Kunoichi Tsubaki no Mune no Uchi (In the Heart of Kunoichi Tsubaki) é um anime do estúdio CloverWorks que adapta o mangá de Souichirou Yamamoto, o mesmo autor de Karakai Jouzu no Takagi-san. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“No meio das montanhas, longe de toda a civilização, mora um grupo de kunoichis chamado Clã Akane. Estas kunoichis estudam bastante para melhorar suas próprias habilidades, mas há uma única regra que todas elas precisam seguir: nunca entrar em contato com homens. Mas quando Tsubaki, líder de um dos grupos, é encarregada de buscar duas ninjas fujonas, ela percebe que está sentindo emoções muito estranhas quando o assunto é o sexo oposto.”

 

Mesmo com toda a má fama dos homens a Tsubaki ainda está louquinha por eles? Que loucura. Zoeiras (ou não) a parte, eu entendo o superlativo da proposta. Mesmo com todos os contras que as kunoichis levantam. Tsubaki se apaixonou pelo desconhecido.

Aliás, a Tsubaki tem a mesma seiyuu da Himeko de Show by Rock!! Mashumairesh!! (a Yuuko Natsuyoshi) e tem um perfil parecido com o dela, tirando essa obsessão maluca pela ideia nebulosa de “homem” que a protagonista cultiva em seu coração.

Mas antes de me debruçar sobre isso, devo elogiar a produção do anime, que entregou consistência e qualidade (ainda que nada de outro mundo) nas cenas de exibição das habilidades das kunoichis. Não deve ser um anime de ação propriamente dita, mas isso é bom de ter.

Outra coisa que não vi com maus olhos foram as roupas que elas vestem (por mais que a maioria pareçam lolis fofinhas), justamente por se tratarem de kunoichis, a versão feminina dos ninjas, que, até onde sei, usam de seus atributos físicos e sensualidade em suas missões.

Então sim, acho que esse elemento poderia ser ainda mais explorado no anime, não que devesse exatamente. O pitoresco é que elas não têm contato com homem de forma alguma, o que justifica (ainda que só em parte) a obsessão da Tsubaki, mas não esse outro lado das kunoichis.

Será que as kunoichis dessa vila em específico é que são proibidas de ter contato com homens? E por quê? Esse primeiro episódio apenas nos jogou em um ambiente aparentemente averso a homens sem muito contexto, não temos como entendê-lo por inteiro, longe disso.

Por outro lado, acho que entendi bem a Tsubaki e consegui gostar dela. Digo, ela é uma adolescente com hormônios a flor da pele (ainda que eu não entenda o que desencadeou tanta empolgação nela) que precisa andar na linha e dar o exemplo, é difícil não simpatizar com ela.

Suas kouhais são duas pestinhas, uma cai no clichê da comilona despreocupada e a outra da encrenqueira que é pequenininha, mas faz um escarcéu. Eu diria que gostei mais dessa dinâmica de kouhai e senpai do que se elas estivessem em pé de igualdade. Mas por quê?

Porque assim o contraste entre as obrigações e os desejos da Tsubaki é maior, o que tanto justifica ela tentar andar em uma linha tênue para ter contato com homens, como recuar quando rola esse contato; o que estica a trama (e pode ser tanto bom, quanto ruim ou os dois).

Em todo caso, o que me pega mais é ela ouvir tanto falar mal de homem e mesmo assim se sentir tão fascinada por conhecê-los. Sei que é por eles serem diferentes delas e disso elas têm certeza, mas os prós são ainda desconhecidos, não exatamente os contras…

Convenhamos, tudo que elas falam sobre os homens é verdade. Claro que não para todos os homens, não exatamente da forma que falam, mas não há nenhuma mentira cabeluda ali não. Há preconceito? Há. Há exagero? Há. Mas esperar o que de gente sem informação?

Só espero que o anime não seja, até o fim, apenas a Tsubaki endoidando por causa de homem sem sequer conhecê-los. Independentemente de todas as reservas que eu tenha sobre meus iguais, a Tsubaki tem que ter a experiência dela, seja para o bem, seja para o mal.

Enfim, voltando a trama em si, por esse primeiro episódio deu para perceber a profundidade do estrago que a mera menção da palavra “homem” faz na Tsubaki e que, diferente do que a kouhai esperava, e nós meio que já sabíamos, ela não a amedronta, mas cativa.

Digo, a amedronta pelo peso, mas a anima por justamente encarar esse desconhecido, se tornando uma motivação capaz de potencializar o poder de fogo (literalmente falando) da heroína. Tsubaki não tem medo de homem, ela tem fascínio, seu medo vem pelo que a regra.

Ela não pode ter contato com homens dadas as leis sob as quais foi criada e o exemplo que precisa dar para as subordinadas, mas no fundo (na verdade, nem tão no fundo assim) ela quer ter contato, e se/quando puder tê-lo, espero que tenha e isso seja algo bom para ela.

Aliás, a cena pós-créditos da Asagao tentando se transformar em um homem foi bem engraçadinha, mas é claro que acabaria dando em nada. Por mais que isso seja meio sacana, é assim que o interesse se cria no público, ao cozinhá-lo em banho maria ante a “catarse”.

E aqui a catarse será o encontro da Tsubaki com o “homem” e talvez o que se suceder a isso. Você vai acompanhar essa jornada perigosa? Eu vou, mas é claro, a obra é do autor de Takagi-san, merece toda a minha boa vontade e aposta no divertimento que ela pode proporcionar.

Até a próxima!

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