Eternal Boys – E se o tiozão do pavê virasse idol? – Primeiras impressões
Eternal Boys (Eikyuu Shounen) é um anime original do estúdio LIDENFILMS sobre idols tiozões. Sim, foi isso mesmo que você leu, idols tiozões. Segue abaixo a sinopse extraída, traduzida e adaptada do Myanimelist.
“A história acompanha seis homens de meia-idade que já experimentaram os prazeres e os dessabores da vida. Uma empresa de entretenimento decide formar um grupo idol com esses homens em que eles terão que enfrentar as barreiras da idade, de seus próprios corpos e também das paradas musicais.”
Idols de meia-idade é mesmo uma boa ideia? Com certeza. Por quê? Porque pode fisgar um público mais velho, porque explora a criatividade dos produtores a fim de embalar esse produto, porque passa uma mensagem positiva de que pessoas mais velhas também podem.
Também podem o quê? Ser idols, ser admirados por seus talentos artísticos, pela beleza e pelo carisma. Espero mesmo que não fique só em grupo masculino, que alguma hora alguém tenha a ideia de criar um anime sobre idols femininas de meia-idade.
E sim, sei que existem idos trintões, seja na Coréia ou no Japão (os países mais proeminentes nesse nicho), mas não sei se existem grupos com idols que só se tornaram idols após os 30, até mesmo beirando os quarenta. E sim, tem uma grande diferença só por esse “detalhe”.
Ser idol exige muito do corpo, da mente e do tempo; tem idols que treinam por anos antes de debutar em um grupo ou solo, além de ser algo geralmente associado a juventude. Tem casos de idols que se tornam profissionais ainda menores de idade. Inclusive, há até grupos infantis.
Se inserir nesse mercado após certa idade é bem diferente de envelhecer nele, não que não seja possível, acredito que seja, mas há mais circunstâncias envolvidas, principalmente pelas limitações físicas do corpo de uma pessoa mais velha, de 30 ou 40 anos.
Se o idol pelo menos é “macaco velho” ele sabe como trabalhar a fim de otimizar sua performance e atenuar os pontos fracos que surgem ou se agravam com o tempo. Acho mesmo que seria leviano da minha parte dizer que o anime é irreal, creio que não seja.
No máximo posso frisar essa questão da idade, que pode trabalhar a favor do grupo através do marketing, algo bem replicado na cena em que a seleção é feita, pois o protagonista só é mesmo escolhida pela coincidência de seu nascimento com o dia de criação da empresa e…
E o fato dele estar desesperado, dando toda a pinta de que toparia qualquer negócio, se duvidar até vender seus órgãos. Contudo, também é óbvio que certas coisas jamais aconteceriam (ou jamais deveriam acontecer) se esta fosse uma situação real.
Seria para lá de absurdo contratar o “tiozão” e não avisá-lo exatamente do que se tratava o trabalho, além de que ele foi apresentado sem nem assinar contrato, assim de supetão. Por ser um anime a gente releva e entende que tudo foi feito a fim de privilegiar a comédia.
E na realidade, tirando isso o resto do episódio (que tem cerca de 13 minutos) é bem satisfatório dentro da proposta de misturar a apresentação do personagem e da trama com a exploração do quão inusitada e peculiar é a proposta de reunir esses homens de meia-idade.
Aliás, um deles ainda nem foi apresentado, deve ser uma figuraça. A única certeza que temos é de que o Kentarou (um sex-salaryman sem grandes valências) é o tipo perfeito para tanto atrair outros salaryman como ele como mostrar que qualquer um pode ser idol.
Por fim, achei a estreia divertida e consistente. Tirando a surpresa do protagonista em sua apresentação para a imprensa, o episódio entregou e me empolgou se não pelas músicas, com certeza por todos os aspectos que podem ser explorados na jornada do grupo.
Até a próxima!
P.S.: Fique com minha música favorita do único grupo de idols masculino (de K-Pop, não J-Pop) que acompanho.