar que ela ligaria para ele sem desculpa dado o quanto a Marin também é “tímida”.

Sim, tímida, pelo menos quando envolve amor, e claro, o Gojo. Se não fosse isso ela não teria se confessado apenas após se certificar de que ele estava dormindo (a cena foi simples, mas linda), como se a confessar um segredo que ela ainda não estava preparada para que ele ouvisse.

Por fim, a Marin se despede da gente e Sono Bisque Doll acaba bem. Senti falta das amigas dela o anime todo, das irmãs e de um arco maior na reta final, mas acho que tudo isso pode e deve ser melhor trabalhado em uma eventual segunda temporada. É só questão de tempo.

Até a próxima!

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