Kono Healer, Mendokusai – A curandeira que machuca com palavras – Primeiras impressões
Kono Healer, Mendokusai (Don’t Hurt Me, My Healer!) é um anime do estúdio Jumondo que adapta o mangá de Hakkou ni Tannen. Segue abaixo a sinopse extraída e adaptada da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).
“A história gira em torno de Carla, uma elfa das trevas que investiu demais em suas habilidades de insulto, e Alvin, um homem de armadura que tem um alto nível de paciência para lidar com ela.”
Por que o título incômodo de ver, de tão longo, acabou sendo um “atrativo”? Digo, não que esse tipo de coisa me atraia, mas faz sentido se a proposta é a comédia. Não necessariamente a comédia escrachada, para morrer de rir, mas de um humor ácido, como o desse anime.
Porque é essa a premissa de Kono Healer, a de juntar um personagem aparentemente bem comum, o Alvin, com uma curandeira que de cura só tem a magia e olhe lá, pois as palavras dela ferem. Carla tem uma boca afiada pronta para acoitar o coitado do Alvin.
Aliás, acho engraçado como a seiyuu dela (a Aguri Onishi, que faz a Ayumu Uehara de Love Live! Nijigasaki) faz um papel diferente de tudo que fez na carreira até agora, ao mesmo tempo em que a tranquilidade com a qual açoita o coitado do herói traz um interessante contraste.
Inclusive, se tem uma coisa em que o anime brilha é no roteiro dela e na atuação de sua seiyuu, que proporcionam os melhores momentos da estreia, até porque, convenhamos, em ação ou qualquer outro quesito Kono Healer não tem nada demais a nos entregar.
Então, a coisa se resume aos diálogos e suas sacadas, as quais exploram as personalidades até que inusitadas dos personagens visto que mesmo o sem graça Alvin acaba divertindo pela traição constante de suas expectativas e a total falta de boa vontade que demonstra com a Carla.
Não que ela não mereça, afinal, a curandeira tripudia em cima do companheiro toda hora, chegando ao ponto de acusá-lo até mesmo do que ele nem fez; o que pode em alguns momentos ser muito bobo até para esse tipo de anime, mas aqui nessa estreia não me incomodou.
Muito porque a sacada da ursa falante extraiu muito da proposta ao criar um contraponto entre quest e interação cotidiana que muito deve ser a marca do anime. Já imagino a Carla com seus deboches e coisa pior tendo que curar o Alvin em meio as quests.
Nem sempre eles vão encontrar um monstro bonzinho que os ajudará ao invés de lutar, então o ajuste fino da cooperação entre os dois é necessário senão a coisa pode apertar. Mas não vai, a gente sabe que o foco não é a aventura em si, mas a interação peculiar em meio a ela.
Voltando a Carla, ela é muito boa em insultar, mas também em criar caraminholas na cabeça e não falar coisa com coisa, complicando situações que poderiam ser muito mais simples. É mesmo o tipo de personagem criada para avacalhar as situações, sem mais nem menos.
Vi muitos comentários negativos na Crunchyroll sobre essa estreia, mas acho que aí foi mais culpa do público que veio despreparado para ver um anime desse tipo, que realmente não me fez rir aos montes, mas também não é como se não tivesse cumprido bem a sua proposta.
Se você não se divertir com o que a Carla faz, com sua cara de pau para provocar e insultar com tanta naturalidade, então nem adianta fazer a regra dos 3 episódios com esse anime, pois essa é a grande sacada (o grande apelo) dele. Esqueça ação e o resto do elenco.
Na verdade, nem esqueça, pois o Alvin e a ursa, os coadjuvantes desse episódio, estiveram a altura das loucuras da protagonistas. Aliás, que incomum foi o elenco do anime ter sido apresentado na abertura (que fez papel de encerramento nessa estreia), nunca vi isso acontecer.
Por fim, a prévia dobrou a aposta e insistiu em mais um título enorme para chamar atenção, o que, repito, é válido, mas o anime vai precisar de mais que isso para seguir criativo e interessante, como foi ao zoar com o próprio fã no título dessa boa estreia para um anime tão maluco.
Até a próxima!
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